[CRÍTICA] Kingdom Hearts 3 – O Mundo Disney já não é mais tão mágico assim!

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[CRÍTICA] Kingdom Hearts 3 – O Mundo Disney já não é mais tão mágico assim!

Por Felipe Vinha

Após mais de 13 anos de espera, Kingdom Hearts 3 chegou. O jogo que conclui, enfim, a saga de Sora, Kairi e Riku, que viajaram quase todos os principais Mundos Disney em busca de respostas e de justiça.

Lançado no PS4 e Xbox One, Kingdom Hearts 3 não deve ser o último da série, mas é o capítulo derradeiro que os fãs estavam esperando, pra pior e pra melhor.

Confira a análise completa e entenda!

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Ficha Técnica

Nome: Kingdom Hearts 3

Plataformas: PS4, Xbox One

Gênero: RPG

Modos de jogo: Um jogador

Estúdio: Square Enix

Publicadora: Square Enix

Data de lançamento: 29 de janeiro de 2019

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Kingdom Hearts 3 vai em busca de respostas. Afinal, estamos falando de uma série que ficou espalhada por diversos jogos, em várias plataformas, e sempre com detalhes novos a cada capítulo, mantendo o ar de mistério e adicionando mais perguntas à trama.

Com este jogo, a Square Enix demonstra que está ciente de que os fãs não aguentam mais qualquer confusão ou detalhe novo e se limita a responder questões, falar sobre o destino derradeiro de alguns personagens, ainda que adicione mais algumas pequenas perguntas ao longo do caminho.

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A saga de Kingdom Hearts 3 se passa logo após a conclusão de Kindom Hearts: Dream Drop Distance, que saiu para 3DS e teve um relançamento em HD nos consoles da atual geração.

Além disso, ele também pega de onde partiu o "Prologue 2.8", que era focado em Aqua, que por sua vez é uma personagem originária de Kingdom Hearts Birth By Sleep.

Confuso? Então espere só até ver a história citando elementos de cada jogo da série, do pequeno ao maior, até mesmo Kingdom Hearts Coded, que saiu inicialmente apenas nos celulares e, depois ganhou versões em videogames.

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O ponto é que: o enredo continua confuso e Kingdom Hearts 3 não faz a menor questão de situar quem está chegando agora. Ele joga informações na tela o tempo todo, mostrando personagens que até mesmo Sora, o protagonista, esqueceu da existência (por um motivo bem explicado).

Contudo, este não é um game para quem está chegando agora. Kingdom Hearts 3 não se preocupa com novos fãs mas, sinceramente, isso não é exatamente um problema - até porquê, estamos falando da conclusão de uma enorme série. Se preocupar em situar as pessoas seria apenas um trabalho adicional em um jogo que já tem fama de ser confuso.

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Mas, como ia dizendo, a história começa em um ponto crítico. Sora tem a missão de aumentar seu poder para, enfim, lidar com todas as respostas que o mundo das trevas lhe guarda, bem como ter o conflito derradeiro com as pessoas que querem destruir seu mundo.

Para fazer isso, ele parte em uma nova jornada ao lado de Donald e Pateta, visitando novos e antigos mundos da Disney, para tentar encontrar respostas, ajudar pessoas e, com isso, ganhar novos poderes, além do famigerado "poder do despertar".

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Apesar de confusa, para quem já conhece a série, a história de Kingdom Hearts 3 não reinventa a roda. Claro, há "plot twists" aqui e ali e muitas coisas vão te surpreender ao longo da narrativa. Mas não há nada que te faça dar um pulo do sofá, mesmo no tal "final secreto" - que não entrarei em detalhes, para evitar óbvios spoilers.

A impressão que deu é que a Square Enix quis fazer um "feijão com arroz" por aqui, atentando-se ao básico, para poder contar a conclusão de forma coerente. Até que funciona, mas esperava por mais audácia.

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Audácia, aliás, também faltou um pouquinho na jogabilidade principal: os controles de exploração e as batalhas. Há algumas poucas coisas novas, como a possibilidade de, literalmente, subir paredes enquanto estamos no mapa, mas o restante é apenas uma junção de todos os jogos.

Isso torna as batalhas de Kingdom Hearts 3 extremamente caóticas, confusas e, em vários momentos, sem sentido. Vai ser normal você terminar combos "no nada", sem inimigos por perto, ou ativar algum ataque especial que tire totalmente sua visão geral da batalha e foque apenas em Sora, por algum motivo misterioso.

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Os combates em Kingdom Hearts 3 são realmente caóticos e atrapalhados. O que é realmente uma pena, principalmente quando olhamos para o quanto a série evoluiu, quando passou de Kingdom Hearts para Kingdom Hearts 2.

Em alguns momentos, tem tanta coisa acontecendo na tela, mas de maneira que não é fluída, que desanima. De verdade, Kingdom Hearts 2 (e Birth By Sleep) são ápices de jogabilidade para a série. Podiam apenas ter repetido a fórmula, que já estava muito bom. O invencionismo e a necessidade de justificar um grande investimento na nova produção acabam prejudicando um pouco.

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Mas os pequenos problemas são compensados. Kingdom Hearts 3 é um jogo divertido! Os Mundos Disney, apesar de algumas seleções questionáveis, são sempre um show à parte, com destaque para uns mais do que outros.

A narrativa, o carisma dos personagens, os fan services, tudo está nos seus devidos lugares e da forma que todo fã de Kingdom Herts espera ver, o que é ótimo.

Até mesmo em termos visuais, Kingdom Hearts 3 demonstra uma grande evolução em relação aos próprios filmes que pega elementos emprestados. Cada cenário é mais bonito que o outro, de sua forma única e com uma trilha sonora personalizada incrível.

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Conclusão

Kingdom Hearts 3 é a conclusão que os fãs esperavam e aguardavam. Traz algumas perguntas adicionais, mas responde praticamente todas. O visual está animal, os mundos Disney estão incríveis e o carisma de todo o elenco, até dos vilões, dá o tom certo que todos queriam.

A jogabilidade poderia ter sido um pouco melhor e as lutas menos caóticas ou bagunçadas. Além disso, o jogo peca um pouco em se manter confuso, mas nada que seja impossível de entender.

Ainda assim, é um grande jogo e que merece ser conferido por quem esperou anos e mais anos para colocar as mãos neste capítulo final da saga de Sora.

Nota: 3,5 de 5