10 filmes que dividiram os fãs e a crítica ao serem lançados

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10 filmes que dividiram os fãs e a crítica ao serem lançados

Por Gus Fiaux

Em matéria de cinema, crítica e público quase sempre andam lado a lado. Quando cada novo filme é lançado, muitos sabem dizer de cara se a obra é boa ou ruim. Contudo, vez ou outra, encontramos discordâncias profundas entre a mídia especializada e o público comum. Alguns filmes são aclamados pela crítica e odiados pelos espectadores e vice-versa.

Isso perpassa a arte e é encontrado em diversos gêneros, como terror, filmes musicais, longas de ação e até mesmo romances históricos. Aqui, reunimos 10 vezes em que a crítica e o público discordaram sobre um filme na época de seu lançamento – desde filmes da DC Comics, da Marvel e até grandes franquias como Star Wars!

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Star Wars: Os Últimos Jedi (2017)

Star Wars é uma franquia muito cultuada na cultura pop. Desde que seu primeiro filme foi lançado, em 1977, o mundo criado por George Lucas conquistou fãs do mundo todo - e por isso, a cada lançamento, a franquia foi ficando cada vez mais controversa. Isso atingiu um ápice com Os Últimos Jedi, filme de 2017 e segundo da "trilogia sequel" da série.

Dirigido por Rian Johnson, Os Últimos Jedi se propõe a desconstruir o que todos sabem desse universo. Os críticos gostaram, garantindo a média de aprovação de 91% no Rotten Tomatoes. No lançamento, os fãs detestaram o filme, e a nota da audiência é de apenas 42% de aprovação. Felizmente, o filme foi "redescoberto" desde então, com muitos passando a amar o capítulo mais ousado da saga.

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Star Wars: A Ascensão Skywalker (2019)

Apesar do sucesso financeiro, as críticas a Os Últimos Jedi não passaram em branco pela Disney. Para a sequência, A Ascensão Skywalker, o diretor J.J. Abrams (que havia dirigido o primeiro da nova trilogia, O Despertar da Força) foi trazido de volta, e a ideia foi fazer um filme que resgatasse os elementos mais clássicos da franquia para agradar os fãs.

Assim, tivemos o retorno de Palpatine/Darth Sidious e uma trama ligada profundamente à mitologia da saga. O resultado agradou os fãs, com média de aprovação de 86% do público. Já os críticos acharam a produção fraca e sem imaginação - ou sem a coragem do anterior. No Rotten Tomatoes, sua média de aprovação da mídia especializada é de apenas 52%.

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O Homem de Aço (2013)

Quando falamos de filmes de super-heróis, é difícil imaginar uma figura mais controversa que Zack Snyder. Ao longo dos anos, seus filmes foram uma forma de cisão entre fãs e críticos, e um bom exemplo disso é O Homem de Aço, o longa inaugural do Universo Estendido da DC, que se propõe a descontruir a imagem do Superman para o mundo.

Apesar dos belos visuais e da "humanização" do herói, o filme ganhou umas críticas bem mornas da mídia especializada, conquistando apenas 56% dos críticos no Rotten Tomatoes. Já os fãs de Snyder consideraram um longa revolucionário, dando início a uma nova era para o cinema de super-heróis - tanto que conta com 75% de aprovação do público.

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Venom (2018)

Indo de um extremo a outro, temos também Venom, filme lançado pela Sony em 2018 e produzido na esperança de criar seu próprio universo com personagens de quadrinhos, bem aos moldes do Universo Cinematográfico da Marvel. O filme apresenta Eddie Brock e seu simbionte homicida, em uma narrativa cheia de humor pastelão e um bromance entre humano e alien.

Isso foi crucial para o público gostar tanto do filme, tornando-o um sucesso de bilheteria com 81% de aprovação dos fãs. Porém, os críticos consideraram um filme genérico que tentava surfar na onda de super-heróis sem apresentar nada de novo ao front - por isso, ganhou média de 30% dos críticos. É seguro dizer que os fãs ganharam, já que a Sony até produziu uma continuação no ano passado, Venom: Tempo de Carnificina.

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Eternos (2021)

Finalizando o segmento dos filmes de super-heróis, não podemos esquecer de Eternos, uma das maiores apostas do Universo Cinematográfico da Marvel no ano passado - tanto que contava com a premiada Chloé Zhao na direção. O longa apresenta uma raça quase imortal de seres poderosos, que precisam proteger o planeta dos temidos Deviantes.

Apesar das altas expectativas e da curiosidade lançada sobre um filme mais "artístico" lançado pela Marvel Studios, Eternos saiu pela culatra e virou o primeiro filme com média de aprovação negativa do MCU, com 47% dos críticos. Os fãs, por outro lado, gostaram mais da empreitada de Zhao, dando uma média de aprovação de 78% por parte do público.

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O Rei do Show (2017)

Musicais frequentemente dividem o gosto dos críticos e do público, em boa parte por conta da linguagem que apresentam, que não cai no gosto de uma boa parte do público. Dito isso, temos dois exemplos de musicais que foram muito mais elogiados pelos fãs que pelos críticos. O Rei do Show, de 2017, entra nessa contagem por ter sido ignorado pela mídia especializada.

Com um elenco composto por Hugh Jackman, Zendaya, Zac Efron e vários outros, o filme caiu nas graças do público pelas suas apresentações cheias de luzes e cores e pelas músicas emocionantes, ganhando 86% de aprovação do público. Os críticos acharam o filme sem profundidade e bobo demais, e por isso ele alcançou média de aprovação de apenas 57%.

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O Rei Leão (2019)

Agora, falando dos remakes live-action da Disney, temos esse - que é um musical também! - e que se tornou uma das grandes bilheterias de 2019, em um claro confronto entre críticos e público. O Rei Leão foi dirigido por Jon Favreau e sua proposta é simples: recriar frame a frame o desenho animado da década de 90 em uma nova animação realista e feita de CGI.

E mesmo com um elenco de vozes assombroso, com Beyoncé e Donald Glover em papéis principais, o filme foi bem condenado pelos críticos, que o consideraram uma refilmagem sem vida e sem alma da animação. Já os fãs amaram rever o mesmo filme em uma nova roupagem - e o contraste é bem claro: 52% dos críticos contra 88% do público no Rotten Tomatoes.

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A Bruxa (2015)

Filmes de terror sempre tiveram um efeito bem curioso na crítica e nos fãs, já que é um dos poucos gêneros onde a opinião desses dois lados sempre foi bem discordante. Na maior parte das vezes, os críticos odeiam um filme, mas o público o ama. Mas aqui, faz-se necessário falar de dois casos onde o que aconteceu foi o exato oposto. E para começar, temos o querido A Bruxa.

Dirigido por Robert Eggers, o filme foi um dos primeiros a inaugurar essa leva recente do "pós-horror". E os críticos ficaram bem impressionados com o projeto, que combina uma atmosfera sufocante com forte pesquisa histórica. O resultado é uma média de 90% de aprovação no Rotten Tomatoes, contra 59% do público, que achou o filme chato e arrastado.

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Nós (2019)

Outro exemplo que cabe bem aqui é Nós, o segundo longa dirigido por Jordan Peele, lançado depois do sucesso estrondoso de Corra!. O filme conta a história de uma família que, aos poucos, é perseguida pelos próprios "clones do mal", em uma narrativa cheia de comentários sociais e o profundo senso de desespero.

Assim como o primeiro longa de Peele, o filme foi aclamado pelos críticos e ganhou aprovação de 93%, sendo considerado um projeto ousado feito por um diretor criativo e original. Mas o público não gostou muito do projeto, e a prova está nos 59% de aprovação popular no Rotten Tomatoes. No fim das contas, é um filme que suscita muito debate e controvérsia.

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A Paixão de Cristo (2004)

Como diz o ditado, nem Jesus Cristo agradou a todos. E o melhor exemplo na situação é A Paixão de Cristo, filme dirigido por Mel Gibson lançado em 2004, contando as últimas horas da vida do filho de Deus na Terra, e toda sua tortura pelas mãos de soldados romanos até o momento da crucificação. O filme é ambicioso, com todo seu diálogo em aramaico e cenas fortes.

Para os críticos, a complexidade da história de Jesus e a esperança passada na sua vida é deixada de lado em prol de um torture porn violento e grotesco. Por conta disso, o filme tem média de aprovação de 49%. Para o público, em especial os mais religiosos, o filme é uma chocante amostra de como Cristo se entregou pela humanidade, e possui aprovação de 80% de seus fãs.