Netflix: 10 melhores lançamentos de 2021 que você pode ter perdido

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Netflix: 10 melhores lançamentos de 2021 que você pode ter perdido

Por Gus Fiaux

Em tempos de pandemia, estamos dando muito valor ao streaming como fonte primária de entretenimento. E por mais que 2021 já tenha sido um ano mais tranquilo no que diz respeito à reabertura das salas de cinema, as plataformas digitais foram essenciais para a divulgação de conteúdos consolidados – com a Netflix mantendo-se no topo, mesmo com o lançamento de muitos serviços concorrentes.

Contudo, entre tantos lançamentos, algumas “pérolas escondidas” acabaram sendo pouco comentadas fora dos grandes circuitos de críticos e a imprensa especializada. Então, hoje vamos listas 10 grandes lançamentos da Netflix em 2021 que você pode até ter perdido!

O foco aqui é comentar alguns sucessos mais contidos da plataforma, filmes que vão estar certamente na corrida das premiações e até alguns longas que foram bem comentados, mas que podem ter perdido um pouco da hype nos últimos meses – então deixe de lado fenômenos absolutos como a trilogia Rua do Medo ou Army of the Dead e prepare-se para adicionar novas indicações à sua lista!

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Eu Me Importo (I Care a Lot)

Rosamund Pike é uma atriz fenomenal, e desde o lançamento de Garota Exemplar, atraiu todos os olhos do público. E antes de conquistar o mundo mais uma vez com A Roda do Tempo, ela ainda teve a chance de brilhar em 2021 com Eu Me Importo, um drama ácido e cheio de personalidade da Netflix, que foi lançado em fevereiro.

No filme, ela interpreta Marla Grayson, uma cuidadora trambiqueira que rouba dinheiro de idosos em um esquema criminoso bem complexo. O filme pontua a ambiguidade moral dessa personagem ao mesmo tempo em que a vemos caindo em apuros por um golpe que dá errado. É um filme chiclete e divertido, com ótimas atuações de Pike, Chris Messina e Dianne Wiest**.

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Alma de Cowboy (Concrete Cowboy)

2021 foi um ano onda a plataforma de streaming se debruçou sobre um antigo gênero que há muito estava "esquecido" pelos cinemas, o western - ou faroeste. Com produções para todos os estilos e gostos, a plataforma já começou chutando o pau da barraca com Alma de Cowboy, longa bem emocionante estrelado por Idris Elba e Caleb McLaughlin.

Explorando uma complexa dinâmica de pai e filho em plena Filadélfia, um dos estados dos EUA onde a discussão racial é mais efervescente, o filme tenta a todo momento subverter as lógicas clássicas do faroeste, enquanto introduz uma história de coming-of-age com muito coração e com discussões bem eficazes sobre comunidade e pertencimento na era do Black Lives Matter.

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A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas (The Mitchells vs. the Machines)

De todos os filmes da lista, A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas talvez seja o que mais ressoou com o público em 2021, justamente por ser o conto de uma família aprendendo a lidar com questões internas enquanto o apocalipse se desenrola diante de seus olhos - porém, precisamos lembrar de como é incrível, especialmente com o Oscar de Melhor Animação a caminho.

Produzido pelo mesmo estúdio responsável pelo estupendo Homem-Aranha no Aranhaverso, a animação carrega um espírito rebelde e independente, ao mesmo tempo em que oferece um estilo muito diferente das produções já amadas da Disney - mas mais do que isso, é uma história sobre aceitação e sobre a força das diferenças. Se ainda não assistiu, reúna a família e aproveite!

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A Mulher na Janela (The Woman in the Window)

Já chegamos em dezembro e talvez seja a hora de admitir: Fomos um pouco injustos com A Mulher na Janela, não é mesmo? O filme foi produzido pela Fox mas acabou num limbo do estúdio, tanto por conta da venda da Fox para a Disney quanto pelos rumores de que era uma catástrofe que precisou ser "corrigida" diversas vezes na pós-produção.

E, verdade seja dita, ele é sim uma bomba no que diz respeito às ambições, mas a obra baseada no livro homônimo de A.J. Finn também tem seus méritos, especialmente em uma época onde o camp tem ressurgido com força nos cinemas, vide Maligno. Amy Adams acertou em cheio dessa vez, muito comprometida em sua luta contra a ditadura do bom gosto!

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Oxigênio (Oxygen)

Alexandre Aja é um diretor que já nos premiou com o melhor do terror e do suspense ao longo de sua carreira, através de filmes como Alta Tensão, Viagem Maldita e o recente Predadores Assassinos. Em 2021, ele retorna em grande estilo com Oxigênio, a história de uma mulher que acorda sem memórias em uma câmara criogênica, ficando cada vez mais sem ar.

Um ótimo exemplo de suspense e ficção científica, o filme não nos poupa de momentos genuinamente apavorantes, que tiram o fôlego com alta eficácia (perdão pelo trocadilho). E de quebra, ainda temos uma atuação brutal por parte de Mélanie Laurent - que muitos de vocês devem se lembrar como a Shosanna de Bastardos Inglórios.

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Vingança & Castigo (The Harder They Fall)

Dando continuidade ao revival dos faroestes, a Netflix também lançou o aguardado Vingança & Castigo, filme estrelado por um elenco ímpar - e que também toca em algumas questões raciais, como Alma de Cowboy. O filme marca a estreia de Jeymes Samuel na direção de longa-metragem e ainda traz nomes como Jonathan Majors, Zazie Beetz e Regina King.

Aqui, somos apresentados a um fora-da-lei que descobre que seu maior rival está prestes a sair da cadeia. Para isso, ele reúne um grupo letal para partir em busca de vingança por um evento trágico que vivenciou nas mãos do seu inimigo. Cheio de cenas marcantes e personagens memoráveis, Vingança & Castigo merece ser lembrado por anos.

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Identidade (Passing)

Com muitas chances de indicações no Oscar, Identidade é o primeiro trabalho de Rebecca Hall como diretora, baseado no livro de Nella Harsen. Aqui, somos apresentados à dinâmica de duas mulheres negras, vivendo em um país cheio de problemas raciais como os Estados Unidos. A diferença entre elas? Uma tem a pele clara e pode se "passar" por branca.

Identidade nos convida a ver como as coisas não são preto no branco e como as tensões raciais podem existir dentro da própria comunidade negra, ao mesmo tempo em que trata do colorismo como o principal norte de sua narrativa. No fim, temos uma incrível fotografia em preto-e-branco e as belas interpretações de Ruth Negga e Tessa Thompson.

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7 Prisioneiros

O cinema brasileiro sempre teve a tendência de explorar conflitos e questões da vivência do nosso país, e 7 Prisioneiros entra nessa jogada dando um novo olhar a um problema que continua sendo real: a escravidão em tempos modernos, enquanto pessoas se aproveitam de quem vive em condições mais precárias.

Aqui, seguimos a história de Mateus, um garoto do interior que tenta a vida em São Paulo, mas acaba sendo atraído para um esquema de tráfico humano por seu captor, Luca (interpretado pelo nosso querido Rodrigo Santoro). Em um período onde as discussões sociais se fazem cada vez mais urgentes, 7 Prisioneiros é uma ótima pedida.

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tick, tick... BOOM!

O mais novo filme de Andrew Garfield é de uma beleza sem tamanho, que pode ter sido um pouco ofuscado devido à participação do ator em um outro projeto que muitos de vocês viram por aí nos últimos dias. Dirigido por Lin-Manuel Miranda, o filme se propõe a analisar os últimos anos do músico e dramaturgo Jonathan Larson.

Com uma atmosfera musical quase onírica e um verdadeiro show de estrelas para os fãs da Broadway - o que conta com a participação de várias figuras do ramo teatral -, o filme mostra mais do talento desenfreado de Garfield, além de ser um retrato tocante da vida de um artista que nunca encontrou o sucesso desejado enquanto estava vivo.

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Ataque dos Cães (The Power of the Dog)

E finalizando um (ótimo) ano para faroestes na Netflix, tivemos também o recente lançamento de Ataque dos Cães, um dos filmes mais elogiados do ano e que certamente terá seu lugar garantido no Oscar e na temporada de premiações. O longa é dirigido por Jane Campion e traz nomes como Benedict Cumberbatch, Kirsten Dunst e Jesse Plemons em seu elenco.

Baseado no livro homônimo de Thomas Savage, Ataque dos Cães é uma delicada história que subverte certos tropos e arquétipos do western enquanto desmistifica a masculinidade de seu protagonista e observa outras nuances, como sexualidade e afeto. É um filme excepcional que mostra como a plataforma está dando voz a criadores e autores, em um período onde as salas de cinemas se tornaram um antro exclusivo dos blockbusters.