[CRÍTICA] Lego Batman – A aventura mais divertida do Batman em muito tempo!

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[CRÍTICA] Lego Batman – A aventura mais divertida do Batman em muito tempo!

Por Márcio Jangarélli

Sem entrar no campo de discussão sobre o preconceito de uma parcela do público com animações; se você é um fã do Batman, de quadrinhos, de cultura nerd ou só está procurando um filme divertido para assistir, Lego Batman é a pedida perfeita.

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Ficha Técnica

Estreia: 09/02/2017;

Direção: Chris McKay;

Trilha-Sonora: Lorne Balfe;

Produção: Dan Lin, Roy Lee;

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O primeiro spin-off cinematográfico de "Uma Aventura Lego" tem poucas ligações com o filme original. Em seu todo, é uma produção cômica do Batman e ponto.

Sem plot-twists com atores reais, sem quebras da quarta parede muito explícitas e com poucas cenas do Homem-Morcego como “Mestre Construtor”.

Essa é uma aventura super-heróica completamente maluca – que explora temáticas clássicas do Cavaleiro das Trevas da forma mais divertida possível.

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Para ter ideia, o motor principal do filme é a relação entre o Batman e o Coringa.

Se utilizando da discussão, implícita na narrativa, de que o herói e seus vilões constituem um relacionamento de dependência dentro de Gotham, a história se constrói sobre o Palhaço Príncipe do Crime ser ou não o arqui-inimigo do Morcego.

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Simplesmente genial como as coisas fluem na tela. Esse Batman, com o ego mais inflado do mundo, personificando a ideia do protagonismo de “Eu sou o Batman” que muita gente critica, quer se achar independente até do Alfred e da polícia de Gotham.

Nem a Liga da Justiça gosta muito dele. Tudo isso por um fator simples, de cânone: Bruce sempre teve problemas para se conectar com outras pessoas, com medo da perda.

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Isso chega ao nível do herói dedicar toda sua vida para combater o crime de Gotham, sem reconhecer que, agindo assim, precisa dos criminosos para ter alguma motivação. Triste, né?

Tudo dentro de uma animação. Ele renega o Coringa, renega a nova Comissária – Barbara Gordon (sim) – e faz um discurso bem dolorido sobre o Alfred e o Robin.

No fim, o longa é sobre família. Sobre a batfamília, amizade e relacionamentos. Não tem nada mais clássico para o Batman que essa temática.

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Também, é um filme para a família. Talvez essa seja sua única oportunidade de ver uma Gotham extremamente colorida e engraçada, então tem diversão dentro do longa para todas as idades.

É incrível como as cenas de ação com Lego são boas, com a produção seguindo o caminho de “Uma Aventura Lego” e seus efeitos sonoros emulando uma brincadeira de criança. Tem os momentos fofinhos, tem uma grande moral e tem piadas para qualquer tipo de público.

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Enfim, é um filme para a família NERD. São tantas referências para a história do Batman que fica difícil contar.

A produção brinca com TODAS as épocas do Homem-Morcego na TV e nos cinemas; com a rixa entre ele e o Superman; apresenta os vilões mais famosos da galeria do herói em versões hilárias – para quem assistiu dublado, se você não riu com o Bane, eu preciso saber qual é o seu problema – e tem easter-eggs até dos quadrinhos, como a cena na casa de espelhos, uma ligação direta para "A Piada Mortal".

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E mais: a narrativa conta com um daqueles planos classicamente caóticos do Coringa!

Para provar que é seu arqui-inimigo, o Palhaço se entrega para a polícia, faz o Batman ficar paranoico ao ponto de manda-lo para a Zona Fantasma e, com a ajuda da Arlequina, abre o portal da prisão, soltando os vilões mais perigosos e icônicos da cultura pop em Gotham.

Não, não estamos falando apenas de quadrinhos.

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Do Sauron, passando pelo King Kong e finalizando com o Voldemort, os maiores antagonistas nerd aterrorizam a cidade e é a coisa mais divertida que você vai ver.

Aliás, vale notar que o Ralph Fiennes dubla o Alfred, enquanto o Voldemort está voando pelas ruas de Gotham. Podiam ter deixado o ator brincar novamente com papel do maior bruxo das trevas, não?

Ainda sobre dublagem, a Arlequina nacional está com a dubladora clássica da personagem, então dá até um arrepiozinho escutar o “pudinzinho”.

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Não podemos esquecer de falar sobre o Robin. Dick Grayson é o grande agente de mudança no Batman, explorando a ideia de família.

Mesmo que tenha ficado mais infantil que o necessário, o personagem estava muito bom e deu o toque de “para todas as idades” no filme. E a piada do uniforme foi sensacional.

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Outra parte da batfamília, que ficou muito bacana é a Barbara Gordon - dublada originalmente pela Rosario Dawson, a Claire Temple da Marvel – mais adulta, que chega na história para substituir seu pai como Comissária da cidade.

Ao longo da trama, ela se desenvolve como Batgirl, ainda que, os pequenos toques de romance entre ela e o Batman possam deixar os fãs do herói um tanto incomodados.

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No fim, é um filme Lego, então sim, a aventura brinca com isso várias vezes. A solução final, para evitar a destruição de Gotham, é hilária, toda o conceito de “mundo de brinquedo” do primeiro filme continua ali, ainda que em menor escala, e isso torna tudo muito mais divertido.

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Falando sobre diversão, que é a palavra-chave preferida da DC, sem dúvidas esse é o filme mais divertido do Batman em muito tempo.

Porque, mesmo sendo uma animação Lego, a produção entrou fundo nas histórias de Gotham e do Homem-Morcego, para entregar algo que qualquer público possa se identificar.

Esse é o grande acerto: satisfazer vários nichos, com um blockbuster extremamente bem feito.

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É realmente uma pena o quanto Lego Batman está sendo subestimado. O resultado final não é melhor que "Uma Aventura Lego", mas passa bem perto de superar – e o primeiro filme Lego foi uma das coisas mais legais do cinema nos últimos anos.

Fica a dica, seja para fãs de quadrinhos, do Batman, de animações ou do cinema em geral: Lego Batman é quase duas horas do melhor que um filme animado pode oferecer. Deem uma chance para o Cavaleiro dos Legos conquistar vocês.