Homem-Aranha: Sem Volta para Casa – As 5 melhores e 5 piores coisas do filme

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Homem-Aranha: Sem Volta para Casa – As 5 melhores e 5 piores coisas do filme

Por Gus Fiaux

Lançado no final do ano passado, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa alcançou uma bilheteria descomunal e trouxe um desfecho mais do que eletrizante para a primeira trilogia do Amigão da Vizinhança no Universo Cinematográfico da Marvel – e pelo visto, a Sony ainda não se cansou do filme, já que lançará uma versão estendida no dia 7 deste mês.

Com um elenco monumental e uma história ainda maior, o filme mergulha no Multiverso ao nos trazer dois personagens muito queridos de volta: os Aranhas vividos por Andrew Garfield Tobey Maguire. Mas, passado quase um ano desde o lançamento original, será que o filme sobreviveu ao teste do tempo? Aqui, reunimos as 5 melhores e as 5 piores coisas de Sem Volta para Casa!

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Ruim: A direção de Jon Watts

É quase um consenso entre os fãs do Universo Cinematográfico da Marvel que, entre todos os diretores já escolhidos para comandar longas da franquia, um dos menos criativos e originais é Jon Watts. Se, por um lado, ele até consegue dar um clima mais indie no primeiro filme do aracnídeo, todas as duas sequências só trouxeram decepções em termos de direção.

Porém, em Sem Volta para Casa, esses problemas ficam mais aparentes. Watts não consegue fazer cenas de ação realmente empolgantes, já que sua câmera não capta a grandeza dos personagens em cena. O diretor também tem sérios problemas na hora de definir o ritmo do filme, e a fotografia aqui não só é pouco inspirada, como também se escora muito em efeitos visuais.

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Bom: O arco de Peter Parker

Entre erros e acertos, o Peter Parker de Tom Holland sempre foi um personagem carismático ofuscado pela necessidade das conexões com todo o Universo Cinematográfico da Marvel - tanto que ganhou a alcunha de "Aprendiz de Ferro", já que sempre parecia estar embaixo da asa de Tony Stark, mesmo após a morte do Vingador Dourado.

Aqui, pela primeira vez, temos um arco que valoriza e enaltece o herói - não só por ele ser o foco central do filme, mas também por ser obrigado a tomar decisões muito difíceis. O final de Sem Volta para Casa, por exemplo, é um dos melhores momentos do herói em todo o MCU, já que pela primeira vez ele mostra um lado responsável e altruísta.

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Ruim: A primeira metade do filme

Verdade seja dita, muitos saíram das sessões de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa empolgados com toda a ação do ato final, além das participações especiais. Porém, a primeira metade do filme é uma das coisas mais entediantes que saiu no ano passado, quase como um teste de paciência para o público.

Nem mesmo o gancho deixado pelo filme anterior, Longe de Casa, dá uma sustentação interessante para a trama que se desenrola na nossa frente, já que o "segredo vazado" de Peter Parker é tratado de um jeito totalmente apático. É quase como se o filme estivesse enchendo linguiça, durante uma hora, para entregar o que todos queriam ver apenas no terceiro ato.

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Bom: A morte de May Parker

Durante anos, as sessões de comentários de todos os sites de cultura pop se encheram com reclamações e críticas dos fãs à ausência do Tio Ben na franquia do Aranha no Universo Cinematográfico da Marvel. E faz sentido, se levarmos em conta que Ben sempre foi uma figura paterna para Peter nas HQs - um cargo que foi substituído pelo Homem de Ferro nos filmes.

Felizmente, Sem Volta para Casa mostra uma subversão disso tudo ao colocar May Parker como a "mentora" oficial do Amigão da Vizinhança - tanto que ela até diz a frase icônica sobre grandes poderes e grandes responsabilidades, em um dos momentos mais emocionantes do longa. Aqui, Marisa Tomei rouba a cena e nos faz derrubar muitas lágrimas.

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Ruim: Tudo envolvendo o Doutor Estranho

Desde que foi apresentado, em 2016, o Doutor Estranho se tornou um dos heróis mais interessantes e curiosos do Universo Cinematográfico da Marvel, desempenhando um papel fundamental na Guerra Infinita e com várias portas abertas para um futuro de possibilidades. Porém, em Sem Volta para Casa, as coisas ficaram realmente... estranhas.

O personagem parece completamente fora do tom em relação às suas aparições anteriores, tanto que está muito mais bem-humorado e cheio de piadinhas. Não apenas isso, mas ele não parece ter um pingo de bom senso sobre suas responsabilidades como mago, o que causa todo o caos que vemos ao longo do filme. No fim, ele é apenas um recurso narrativo.

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Bom: O trio principal de vilões

Desde a trilogia de Sam Raimi, os filmes do Homem-Aranha são bem conhecidos por seus vilões icônicos e bem desenvolvidos, e até mesmo a era de Tom Holland nos entregou isso com Mystério e o Abutre. Aqui, no entanto, temos uma compilação dos "maiores sucessos" das franquias anteriores, com vilões vindos de vários cantos do Multiverso.

O trio principal, no entanto, é o grande destaque. O Doutor Octopus de Alfred Molina carrega consigo um peso emocional muito envolvente, ao mesmo tempo em que não renega suas origens. O Electro de Jamie Foxx tem a chance de se redimir pela sua participação em O Espetacular Homem-Aranha 2, com um novo visual e uma postura menos caricata.

No entanto, é o Duende Verde de Willem Dafoe quem realmente dá o tom do filme. Insano tanto quanto é humanizado, ele dá uma nova face para o personagem e passa por uma grande transformação. Aliás, é bem curioso como o longa não é punitivo com seus antagonistas, e em troca mostra Peter escolhendo uma alternativa positiva e gentil para ajudá-los.

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Ruim: Os outros antagonistas

Porém, se o Duende Verde, o Doutor Octopus e o Electro são muito bons, o mesmo não se pode dizer a respeito do Lagarto e do Homem-Areia, que são apenas jogados na trama e não possuem sequer um arco próprio, servindo apenas como sacos de pancadas de CGI na hora que a ação atinge seu ápice.

Mesmo com ótimos atores (Rhys Ifans e Thomas Haden Church), os dois antagonistas são escanteados e não possuem um momento de destaque sequer. Para piorar, algumas de suas cenas foram retiradas de filmes anteriores (O Espetacular Homem-Aranha 2 e Homem-Aranha 3) e reeditadas digitalmente, o que fica bem nítido para os fãs mais atentos.

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Bom: Aranhas em ação!

Não há como explicar o sorriso no rosto dos fãs quando Tobey Maguire e Andrew Garfield aparecem para auxiliar o Aranha de Tom Holland na batalha final. Desde a primeira cena em que um portal se abre, podemos ver a grandiosidade desses personagens e, imediatamente, nos lembramos de suas respectivas franquias e histórias.

Nesse sentido, a batalha final é muito interessante - apesar da fotografia bem escura e a câmera apática de Jon Watts. É maravilhoso ver os três Aranhas lutando contra seus vilões clássicos, cada um com seu estilo particular e suas próprias piadas, o que certamente se destaca como uma das melhores cenas de luta de todo o Universo Cinematográfico da Marvel.

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Ruim: Sobrecarga de nostalgia e referências

Por outro lado, o filme também se escora - até demais - na nostalgia dos fãs. Em vez de construir sua própria história e trabalhar seus personagens com a devida atenção, Sem Volta para Casa exige que seu público já vá preparado com o conhecimento das franquias anteriores do herói, o que faz com que ele seja mais um subproduto do passado que uma obra própria.

Tudo bem que o Universo Cinematográfico da Marvel já codificou uma fórmula bem-sucedida onde cada filme é apenas uma engrenagem em um sistema muito maior, mas esse terceiro filme perde o ponto no momento em que grande parte de sua história depende dessas conexões e easter-eggs, mesmo que a maioria desses símbolos não seja bem utilizada.

O J. Jonah Jameson de J.K. Simmons é um exemplo perfeito disso: um personagem deslocado que não tem nenhuma utilidade na trama, e está ali apenas para arrancar dinheiro dos fãs que gostavam do personagem na saga de Sam Raimi. Até mesmo a aguardada participação do Demolidor é fraca, pois não tenta fazer nada com um personagem tão profundo e importante.

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Bom: O encerramento dos ciclos

Mesmo com a sobrecarga de nostalgia, ainda é recompensador ver como o filme encerra não apenas a trilogia de Tom Holland, mas também as sagas de Tobey Maguire e Andrew Garfield de um modo muito respeitoso. Por um lado, vemos o Peter Parker de Holland sendo finalmente o herói que queríamos ver desde sua introdução no MCU.

Quanto ao Aranha de Tobey, ele está ali quase como um mentor, como a versão mais velha e mais experiente do herói, que traz sua sabedoria para o campo de batalha e inspira não só o Aranha/Tom, mas também o Aranha/Andrew a serem pessoas melhores, heróis melhores. E é até divertido ver que ele ainda está lutando por Mary Jane Watson.

Mas a melhor conclusão é, sem dúvidas, a do Peter de Andrew, que foi muito prejudicado pela própria Sony na saga do Espetacular Homem-Aranha - tanto que nem teve seu terceiro filme. Aqui, ele finalmente tem a chance de "se redimir" pela morte de Gwen Stacy, ao salvar MJ em uma das cenas mais emocionantes e bonitas de todo o filme.