[CRÍTICA] Shazam! – A DC acertou, e bastou uma palavra!

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[CRÍTICA] Shazam! – A DC acertou, e bastou uma palavra!

Por Evandro Lira

A expectativa para a mais nova aposta da DC nos cinemas é grande, e agora é hora de finalmente conferirmos o que Shazam! nos reserva.

O filme vem seguido do fracasso comercial de Liga da Justiça e do grande sucesso de Aquaman, esse último responsável por dar um fio de esperança, tanto aos fãs quanto à Warner Bros., sobre o futuro dos heróis da DC na tela grande. Será que podemos continuar acreditando? Isso é o que te contamos a partir de agora!

 

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Ficha Técnica:

Título: Shazam!

Ano: 2019

Data de lançamento: 4 de abril (Brasil)

Direção: David F. Sandberg

Duração: 132 minutos

Sinopse: A um menino é dada a capacidade de se tornar um super-herói adulto em momentos de necessidade com uma única palavra mágica.

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A DC acertou, e bastou uma palavra!

É quase um consenso geral que a DC andou passando alguns perrengues desde que deu início ao seu universo expandido nos cinemas. Porém, tem sido fácil perceber que à medida que se desamarra das produções de Zack Snyder, os filmes tem finalmente ganhado vida própria e conseguido dar a volta por cima.

E agora, o mais novo lançamento da Warner Bros. comprova o que todos já previam: Shazam! representa, de uma vez por todas, uma nova era para a DC nas telonas!

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Às vezes tudo que a gente precisa é de uma história de super-herói divertida e comovente. É saudável ver que seu personagem favorito não foi aniquilado junto de metade da população ou que ele não tenha que impedir alguma guerra entre duas raças alienígenas.

Ao invés disso, Shazam!, que apresenta uma criança de 14 anos no corpo de um herói super-poderoso, tem dilemas menos apocalípticos em suas mãos porém igualmente tocantes e de fácil identificação.

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A identificação só é permitida porque tanto o roteiro de Henry Gayden e Darren Lemke, quanto a direção de David F. Sandberg conduzem sem muita pressa o espectador pelo universo dos personagens, introduzindo toda a mitologia do filme e dando um background para o vilão e para o protagonista que fazem toda diferença.

É fácil entender as motivações de Silvana (Mark Strong), um homem ressentido que passa a vida toda dedicado a encontrar poder e vingança, e do jovem Billy Batson (Asher Angel), que vive fugindo das casas que o acolhem para tentar encontrar a mãe.

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E é claro que Billy inicialmente recusaria o seu chamado à aventura. Depois que ele é transportado para uma dimensão mágica e intimado por um mago poderoso a se tornar o único ser capaz de deter os sete pecados capitais, Billy demora a entender qual é realmente seu papel. E o que poderíamos esperar de um adolescente de 14 anos no corpo de um herói?

Com a ajuda do seu novo irmão adotivo Freedie (Jack Dylan Graze), um garoto viciado em supers, Billy experimenta seus poderes à medida que se torna um sucesso na internet e uma celebridade na cidade da Filadélfia. No corpo de um homem adulto, o menino aproveita para beber cerveja, matar aula, e assaltar máquinas de venda automáticas.

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Esse tom divertido permeia a produção do início ao fim, especialmente quando Zachary Levi assume à frente ao lado de Jack Dylan Grace e de todo o time de atores mirins. Piadas como as que envolvem a escolha do nome do novo super-herói vão e voltam e nunca perdem a graça. E embora seja isso que o material promocional esteja tentando vender, o filme não é de todo comédia.

Várias vezes durante Shazam!, é fácil se pegar emocionado com toda a jornada de Billy e até mesmo assustado com os monstros que acompanham o Dr. Silvana, que, aliás, é um vilão realmente triste e cruel, sendo raro os momentos que dá pra rir quando ele está em cena.

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Pode-se dizer que se levar a sério é o melhor acerto do filme, já que ele poderia abraçar o absurdo da sua premissa e apenas se divertir com isso. Mas quando se tem uma história com um potencial dramático tão forte quanto a de Billy, não dá pra ignorar.

O peso que o garoto carrega por nunca ter tido a oportunidade de reencontrar a mãe, e por conta disso nunca conseguir criar vínculos, é poderoso o suficiente e divide bem o tempo com sua jornada de aprender a lidar com a responsabilidade de ser um herói.

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E essa linha que mantém Shazam! entre o drama e a comédia, é o que leva o filme do herói a um ponto que poucas obras do subgênero conseguem. Ele mergulha com confiança e estabelece, de forma orgânica, todo esse mix de sentimentos, junto é claro, aos elementos de ação.

As cenas de batalha, inclusive, não são o ponto alto aqui, apesar de não deixarem a desejar. É até um alívio perceber que o terceiro ato não decepciona, diferente de uma parcela dos filmes baseados em quadrinhos que vem sido lançados. Pelo contrário, o clímax de Shazam! traz uma boa surpresa, tanto para os personagens quanto para o espectador.

E a trilha sonora traz canções mundialmente conhecidas, provando que de todos os filmes do DCU, esse é o mais próximo do universo como conhecemos.

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O elenco é um show à parte, apesar de ser responsável pela única escorregada do filme. A sensação é de que faltou certa sintonia entre *Asher Angel e Zachary Levi na hora de estabelecerem a personalidade do protagonista - culpa, também, da direção e roteiro. Enquanto na pele do garoto, Billy é muito mais introvertido, ao assumir a pele do homem, ele fica muito mais falante e visivelmente mais infantil, dando uma destoada na construção do personagem.

Isso é algo que você pode escolher ignorar, se quiser, pois realmente não compromete o saldo geral. Levi e todo elenco mirim, além de Mark Strong na pele de Silvana, são cativantes em cena e seguram praticamente o filme todo.

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Surpreendentemente, Shazam! funciona como um verdadeiro filme de herói sobre amadurecimento pessoal. Ele te convida a acreditar que sim, qualquer um pode ser um super-herói desde que perceba o que realmente importa.

Em nenhum momento, o filme sacrifica sua natureza apenas para se provar maior do que é. É consciente do seu potencial e atinge um equilíbrio mais que bem-vindo. É uma obra capaz de agradar a toda a família, podendo facilmente se tornar um dos filmes mais queridos dessa nova leva. Sim, a DC acertou e bastou dizer: Shazam!

P.S: A última cena do filme é muito melhor que qualquer uma das duas cenas pós-créditos!