10 filmes que fracassaram no cinema mas foram um sucesso no streaming

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10 filmes que fracassaram no cinema mas foram um sucesso no streaming

Por Gus Fiaux

Nos últimos anos, temos passado por uma grande mudança na forma como consumimos filmes e séries de TV – em grande parte, graças à chegada do streaming. Porém, diversos outros fatores impactaram nossa relação com a mídia, como a pandemia, as greves de atores e roteiristas em Hollywood e até mesmo uma transformação no público, vide recentes fracassos de grandes impérios midiáticos, como a Disney e a Marvel.

No entanto, o streaming continua potente como uma “segunda casa” para várias estreias que, originalmente, não conseguiram arrecadar uma boa grana nos cinemas. Às vezes, os filmes inclusivem fazem tanto sucesso nas telinhas que continuações são anunciadas para as telonas – e aqui, reunimos 10 filmes que fracassaram mas fizeram sucesso nos streamings!

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Boneco de Neve (2017)

Dirigido por Tomas Alfredson e estrelado por Michael Fassbender, o thriller Boneco de Neve, baseado no livro homônimo de Jo Nesbø foi um fracasso de crítica e bilheteria na época de seu lançamento. Com um orçamento estimado de 35 milhões de dólares, o filme arrecadou apenas US$ 43 milhões e estreou com 7% de aprovação no Rotten Tomatoes.

Odiado pelos fãs do romance original, o filme acabou estreando na Netflix em abril do ano passado, e de acordo com o Yahoo! Finance, logo ascendeu ao topo da lista de mais assistidos da plataforma de streaming, gerando um grande número de discussões e debates nas redes sociais - e também novas críticas sobre sua qualidade.

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Aves de Rapina (2020)

Lançado em 2020, pouco antes da pandemia do COVID-19 se alastrar por todo o globo e resultar no fechamento dos cinemas, Aves de Rapina foi um projeto arriscado para a DC Comics, que acabou sendo prejudicado por um marketing desinteressante e uma ativa campanha de ódio nas redes. O filme, que custou US$ 100 milhões, arrecadou só o dobro desse valor.

Porém, quando foi lançado no HBO Max, o longa acabou passando várias semanas na lista dos mais vistos da plataforma. Por um tempo, o estúdio até considerou dar spin-offs para outras heroínas do enredo, como a Canário Negro - porém, esses planos foram enterrados com o fim do DCEU e o anúncio do novo DCU de James Gunn. Aliás, falando nele...

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O Esquadrão Suicida (2021)

Lançado cerca de um ano e meio após Aves de Rapina (e mais uma vez com a Arlequina de Margot Robbie), o aclamado O Esquadrão Suicida era um projeto muito aguardado: era a primeira obra de James Gunn para a DC Comics, desenvolvido na época em que o diretor havia sido demitido da Marvel Studios e planejado como um "reboot" do filme de 2016.

Porém, o longa foi lançado bem no meio da pandemia do COVID-19, e fez parte de uma estratégia peculiar da Warner Bros, de lançar filmes no cinema e nos streamings simultaneamente. Como resultado, o longa teve um fraco desempenho comercial, arrecadando apenas US$ 168 milhões, mas foi um baita sucesso no HBO Max e conquistou aclamação dos fãs e da crítica.

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Mortal Kombat (2021)

Outro filme que também sofreu bastante com os impactos da pandemia (e que também encontrou um sucesso pelo HBO Max) foi Mortal Kombat, a adaptação live-action da popular franquia de jogos de luta. Produzido por James Wan, o filme passou anos no limbo criativo de Hollywood, até que tomou forma e foi lançado em plena crise do COVID-19.

Como parte da iniciativa da Warner, o longa acabou recebendo uma estreia simultânea nos cinemas e no HBO Max. Porém, se nas telonas ele acabou sendo uma decepção comercial, arrecadando menos de US$ 85 milhões, nas telinhas ele foi assistido em mais de 3,8 milhões de residências - só nos EUA. O sucesso foi tanto que a Warner já está produzindo uma sequência.

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O Último Duelo (2021)

Conhecido por grandes sucessos como Alien: O Oitavo Passageiro, Gladiador e Thelma e Louise, Ridley Scott tem demonstrado um grande apreço por épicos históricos nos anos mais recentes de sua carreira. Um exemplo é o ótimo O Último Duelo, estrelado por Matt Damon, Adam Driver, Ben Affleck e Jodie Comer.

A trama acompanha três pontos de vista, e segue uma dama que acusa outro homem de abuso sexual durante a Idade Média. Enquanto isso, o marido da mulher, um cavaleiro, desafia o suposto agressor para um duelo. O longa foi um baita fracasso comercial, arrecadando US$ 30 milhões com base em um orçamento de 100 milhões. Porém, ele logo se tornou um dos filmes mais assistidos do HBO Max e da Hulu.

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Matrix Resurrections (2021)

Quase vinte anos desde o lançamento de Matrix Revolutions, a franquia das Irmãs Wachowski retornou aos cinemas (dessa vez, sob comando apenas de Lana) para uma nova aventura. Intitulado Matrix Resurrections, aqui temos o retorno de Neo e Trinity em um "novo mundo", onde os dois precisam relembrar seu passado e derrubar novamente o sistema.

Impactado por uma recepção mista das críticas e do público, o quarto longa da franquia custou US$ 190 milhões aos cofres da Warner, e arrecadou apenas US$ 159 milhões nas bilheterias. No entanto, ele também foi um dos afetados pela política de lançamento simultâneo nos cinemas e no HBO Max - e foi no streaming que ele se consagrou, exibido em 2,8 milhões de residências nos EUA em seus primeiros cinco dias no catálogo.

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Lightyear (2022)

2022 e 2023 foram anos particularmente perigosos para a Disney, que viu o seu próprio império midiático decaindo nos lucros. Um exemplo marcante (e surpreendente) disso é Lightyear, o "filme dentro do filme" do universo de Toy Story, que teria dado base ao boneco do astronauta que todos já conhecemos e amamos.

Com um marketing pesado e uma divulgação que tentou, a todo custo, não confundir ainda mais o público com essa premissa, o filme arrecadou apenas US$ 22 milhões a mais que seu orçamento colossal de US$ 200 milhões. A bonança só veio quando o filme entrou para a o Disney+, onde se tornou o filme mais assistido do catálogo em 2022.

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Mundo Estranho (2022)

Se, por um lado, muitos conectam o fracasso de Lightyear a uma produção incessante de continuações e franquias por parte da Disney, outros dizem que o estúdio está encontrando problemas para "vender o peixe" dos seus projetos originais. Considerando o resultado de Mundo Estranho, não é difícil entender o porquê.

Lançado nos cinemas em 2022, o filme teve um orçamento estimado de 180 milhões de dólares, e acabou arrecadando apenas US$ 73,6 milhões em sua exibição nos cinemas. O projeto acabou ganhando uma sobrevida dentro do Disney+, onde se tornou o conteúdo mais assistido por semanas após o seu lançamento.

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Air: A História Por Trás do Logo (2023)

Apesar da situação dos cinemas ter se estabilizado um pouco ao longo dos dois últimos anos, ainda temos um ou outro caso bizarro em mãos. Air: A História Por Trás do Logo é um desses: um filme sobre como a Nike deu início ao selo Air Jordan, apostando em um jogador desconhecido na época - ninguém menos que Michael Jordan.

Dirigido, produzido e estrelado por Ben Affleck, o filme originalmente iria ser lançado apenas pelo Prime Video, até que a Amazon decidiu investir em um grande lançamento nos cinemas - que resultou em fracasso comercial, arrecadando apenas US$ 90 milhões. Porém, ao chegar no Prime Video, o filme foi assistido por mais de um milhão de pessoas em seu lançamento.

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Missão: Impossível - Acerto de Contas: Parte Um (2023)

Em Hollywood, "fracasso" é relativo. Um filme pode ter feito uma boa grana e, ainda assim, ter sido um fracasso por não atender às expectativas do estúdio e/ou dos executivos - um caso bem recente é Missão: Impossível - Acerto de Contas: Parte Um, que arrecadou US$ 560 milhões. Nem de longe o valor é ruim, mas o filme custou quase 300 milhões, e a expectativa era maior.

O problema esteve no timing de seu lançamento, já que o filme chegou aos cinemas apenas uma semana antes de Barbie e Oppenheimer, que se tornaram um fenômeno em conjunto. Como resultado, o longa de Tom Cruise acabou sendo deixado de lado - mas seu sucesso no streaming foi esclarecedor, já que ele é, até o momento, o mais assistido do Paramount+.