Lançado em 2013, Invocação do Mal foi um filme de terror tão amado e bem-sucedido que a Warner não perdeu tempo e logo lançou um universo compartilhado inteiro, dando filmes para a boneca Annabelle e outros "vilões" da franquia principal focada nas missões de Ed e Lorraine Warren. Porém, com o passar do tempo, cada um desses spin-offs foi cansando, ao ponto de que até o terceiro filme da saga principal não animou os fãs.

Agora, em 2023, teremos o lançamento de A Freira 2, continuação do longa de 2017 que prometeu horrores e entregou tédio. Há uma chance do filme ser muito bom, já que será escrito porAkela Cooper (a responsável pelos roteiros de Maligno e M3GAN, duas excelentes farofas descompromissadas). Porém, só de saber que a direção fica por conta de Michael Chaves (de Invocação do Mal e A Maldição da Chorona), ficamos com o pé atrás.

Se o universo de Invocação do Mal já está nas últimas, Jogos Mortais é uma franquia que já morreu, foi ressuscitada, morreu de novo e continuará nos assombrando pelo resto dos nossos dias. Após diversas sequências ruins e um "spin-off" pior ainda protagonizado por Chris Rock e Samuel L. Jackson, teremos um décimo capítulo que vai marcar o retorno de John Kramer, o assassino conhecido como Jigsaw.

Embora a franquia tenha sido muito popular nos anos 2000, quando existia uma alta procura pelo subgênero do torture porn e todos só queriam ver corpos sendo mutilados das formas mais grotescas o possível, o cansaço da saga já está evidente desde seu terceiro filme - e por melhor que seja, o que honestamente duvidamos que será, é bem pouco provável que esse décimo capítulo consiga revitalizar essa história novamente.

Lançado em 2019, Parasita foi um sucesso sem precedentes, que não só cimentou a popularidade do cinema sul-coreano no mundo, como também mostrou uma mudança positiva na indústria cinematográfica como um todo - tanto que o filme ganhou o Oscar de Melhor Filme, surpreendendo uma multidão de pessoas que nunca haviam visto a cerimônia premiar um filme estrangeiro com sua principal estatueta.

Desde então, a HBO anunciou uma série "spin-off", que supostamente se passaria no mesmo universo do original e traria Adam McKay (de Vice e Não Olhe Para Cima) como produtor. E mesmo que a presença de Bong Joon-ho como um dos roteiristas anime um pouco, por ter escrito e dirigido o longa original, muitos suspeitam que a série seja apenas um remake do filme em inglês, para o americano médio preguiçoso que não lê legendas.

Alfred Hitchcock é um daqueles diretores cuja obra deveria ser sagrada, ao menos para quem aprecia o cinema e sua história. Com mais de cinquenta filmes em sua extensa carreira, ele foi o responsável por clássicos que não só são lembrados até hoje como também aprimoraram a linguagem da Sétima Arte. E entre esses filmes, temos Vertigo, ou Um Corpo que Cai, que é tido por muitos como o melhor filme de todos os tempos.

No entanto, Hollywood já está de olho nesse projeto e pretende lançar o seu mais novo remake, adaptando o clássico de Hitchcock, dessa vez produzido e (talvez) estrelado por Robert Downey Jr.. Tem chances disso ficar bom? Claro que tem, mas é bem pouco provável que uma releitura se compare à beleza e à importância do original. Pelo menos, talvez sirva para apresentar o filme de 1958.

Desde que a Sony entrou no mercado dos filmes de super-heróis para bater de frente com o sucesso do Universo Cinematográfico da Marvel, o estúdio tem mostrado decisões cada vez mais absurdas. Venom e sua sequência podem até ter arrancado alguns sorrisos do público, mas Morbius é um verdadeiro desastre e ninguém parece animado para os aguardadíssimos Kraven, o Caçador e Madame Teia.

No entanto, o estúdio prova que não está nem aí para o que os fãs pensam, e já encomendou um filme solo do El Muerto. "Quem é esse aí?", você se pergunta, e a resposta é: "ninguém sabe". Ou melhor, quase ninguém, já que o vilão apareceu em apenas duas edições do Homem-Aranha em toda a história da Marvel Comics. Claro, isso parece uma baita promoção para o cantor Bad Bunny, que está se lançando no cinema... mas nada além disso.

O Universo Cinematográfico da Marvel está sempre se expandindo e dando ao público uma quantidade absurda de produções por ano. Os filmes da saga nem sequer funcionam mais de forma independente, já que funcionam como um compilado de teasers para mais vinte mil produções (que por sua vez, serão compilados de teasers para novas obras e por aí vai). E no fim, já não parece fazer sentido algumas decisões criativas de Kevin Feige.

Claro, Agatha Harkness foi um dos destaques de WandaVision, em grande parte graças à atuação tresloucada de Kathryn Hahn - e por mais que estejamos dispostos a ver a vilã retornando no futuro, não há como não ficar desconfiado com o lançamento de Agatha: Coven do Caos, ainda mais levando em conta que a personagem nem sequer teve um título mensal nas HQs. Podemos pagar a língua? Claro que sim... mas precisávamos disso?

Com lançamento marcado para o mês que vem, Flamin' Hot: O Sabor que Mudou a História parte de uma premissa super convidativa (para não dizer o contrário). Aqui, acompanharemos a história de Richard Montañez, um zelador que foi responsável pela criação do Flamin' Hot Cheetos - sim, um dos sabores da famosa marca de salgadinho. Afinal, quem nunca quis saber da história do criador desse sabor específico de salgadinho?

Nos últimos anos, Hollywood tem se voltado para as biografias mais insípidas e desinteressantes da história. Basta pensar que, no começo deste ano, nós tivemos o lançamento de Air: A História do Logo, uma crônica sobre a origem do tênis Air Jordan. Para os fãs de marcas e empresas, parece ser um paraíso na terra - mas para quem tem a cabeça no lugar, só soa como um sintoma claro de falência criativa.

A Disney tem feito um bom dinheiro graças ao lançamento dos remakes em live-action de suas animações mais famosas. Por um lado, se os fãs mais saudosistas estão bem felizes em ver as mesmas histórias sendo recontadas com visuais menos interessantes e pouquíssimas mudanças na narrativa, por outro, os detratores do estúdio reclamam de como toda a "magia" morreu e foi substituída por uma série de decisões puramente mercadológicas.

Por isso, quando o remake live-action de Moana foi anunciado, nem todo mundo se animou com a notícia - afinal de contas, não só a animação foi lançada em 2016 - ou seja, há menos de dez anos - como também o novo filme manterá o mesmo elenco, trazendo Auli'i Cravalho e The Rock nos papéis de Moana e Maui, respectivamente. Desnecessário? Com certeza. Mas vai ter quem pague para assistir...

Durante anos, Harry Potter foi uma mina de ouro para a Warner Bros., mas recentemente a franquia passou por uma bela fase de caos criativo, com o fracasso comercial da franquia Animais Fantásticos e uma ausência de rumo da saga que acompanhou milhões de fãs desde seu surgimento. Então, o que o estúdio decidiu fazer? Isso mesmo, anunciar um remake da franquia - dessa vez, como uma série que será lançada pelo (HBO) Max.

Polêmicas da criadora do universo à parte, realmente é necessário termos um reboot completo de uma saga cuja adaptação cinematográfica terminou há pouco mais de uma década? A desculpa dada pela Warner é que a história vai seguir de forma mais fiel os livros originais, com um novo elenco, mas não seria bem mais interessante dar esse universo nas mãos de alguém com mais capacidade para criar algo novo e manter a mitologia da franquia viva?