8 filmes de terror com os piores finais

Capa da Publicação

8 filmes de terror com os piores finais

Por Gus Fiaux

O cinema de horror funciona com uma série de convenções e arquétipos que precisam ser bem equilibrados para causar no público um medo profundo e visceral. Por isso, a catarse de um bom final é imprescindível para esse tipo de filme, já que é capaz de nos oferecer a salvação em uma bandeja ou então uma visão niilista da nossa própria humanidade.

Mas não são todos os filmes que estão muito preocupados em fazer um desfecho decente e condizente com tudo que vimos até então. Várias produções se atropelam no caminho e já entregam o melhor em seus dois primeiros atores, resultando em uma conclusão nem um pouco impactante. Aqui, reunimos 8 filmes de terror com finais bem ruins!

Imagem de capa do item

Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado (1997)

Lançado em 1997, Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado surfou na onda da renascença dos slashers que veio com o primeiro Pânico - e o seu roteiro foi escrito por Kevin Williamson, um dos criadores da franquia do Ghostface (embora tenha sido escrito antes de Pânico, o filme saiu meses depois).

Muitos se lembram desse como sendo um clássico do horror, e embora haja muitos motivos para isso - incluindo cenas de perseguição marcantes, uma premissa bem instigante e personagens memoráveis -, não dá para dizer que o final é necessariamente bom ou interessante.

Na trama, um grupo de amigos é perseguido após terem escondido um crime há um ano. A revelação de quem é o assassino não é tão interessante, já que se trata de alguém que não aparece ao longo de todo o filme - e o "embate final" entre os mocinhos e o vilão é bem anticlimático, em comparação a todo o resto do longa.

Imagem de capa do item

Prova Final (1998)

Outro filme escrito por Kevin Williamson e que também conta com uma ótima história até seu tão temido final, Prova Final foi lançado em 1998 e conta como uma invasão alienígena que transforma os seres humanos no "ideal conservador", em uma crítica social bem afiada.

A trama então gira em torno de um grupo de adolescentes que tenta evitar a tomada desses seres extraterrestres, enquanto evitam o conformismo que é imposto a eles. Porém, o final do filme se passa um mês após os alienígenas terem sido derrotados, e oferece uma visão açucarada que não combina com o que veio antes.

Aqui, vemos os personagens "mudando de vida" e deixando de ser rebeldes, apenas para terem as típicas vidinhas de adolescentes de classe média, seja por se transformarem em estrelas do time de futebol ou pessoas populares na escola. Isso vai contra a própria luta dos personagens ao longo do filme.

Imagem de capa do item

Eu Sou a Lenda (2007)

Estrelado por Will Smith e lançado em 2007, Eu sou a Lenda foi uma aguardada adaptação do livro homônimo de Richard Matheson, que traz uma reviravolta muito chocante ao mostrar como, em um mundo dominado por seres monstruosos, um ser humano normal é visto como "assustador".

Infelizmente, o final do filme que foi para os cinemas esquece esse ponto de virada e parte para um "sacrifício" do personagem principal, o que deixa de lado todos os temas de humanidade presentes no livro original, onde somos questionados sobre o papel dos seres humanos em uma nova sociedade.

Felizmente, esse é um dos casos onde você pode não se frustrar com o final, já que foi gravado um encerramento alternativo que segue de perto o plot do livro, com o personagem de Smith descobrindo que os monstros que matou e perseguiu são, na verdade, inteligentes, e ele se tornou o "ser monstruoso" no meio desse universo pós-apocalíptico.

Imagem de capa do item

A Freira (2018)

Embora tenha começado da melhor forma possível, o universo de Invocação do Mal lentamente começou a mostrar seus problemas, sobretudo nos seus spin-offs focados nos demônios e assombrações que conhecemos ao longo da franquia principal.

Um exemplo grotesco é A Freira, filme que prometia explorar a origem do Valak e trazer uma ambientação sombria para contar a história mais tensa e apavorante de toda a saga... mas não é bem isso que acontece, ainda mais com o seu final.

No filme, acompanhamos a noviça Irmã Irene, que em dado momento do filme precisa encontrar uma relíquia contendo o sangue de Jesus Cristo para poder deter o demônio - o que leva a uma batalha final bem tosca. Contudo, o pior acontece quando, ao fim do filme, há uma tentativa bem absurda de conectar a trama do derivado a Invocação do Mal, e que só soa ridícula.

Imagem de capa do item

Cemitério Maldito (2019)

Quando falamos de Stephen King, temos perigo em dobro, já que o autor é bem conhecido por seus finais... controversos. Porém, algumas adaptações vão fundo e conseguem entregar desfechos ainda mais polêmicos, como é o caso do remake de Cemitério Maldito lançado em 2019.

A trama segue de perto a história do original, com a diferença de que, nessa versão, é a filha de Louis Creed que morre atropelada (e posteriormente é ressuscitada no cemitério indígena), e não seu filho mais novo. A partir disso, vemos uma sequência de mortes grotescas provocadas pela garota renascida.

O filme, no entanto, aposta em um final cínico que acaba mais parecendo um desfecho "feliz" e bobo. Aqui, após matar seu pai e sua mãe, Ellie Creed os leva até o cemitério, onde eles são ressuscitados. Juntos, os três partem em busca do filho mais novo, para completar sua família tradicional de zumbis...

Imagem de capa do item

Espíritos Obscuros (2021)

Lançado em 2021 e produzido por Guillermo del Toro, o terror Espíritos Obscuros conta com uma ótima premissa e um suspense que nos faz roer as unhas. No entanto, o filme não sabe oferecer um desfecho satisfatório, e o seu final é, no mínimo, depressivo.

Na trama, uma professora começa a suspeitar que um de seus alunos está em um lar abusivo. Após muita investigação, ela descobre que o pai do garoto se transformou em um Wendigo e tem mantido seu filho mais velho, o irmão do garoto, em cárcere privado.

Ao final, a professora precisa matar não apenas o pai, mas também o irmão do menino na frente dele. Quando a maldição parece ter se esvaído, vemos que o irmão da mulher (o xerife da cidade) também se transformou em um Wendigo. É um final niilista e pessimista, mas que soa cruel com todos os personagens frente a tudo que eles sofreram.

Imagem de capa do item

Tempo (2021)

Se Espíritos Obscuros peca por seguir um final opressivo demais que não dá um momento catártico para os personagens e o público, Tempo, de M Night Shyamalan segue na direção oposta, e entrega um desfecho tão feliz e "bonitinho" que destoa de tudo que vimos até ali.

A trama segue um grupo de pessoas que ficam presas em uma praia. Em um dia, elas começam a envelhecer muito rapidamente, o que balança todas as dinâmicas que acompanhamos e faz os personagens reavaliarem sua própria mortalidade e como a vida é efêmera.

O "problema" do final é que a praia é usada como campo de testes por uma companhia farmacêutica que quer testar seus produtos. Ao fim, Maddox e Trent, duas crianças que se tornaram adultos na praia, conseguem fugir e denunciam a companhia, antes de se abraçarem felizmente - mesmo após o rápido envelhecimento e morte de seus pais.

Imagem de capa do item

Men: Faces do Medo (2022)

Nos últimos anos, o horror foi inundado com filmes dispostos a tecer afiadas críticas sociais - um bom exemplo disso é o excelente Corra!, dirigido e escrito por Jordan Peele. No entanto, não são todos que conseguem criar boas histórias para servir de base para suas metáforas e alegorias.

Men: Faces do Medo, de Alex Garland, talvez seja o que melhor se encaixa nessa categoria. O filme segue uma mulher que se isola em uma casa no interior da Inglaterra, após testemunhar a morte de seu marido abusivo. E durante essa estadia, ela começa a ter visões estranhas.

Todas essas visões envolvem homens que possuem o mesmo rosto. Ao fim, a mulher confronta essas entidades que se transformam e revelam seu falecido marido. A ideia é até interessante, mas fica a impressão de que Garland (que também escreveu o roteiro) pensou demais em uma alegoria mas não foi capaz de construir uma trama boa para encaixá-la.