[CRÍTICA] She-Ra and the Princesses of Power – Elas têm a força!

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[CRÍTICA] She-Ra and the Princesses of Power – Elas têm a força!

Por Felipe Vinha

Quando uma nova versão de She-Ra and the Princesses of Power foi anunciada pela Netflix, ela veio acompanhada de muita descrença da comunidade e dos fãs. Eu confesso que fiquei neutro, pois prefiro avaliar primeiro antes de dar uma opinião, mas sempre sou a favor de modernizações – afinal, estamos com novas gerações de pessoas a todo o momento neste mundo.

Agora, com o lançamento de todos os episódios na Netflix, já disponíveis, é seguro dizer que She-Ra and the Princesses of Power é uma das melhores coisas que você vai ver em 2018 na plataforma de streaming.

Leia a crítica completa e entenda!

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She-Ra and the Princesses of Power é um remake completo da obra original, que é de 1985. Enquanto vários conceitos originais foram mantidos, como o plot central, outros foram modernizados - em especial o visual dos personagens.

A história ainda é a mesma, ou quase isso: She-Ra é uma ex-soldado da Horda, que se alia à Rebelião para livrar Etéria do mal e buscar o auxílio das Princesas do Poder conforme a história avança.

Adora, que é sua identidade civil, tem o poder de se transformar em She-Ra a partir de sua espada, ao gritar "pela honra de Grayskull".

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Mas, ao mesmo tempo, conceitos modernizados dão um tom excelente à obra.

Aqui vemos muito mais do background de Adora e o quanto ela era uma guerreira altamente treinada e valiosa para a Horda. Sua fuga é vista não só como um crime, mas também como uma imensa perda - pois ela era, de fato, a mais forte. Com sua amiga, Felina, em segundo lugar.

E assim temos o cenário ideal para o desenvolvimento da saga.

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A história de She-Ra and the Princesses of Power ainda circula Adora em todos os sentidos, mas dá espaço para outros personagens brilharem.

O trio central, composto pro Cintilante, Arqueiro e Adora, é incrível. Eles conseguem evoluir bem a relação dos três personagens, sem apelar para romances desnecessários ou complicações de relacionamento - ainda mais pelo fato de que, nesta versão, todos são crianças, é claro.

Porém, mesmo enquanto infantes, os personagens de She-Ra and the Princesses of Power sabem de sua missão no mundo, sabem da seriedade da ameaça da Horda e o que devem fazer para salvar sua nação e o poder puro dos cristais.

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Adora é uma heroína relutante. Ela se torna She-Ra por acaso, ao mesmo tempo em que estava destinada a isso. Ela não aceita, de início, e She-Ra vira uma entidade separada. Mas, em pouco tempo, ela domina sua nova posição de maneira bem convincente e lida com o "problema" das novas responsabilidades de uma forma bem rápida e sem enrolações.

Ao mesmo tempo vemos o crescente de confiança de seus novos amigos para com Adora - que até então era uma guerreira dos inimigos, o que gera muitas desconfianças.

E, a partir daí, a história segue ao longo dos 13 episódios, com três arcos distintos e muito claros: o da Descoberta, o da Aceitação e o da Missão.

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É interessante ver como a produção de She-Ra and the Princesses of Power quis dividir a série em pequenos arcos que são muito bem pontuados ao longo dos 13 capítulos.

Além disso, a narrativa não fica chata em nenhum momento sequer. Você consome os capítulos sem se cansar e sem querer parar. É tudo tão leve, em um clima tão descompromissado, e ao mesmo tempo emocionante, que não dá vontade de parar até chegar ao fim.

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E por falar no clima, é outro acerto incrível de She-Ra and the Princesses of Power. A série é realmente leve, apesar de ter cenas de ação e algumas até violentas - mas nada gráfico.

Na verdade, a animação pega emprestado vários conceitos de outras mais famosas e recentes. Dá para ver que tem alguma coisa ali de Hora de Aventura, principalmente, mas há quem diga que também tem alguma coisa de Steven Universe e Avatar - ainda que não sejam elementos latentes.

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E o elenco de personagens, o que dizer? As princesas de She-Ra and the Princesses of Power são todas incríveis!

Ainda que tenha uma ou outra que eu tenha simpatizado mais, simplesmente não há nenhuma que você possa olhar e dizer: "Nossa, que princesa chata". É um acerto imenso da série, e de sua narrativa, colocar todas em pé de igualdade em termos de personalidade, e ainda assim diferenciar bastante uma das outras.

São personagens que não roubam o protagonismo de She-Ra/Adora, mas que roubam a cena sempre que estão presentes.

E, claro, todas são atualizações das versões clássicas, com visuais bem diferentes e, principalmente, representativos. Vai agradar a todos? É claro que não. É o certo a se fazer? É claro que sim.

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Não dava para esperar algo muito diferente de She-Ra and the Princesses of Power. A criadora desta versão "remake" é Noelle Stevenson, premiada escritora de quadrinhos, autoras de obras elogiadas e divertidas, como Nimona e Lumberjanes - as duas disponíveis no Brasil, inclusive.

Se você já leu essas obras, já sabe o que esperar do roteiro e do desenvolvimento das heroínas.

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O único "contra" mais relevante que consigo encontrar é que, em todos os momentos, a nova She-Ra parece uma "animação de baixo orçamento". Não dá a impressão de que o estúdio, Dreamworks, quis gastar muito dinheiro com essa primeira temporada.

Os visuais estão incríveis, mas a animação não faz exatamente justiça. Chega a incomodar um pouco no início, mas depois esquecemos, devido à qualidade da história.

Resta torcer por uma melhora na qualidade neste sentido, em uma eventual nova temporada.

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Conclusão

She-Ra and the Princesses of Power é uma das melhores coisas que estrearam na Netflix em 2018. É uma animação que retém quase toda a história da original, mas, ao mesmo tempo, moderniza vários aspectos de maneira positiva e extremamente acertada.

Narrativa, carisma das personagens e direção das cenas estão no ponto certo. Só peca mesmo pela qualidade de animação, que poderia ser muito melhor.

Nota: 4,5 de 5