[CRÍTICA] Pantera Negra – O que eu quero mais é ser rei!

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[CRÍTICA] Pantera Negra – O que eu quero mais é ser rei!

Por Leo Gravena

Todos sabemos que o estúdio não costuma errar, e na maioria das vezes, nossas expectativas são atendidas ou até superadas, porém com Pantera Negra, a missão era diferente, não estamos falando de apenas mais um filme de super-heróis.

Mas será que a missão foi cumprida? Descubra em nossa crítica SEM SPOILERS.

Imagens: Divulgação

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Ficha Técnica

Título: Pantera Negra

Ano: 2018

Lançamento: 15 de Fevereiro de 2018 (Brasil)

Direção: Ryan Coogler

Duração: 134 minutos

Sinopse: "Pantera Negra" acompanha T'Challa que, após os eventos de "Capitão América: Guerra Civil", volta para casa para a isolada e tecnologicamente desenvolvida nação africana de Wakanda, para assumir seu lugar como Rei. Entretanto, quando um velho inimigo reaparece no radar, a fibra de T'Challa como Rei e Pantera Negra é testada quando ele é levado a um conflito que coloca o destino de Wakanda e do mundo todo em risco.

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T’Challa, rei de Wakanda, já havia dado sinais de sua existência no vasto Universo Cinematográfico Marvel desde sua aparição em Capitão América: Guerra Civil, mas isso não foi o suficiente para transpassar toda a grandiosidade do personagem.

Muito pelo contrário, a participação serviu apenas para “arranhar a superfície” do que viria no filme solo.

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A trama se inicia com uma belíssima animação sobre a história de Wakanda e o motivo de terem se isolado do mundo, bem como uma apresentação das tribos que fazem parte dela. Em seguida, vemos uma introdução que aborda o fato de que mesmo isolados, os wakandanos ainda permanecem infiltrados no mundo exterior, como espiões da civilização real, e é desse ponto que a trama segue.

A conexão com Guerra Civil existe, além de ser reforçado que Zemo foi preso graças a T’Challa (Chadwick Boseman), vemos o príncipe e toda a população de Wakanda lidando com a perda de seu rei.

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Não resta dúvidas de que o ponto mais alto do filme é a força de sua identidade cultural, o longa “transpira África” em cada detalhe e se orgulha de nos mostrar uma nação tão rica e esplendorosa dentro de um continente que sempre foi subjugado e menosprezado.

Os rituais tribais, figurinos, sotaques, diálogos, as danças, TUDO remete à cultura africana e transporta o espectador diretamente para esse mundo tão rico não só de bens materiais, mas de cultura e beleza.

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Chadwick Boseman apenas reforça o que havia mostrado em Guerra Civil, e prova ser digno do manto de Pantera, tanto fisicamente quanto espiritualmente.

O ator, assim como seus demais colegas de elenco, mergulhou de cabeça no papel, e nos entrega uma das melhores atuações dentre os heróis da Marvel, no qual consegue transparecer a seriedade e o poder de um rei sem se esquecer do carisma e da compaixão que são necessários para que o público se conecte com eles.

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Apesar de Wakanda estar escondida do resto do mundo, isso não significa que eles não sabem o que se passa aqui fora, como citado anteriormente, os wakandanos estão infiltrados em nossa cultura, e alguns de nossos costumes são aderidos por eles.

Isso fica evidente principalmente por Shuri (Letitia Wright), irmã mais nova de T’Challa, e uma das personagens mais carismáticas do filme. Por ser ainda uma adolescente, a garota não nega ser fã de cultura POP, mas não se deixe enganar, sua pouca idade é rapidamente esquecida quando ela demostra sua inteligência absurda (é melhor tomar cuidado, Stark) e suas incríveis habilidades de combate.

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Fica difícil falar sobre as Dora Milaje sem tecer elogios a elas a cada 3 palavras. Lideradas por Okoye (Danai Gurira), as protetoras da família real são guerreiras formidáveis, instintivas e extremamente leais ao rei e à Wakanda.

Gurira mostra que seu carisma e potencial são mais do que o suficiente para nos cativar fora das telinhas, e nos entrega mais um elemento crucial para o filme e para o Universo Marvel como um todo.

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Todo o elenco merece um destaque especial, mas não seria possível transmitir em palavras a excelência de suas atuações, a sutileza e a força de Angela Basset como a Rainha Ramonda, o carisma e a presença de tela de Lupita Nyong'o como Nakia e todos os outros incríveis atores que compõe um elenco que dificilmente será superado por outra franquia.

Apesar de ser extensa a lista de boas atuações, seria injusto não dedicar um espaço para falar sobre mais uma exuberante atuação de Michael B. Jordan como Killmonger. Jordan mostra mais uma vez todo seu potencial e versatilidade, nos dando um vilão que, apesar de irreal, consegue ser extremamente crível e que se conecta perfeitamente com o nosso mundo.

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Assim como Jordan, Andy Serkis coloca mais uma estrela em seu já iluminado currículo.

Serkis reprisa o papel de Garra Sônica, e mesmo tendo uma breve aparição, “tira de letra” o desafio proposto pelo papel e nos entrega um personagem extremamente fiel em essência a sua contraparte dos quadrinhos, sabendo equilibrar muito bem insanidade com vilania.

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Toda a ambientação é reforçada pela incrível trilha sonora do filme, que mescla a riqueza da cultura africana e do misticismo que circunda a trama, com a modernidade do rap e hip-hop.

O CGI possui alguns problemas, mas não é nada que atrapalhe sua experiência ou deixe o filme menos grandioso, muito pelo contrário, o grande valor do filme está nos momentos em que ele não precisa do recurso, o que deixa tudo ainda mais memorável.

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É impossível não enxergar algumas similaridades com a animação O Rei Leão, seja nas situações vividas por T’Challa, cenários, trilhas sonoras ou pelos personagens secundários, mas apesar de óbvias, isso só deixa o filme com mais peso e ainda mais cativante.

Ryan Coogler, diretor do filme, ficou famoso por Creed: Nascido Para Lutar, mostra mais uma vez que sabe trabalhar muito bem o material que tem em mãos e principalmente, sabe dar veracidade e profundidade a um filme de super-heróis.

Não espere um filme recheado de comédia pastelão, Pantera Negra é um marco cultural que merece respeito, e mesmo que tenha seus momentos de alívio cômico, eles não passam disso. O filme vai muito além do gênero no qual ele se enquadra e levanta inúmeras questões sobre o preconceito e discriminação racial através de uma abordagem diferente e única.

Wakanda Forever!

Nota: 4,5/5