[Crítica] Midnight, Texas: 1º Temporada – A série sobrenatural que não sabíamos que precisávamos!

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[Crítica] Midnight, Texas: 1º Temporada – A série sobrenatural que não sabíamos que precisávamos!

Por Chris Rantin

Enquanto ficamos na incerteza se realmente teremos um segundo ano para a série, é hora de avaliarmos os pontos positivos e negativos do primeiro ano dessa que, apesar dos seus problemas, se provou como a série sobrenatural que não sabíamos que precisávamos.

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Começo atribulado

Midnight, Texas começou de forma corrida, com informações sendo jogadas na nossa cara e saltos rápidos na trama do piloto. É compreensível que, sendo o primeiro episódio da série, eles quisessem apresentar tudo que a série poderia oferecer - um assassinato misterioso, perseguição policial e uma cidade cheia de criaturas sobrenaturais -, mas o resultado disso foi só um episódio bem confuso.

Nos outros episódios, no entanto, ainda que um ritmo mais intenso esteja presente, a trama começa a fazer mais sentido e finalmente começamos a ter respostas sobre os mistérios do seriado.

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Desenvolvimento dos personagens

Assim, temos o desenvolvimento dos personagens, conforme a série avança. Trazendo elementos do passado, na maioria das vezes apenas fazendo com que as criaturas sobrenaturais tivessem que lidar com alguma marca do passado - ou assuntos inacabados.

Quando um flashback surgia (apenas três em toda a temporada), não era maçante ou cansativo, mas sim algo que complementava a história dos personagens e que não teria o mesmo impacto se fosse apresentado de outra forma.

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Simpatizando com eles

Ao longo dos episódios, é impossível não se apaixonar pelos personagens. Os dramas, os problemas, as personalidades, todos os Midnighters possuem algo que vai acabar encantando o público. Seja a doçura e poder de Fiji, as cicatrizes emocionais de Manfred, o passado trágico de Olivia, tragédia familiar de Creek ou o romance proibido de Joe e Chuy.

Quando você menos espera, você está REALMENTE se importando com os problemas dos personagens e temendo pela segurança deles, algo que comprova como a série conseguiu desenvolver os personagens de forma positiva. Você simpatiza com eles.

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Bom Romance

Normalmente a maioria dos fãs de séries sobrenaturais não costumam gostar de romance - e todo drama que gira em torno dele. Convenhamos, na maioria das vezes esses romances são um saco, comendo um tempo precioso da série apenas para trabalhar um casal sem sal.

Em Midnight, Texas isso não acontece. Creek e Manfred, Joe e Chuy, Olivia e Lemuel, Fiji e Bobo, por mais que inicialmente os casais parecem chatos e bobinhos, a maneira como tudo é desenvolvido faz com que você torça para que eles fiquem juntos, especialmente por não termos um drama exagerado e tosco acontecendo com eles.

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Vilão semanal

Quando falamos de um universo tão vasto quanto o das criaturas sobrenaturais, é impossível não cairmos no clássico vilão semanal. Em Midnight, Texas tivémos anjos, espectros, succubus, vampiros e médiuns surgindo do nada, mas nem sempre isso funcionou e tivémos conclusões apressadas em alguns casos.

Na maioria das vezes, no entanto, por mais que as lutas finais fossem simplórias, os vilões trouxeram um grande impacto para a trama pessoal dos personagens, ajudando a desenvolver a história deles - explicando sua personalidade, seus medos e seus problemas.

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Nenhum Grande Vilão

Ao longo da temporada, o que parecia ser o maior vilão da história era o misterioso Hightower. Alguém tão poderoso e ameaçador que não só motivou Manfred a ir até Midnight, como também aterrorizou o rapaz por muito tempo.

Quando finalmente tivemos Hightower chegando na cidade, no que parecia ser o início de um grande confronto ou algo realmente dramático - já que até aquele momento parecia que o vilão estava envolvido com morte da avó de Manfred - tudo que tivemos foi muita conversa sobre o passado e uma conclusão apressada e pouco satisfatória.

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Grande ameaça, pouco tempo de cena

Depois de Hightower, a segunda grande ameaça que surgiu na série - que também estava presente desde o início - foi o demoníaco Colconar. Para nos prepararmos para a chegada dele, tivemos profecias macabras envolvendo uma verdadeira guerra do bem contra o mal e a ameaça crescente que era a influência do demônio em todos os midnighters.

Os episódios 8 e 9 da série - que foram exibidos na mesma semana por conta do furacão - serviram para criar uma atmosfera muito boa sobre o vilão, quando ele surgiu, no entanto, tivemos menos que 10 minutos dele em cena, algo que realmente poderia ter sido melhor trabalhado.

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Efeitos Especiais

A razão para Colconnar não ter aparecido tanto - tendo sua participação apressada e até fraca - pode ter sido por conta dos efeitos especiais. Midnight, Texas não apresenta os melhores dos efeitos especiais, até por conta do orçamento do seriado, mas com toda certeza eles sabem trabalhar isso.

Utilizando cenas escuras ou até uma tempestade de areia, a série conseguiu disfarçar os efeitos especiais mais “pobres” sem atrapalhar o andamento da trama (fora o confronto contra Colconnar, que talvez teria funcionado melhor de tivessem apostado em efeitos práticos ao invés de computação).

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Nada de clichês

Se tem uma coisa que Midnight, Texas consegue fazer, além de dar uma disfarçada nos efeitos especiais ruins, é quebrar alguns clichês que são quase que inerentes ao gênero de séries sobrenaturais, conseguindo surpreender os telespectadores justamente por não fazer aquilo que eles esperavam.

Prova disso foi o final da temporada que, fugindo de todos os clichês envolvendo pontas soltas, mortes e uma sobrecarga de reviravoltas dramáticas, preferiu concluir quase que todas as tramas em aberto - e até mesmo terminar com um casamento.

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Nota

Midnight, Texas conseguiu surpreender de maneira positiva, fugindo do que era esperado e criando uma boa narrativa para desenvolver os personagens apesar do início agitado e confuso. Em pouco tempo, a série conseguiu criar personagens que realmente eram agradáveis de acompanhar, a falta de um vilão memorável, no entanto, faz com que a série perca alguns pontos, deixando uma sensação de que poderia ter sido muito melhor, levando os protagonistas para tramas ainda mais memoráveis.

Assim sendo, visto que ainda existe espaço para melhorar, a primeira temporada da série leva 3,5 Mr. Snuggles (o gato da Fiji que conquistou meu coração com seus comentários sarcásticos).