[CRÍTICA] Monstro do Pântano (1ª Temporada) – Infelizmente, a melhor série da DC!

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[CRÍTICA] Monstro do Pântano (1ª Temporada) – Infelizmente, a melhor série da DC!

Por Gus Fiaux

Monstro do Pântano acaba de chegar ao seu fim. A série, lançada pelo DC Universe, foi cancelada logo após o seu primeiro episódio – de forma que sua primeira temporada também será sua última, a não ser que alguma emissora decida resgatá-la.

E o que mais choca aqui é a perda devido à qualidade. A série talvez seja a melhor de toda a história da DC Comics – e na nossa crítica da primeira temporada, entraremos em mais detalhes sobre como a história de Alec Holland Abby Arcane se desenvolve!

Créditos: DC Universe

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Monstro do Pântano (1ª Temporada) - Infelizmente, a melhor série da DC Comics!

Quando a Warner Bros. anunciou o lançamento do DC Universe, os fãs logo entraram em êxtase - afinal de contas, era a plataforma perfeita para lançar conteúdos originais inspirados em quadrinhos e personagens da editora, especialmente os que normalmente não teriam espaço nas emissoras normais.

E assim, nasceu o festival violento de Titãs ou o show de loucuras de Patrulha do Destino. Mas não parou por aí: Monstro do Pântano veio com a proposta de trazer o horror e as bizarrices das HQs mais consagradas do herói - como a saga de Alan Moore. E em uma única temporada, a série foi muito bem sucedida.

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A essa altura, você deve estar se perguntando: "Ué, então por que esse 'infelizmente' no título? O que tem de infeliz na série ser a melhor da DC?" A resposta é bem simples: talvez essa seja a última vez que vejamos essa versão do herói no DC Universe. Como muitos sabem, Monstro do Pântano está cancelada desde a exibição de seu primeiro episódio.

Até hoje, os motivos oficiais ainda não estão claros para os fãs. Alguns alegam que trata-se de questões orçamentárias, e que a série era cara demais para o bolso da Warner. Outros já alegam que o estúdio não estava feliz com o desenvolvimento da história e tentou forçar diversas mudanças, cortando inclusive os três últimos episódios da temporada.

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Seja qual for o motivo, é doloroso - justamente porque Monstro do Pântano, em apenas dez episódios, se provou a melhor série da DC Comics até o momento - ou pelo menos, a melhor estreia de série baseada em alguma propriedade da editora. E muito disso tem a ver com quem estava por trás das câmeras.

Com produção executiva de James Wan e envolvimento direto de Gary Dauberman, a série conta com um toque magistral de horror. Enquanto Wan é conhecido pelas franquias Invocação do Mal e Jogos Mortais, Dauberman tem crescido cada vez mais no gênero, tendo roteirizado IT: A Coisa e dirigido Annabelle 3: De Volta Para Casa.

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Por conta disso, Monstro do Pântano em momento algum soa como uma série de super-heróis genérica. Aliás, deixe-me reformular essa frase: a série em momento algum sequer parece ser sobre super-heróis. E para qualquer um que tenha lido as HQs mais tradicionais do personagem, sabe que esse é o caminho certo para adaptá-lo, seja na TV ou no cinema.

E, assim como nas páginas, o que eleva a série à grandeza não é apenas seu personagem principal, como também todos os coadjuvantes. Abby Arcane se destaca aqui, tendo passado por algumas modificações em relação ao material-fonte. Muito mais forte e decidida, ela serve como o ponto de partida do público durante boa parte da temporada.

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Crystal Reed, por sua vez, é a grande responsável por isso. A atriz sabe balancear carisma com momentos mais badass, criando uma personagem muito crua que, em momento algum, torna-se uma caricatura. Ela é um dos grandes destaques em termos de atuação da série, criando momentos genuínos de ternura ou pavor.

Andy Bean aparece pouco, mas consegue dar o melhor de si na hora de criar Alec Holland - um homem cheio de sonhos e ideais, cuja vida é interrompida abruptamente por planos malignos. E é aqui que a história do Monstro do Pântano surge - aliás, um monstro de respeito, principalmente em seu visual.

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Falando em visual, a parte técnica da série é digna de aplausos. Nunca antes, na história da DC, uma série teve um combo tão excepcional de qualidades. A fotografia é incrível, ressaltando muito bem a estética meio suja e enevoada dos pântanos norte-americanos; assim como o design de som, que age no momento certo.

Em termos de efeitos visuais, é a primeira vez que uma série da editora nos passa uma sensação tão realista e condizente, criando momentos viscerais e cheios de cenas apavorantes, mas nunca deixando aparente os mecanismos de CGI que movimentam as engrenagens. É um baita destaque positivo.

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Por essas e outras, Monstro do Pântano tem uma cara muito "cinematográfica", comparada às outras séries da editora, seja no próprio DC Universe ou em emissoras televisivas como a FOX e o CW. Até a trilha sonora, composta por Tyler Bates, atinge as notas certas na hora de compor uma atmosfera mais "elevada" e única.

O único grande defeito da temporada está em algo que sequer poderia ser revertido pela equipe técnica: o seu final. Já é de praxe que os finais das séries do DC Universe não sejam minimamente bons, e aqui ao menos conseguimos ver a equipe se virando nos 30 para dar o melhor de si, mas derrapando em alguns lugares.

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E isso vem justamente pelo fato de que o final da série não era para ser aquele. Como muitos sabem, três episódios foram simplesmente anulados pela Warner, de forma que a série acabou tendo que ser cortada antes de seu fim. Como resultado, a equipe de produção tentou fechar as pontas da melhor forma possível.

Ainda assim, o último episódio soa... estranho. Sua primeira metade sequer parece uma season finale, e nos últimos 30 minutos, tudo corre com uma velocidade arrasadora, deixando de fora boa parte do impacto emocional que poderia ter sido concedido caso a série tivesse seus 13 episódios, como originalmente planejado.

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Ainda assim, isso é um detalhe menor. Monstro do Pântano chegou fazendo história - e não apenas com suas nuances de horror e seus personagens, mas por abordar temas delicados de formas muito abrangentes, como a ameaça ao meio-ambiente, a carga que o luto traz em nossas vidas e a corrupção naqueles que estão mais próximos de nós.

No fim das contas, a série tinha o potencial claro para durar por muitos anos, inserindo mais personagens do Universo DC - como a Madame Xanadu e o Demônio Azul, que são brilhantemente introduzidos ao longo de seu primeiro ano. Mas não foi dessa vez, e agora teremos que rezar para que alguma emissora tenha interesse em salvar o projeto.

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Ainda assim, optamos em ficar felizes pelo que se passou, e não tristes pelo que poderia ter sido. E é por isso que digo, sem nenhum peso na consciência, que Monstro do Pântano é uma das melhores séries de super-heróis do ano, e talvez o melhor produto lançado pela DC Comics nas telinhas.

Com personagens cativantes, um bom elenco e uma produção que eleva a qualidade à níveis cinematográficos, a série honra o legado da Saga do Monstro do Pântano de Alan Moore e oferece aos fãs uma alternativa brilhante para quem já está um pouco enjoado de narrativas genéricas de super-heróis.

NOTA: 4,5/5