[Crítica] South Park: A Fenda que Abunda Força – Eles estão de volta!

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[Crítica] South Park: A Fenda que Abunda Força – Eles estão de volta!

Por Fernando Maidana

A sequência do elogiado The Stick of Truth leva os personagens de South Park para o universo dos super-heróis.

A fórmula já havia funcionado na série, mas será que deu certo nos videogames?

Imagens: Divulgação

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South Park é uma das séries de TV mais bem sucedidas da história.

No ar desde 1997, a animação trata diversos assuntos reais como desigualdade social, racismo e homofobia em um tom satírico e recheado de humor ácido... em um nível que pode até mesmo ofender o espectador.

Agora, A Fenda que Abunda Força ajuda a difundir o espírito da série nos videogames, mais uma vez.

Mas será que o novo jogo conseguiu ser tão bom quanto o primeiro e honrar o legado da animação?

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A Fenda que Abunda Força é uma sequência direta do primeiro jogo.

Para os que estavam familiarizados com The Stick of Truth, é extremamente divertido e prazeroso retornar a esse universo e ver como as coisas se desdobram em um novo capítulo.

Para quem está mergulhando, pela primeira vez, no mar de referências de South Park, a chegada pode ser um pouco conturbada e o jogador ficar perdido em um primeiro momento, mas logo as peças começam a se encaixar.

A temática do RPG dá lugar para os populares filmes de super-herói e Eric Cartman decide reunir Guaxinim e Amigos para resgatar um gatinho desaparecido.

Acontece que ele decide fazer a "boa ação" apenas pela recompensa de 100 dólares, com a intenção de produzir um filme de super-herói.

Logicamente, nem todos os heróis poderão aparecer em seu filme e isso leva à ruptura da equipe e o surgimento do grupo Amigos da Liberdade, basicamente uma Guerra Civil no universo South Park.

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Mais uma vez, o jogador entra na pele do garoto que acabou de chegar à cidade. Você pode utilizar o mesmo personagem, caso tenha finalizado o primeiro jogo, ou escolher criar um novo.

A customização em A Fenda que Abunda Força ficou ainda mais específica. Você pode escolher se seu personagem será negro, branco, asiático, homossexual, se não sente-se atraído por gênero algum. Enfim, as possibilidades são quase infinitas.

E essas escolhas influenciarão de alguma maneira no andamento do jogo, ainda que minimamente.

Sua classe é o que realmente fará a diferença na jogabilidade.

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Diferente do que acontecia no primeiro jogo, aqui suas escolhas de habilidades e classes realmente fazem a diferença no modo como você encara a aventura.

Você pode optar por ser um Tank e resistir aos ataques dos inimigos, ou auxiliar sua equipe tornando-se um Support que fornece cura e Buffs ao time.

Agora, seu esquadrão - composto por até quatro membros - também deve se posicionar pelo cenário durante o combate para encontrar o melhor lugar para subjugar seus oponentes.

O poder da Flatulência e as Micro-agressões também acrescentam fatores que inovam durante os combates, bem como o fato do cenário ser interativo

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A nova mecânica no sistema de combate também é auxiliada com uma gama ainda maior de customização.

Além da customização do personagem, que citamos anteriormente, o jogador pode criar novos equipamentos através do sistema de Crafting do game.

Além disso, a árvore de habilidades e a possibilidade de alterar sua classe durante o jogo também modificam bastante a jogabilidade.

Todas essas novas funções, de fato, deixam o jogo mais desafiador e podem assustar um jogador inexperiente. Mas todas as habilidades são apresentadas de maneira intuitiva dentro da história, dando tempo para que o jogador as assimile e até mesmo aperfeiçoe seu uso, tornando-se cada vez mais familiarizado com as mecânicas do game.

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Caso o jogador ainda não consiga assimilar todas as novas funções do game, ele sempre poderá recorrer aos seus mentores.

Dessa vez, o novato encontrará uma figura superior em ninguém menos que Morgan Freeman, que além de auxiliá-lo em sua jornada também fornece suprimentos para manter a equipe em forma.

O hilário Diretor PC também está presente para ensinar novas habilidades ao jogador e lhe mostrar o melhor momento para se defender e para atacar.

Não apenas estes, como diversos outros personagens da série e do universo pop estão presentes para tornar o jogo ainda mais rico e dinâmico.

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Outro ponto importante a ser citado é o mapa.

A área do jogo é basicamente a mesma de The Stick of Truth, portanto o jogador não perderá tempo tendo que se familiarizar com cada cenário.

Do mesmo modo, um fã da série reconhecerá ambientes icônicos da animação, como as casas dos personagens e até mesmo o famigerado SoDoSoPa.

O fator exploração pode ser comprometido com isso, mas é aí que entram os colecionáveis.

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No primeiro jogo, nós tínhamos os Chinpokomon, que ofereciam um desafio extra ao jogador mais hardcore.

Agora, nós temos as artes Yaoi espalhadas pelo cenário. Um elemento bizarro, mas condizente com a bagunça sempre presente em South Park.

Além delas, o jogador também é encorajado a explorar os banheiros da cidade. As privadas oferecem um bizarro mini-game que permite que o novato desbloqueie o troféu Chapiscar a Porcelana.

Isso sem contar as conquistas do Guaxingram, a rede social apresentada no jogo e que auxilia o jogador a expandir sua influência.

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Outro item que merece destaque é o cuidado com a dublagem e localização do game.

Tanto na versão original quanto na dublada em português, nós temos as mesmas vozes da animação.

Um ou outro dublador não está presente, mas as vozes dos personagens principais estão lá e são facilmente reconhecidas.

Elogios também para as gírias e expressões utilizadas, que acompanham o ritmo da série e não se contém no uso de palavrões e linguajar vulgar. Marca registrada de South Park.

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A Fenda que Abunda Força apresenta novas mecânicas e melhora o que já era bom em The Stick of Truth.

O jogo condiz com o que vemos na série e é basicamente um episódio gigantesco de South Park... Gigantesco mesmo, já que podemos ultrapassar, facilmente, 20 horas de jogo.

Alguns combates podem se tornar repetitivo e a exploração da cidade pode não ser tão motivadora em alguns momentos, mas isso não prejudica a jogabilidade.

Outro fator que pode incomodar é a história ser extremamente linear. Mas o jogo oferece tantas opções que dificilmente o jogador seguirá a trama sem dar atenção às "quests secundárias".

No geral, A Fenda que Abunda Força é uma obra-prima para os fãs de South Park e uma tremenda dor de cabeça para os pais mais conservadores.

Nota: 4,5/5