[CRÍTICA] Jumanji: Bem-vindo à Selva – Nós realmente precisávamos de uma nova fase?

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[CRÍTICA] Jumanji: Bem-vindo à Selva – Nós realmente precisávamos de uma nova fase?

Por Fernando Maidana

Agora, um grupo de quatro adolescentes precisa encontrar forças para derrotar o jogo e finalmente poder gritar JUMANJI!

Pode ler tranquilo, pois nossa crítica não tem spoilers.

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Ficha Técnica

Título: Jumanji: Bem-vindo à Selva (Jumanji: Welcome to the Jungle)

Ano: 2017

Lançamento: 04 de Janeiro de 2018 (Brasil)

Direção: Jake Kasdan

Classificação: 12 anos

Duração: 119 minutos

Sinopse: Quatro adolescentes estão jogando um videogame cuja ação se passa numa floresta. Eles escolhem avatares para a aventura (interpretados por Dwayne Johnson, Karen Gillan, Jack Black e Kevin Hart). Mas um evento inesperado faz com que os jogadores sejam transportados para dentro do universo fictício, transformando-se nos avatares escolhidos.

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Jumanji marcou toda uma geração.

Estrelado por Robin Williams e uma jovem Kirsten Dunst, o filme mostra duas crianças resgatando um homem preso em um jogo de tabuleiro, o que acaba libertando feras selvagens em nossa realidade.

O novo filme traz uma proposta diferente. Dessa vez, os jogadores são sugados para dentro do game e precisam enfrentar uma série de desafios para finalmente derrotarem Jumanji.

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A trama de Jumanji: Bem-vindo à Selva é simples e direta. A história não dá muitas voltas para nos apresentar os personagens e partir para a ação.

Tudo começa como um típico filme adolescente. Vemos quatro jovens que vivem realidades diferentes dentro do contexto social do colégio, mas são forçados a trabalharem juntos ao serem mandados para a detenção, em uma clara alusão a Clube dos Cinco.

Na detenção, eles encontram uma caixa com antigas doações. Em meio a elas está um velho jogo de videogame: Jumanji.

É claro que os adolescentes preferem testar o jogo em vez de passar o resto do dia fazendo a tarefa de suas punições. É aí que conhecemos o outro lado do universo de Jumanji.

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O grupo é sugado para dentro do jogo e cada participante assume a forma do avatar escolhido na tela de seleção do game.

O inteligente, mas tímido, Spencer torna-se o corajoso Dr Bravestone, interpretado por Dwayne Johnson.

O destaque do time de futebol do colégio, Fridge, encarna o zoologista Moose Finbar, vivido por Kevin Hart.

A garota isolada e com cara de poucos amigos, Martha, vai parar na pele de Ruby Roundhouse, da belíssima Karen Gillan.

A surpresa fica por conta da típica patricinha, Bethany, que escolhe o Professor Shelly Oberon e passa a ser interpretada por Jack Black.

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No começo desse novo contexto, fica a impressão de que os personagens poderiam ter sido melhor desenvolvidos antes de entrarem no jogo.

No entanto, a situação é interessante, já que por mais que sejam outros atores em cena, ainda temos as mesmas personalidades ali.

O núcleo "adulto" do filme ainda age como um grupo de adolescentes tentando entender como foram parar em um jogo de videogame, embora, agora, eles tenham alguns poderes para ajudá-los em sua jornada.

A química entre todos os atores funciona muito bem, talvez até melhor do que entre os adolescentes.

É claro que boa parte da trama acaba se sustentando nas costas de Dwayne Johnson, mas todo integrante tem sua importância dentro do grupo.

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Isso, aliás, é um dos pontos interessantes do filme.

Cada avatar possui habilidades que se fazem necessárias em determinado momento do jogo. Portanto, eles têm de cuidar um do outro para que todo mundo consiga se salvar.

The Rock e Kevin Hart estão completamente naturais dentro de seus papeis. Você realmente acredita na amizade conturbada dos personagens e como seus conflitos se desenrolam conforme a história avança.

Jack Black está simplesmente hilário. A situação poderia deixar seu personagem caricato e raso, mas é exatamente o contrário. Em diversos momentos, Bethany surpreende ao mostrar que é muito mais do que "a simples patricinha do colégio".

Infelizmente, quem mais parece deslocada é a personagem de Karen Gillan, embora ela também tenha sua importância dentro do grupo.

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Dentro de Jumanji, mais uma vez, a história é simples.

Um grande vilão quer dominar sua realidade e precisa ser impedido pelo nosso grupo. Nada muito mirabolante, mas o suficiente para sustentar a trama.

Alguns desafios parecem meio deslocados dado o contexto, assim como algumas soluções podem parecer convenientes demais. Mesmo assim, isso não chega a incomodar.

A computação gráfica é um ponto delicado. Em alguns momentos é impressionante como a floresta parece viva e como as ações dos personagens são fluídas graças à CGI.

Em outros, tem-se a impressão de que os animais do primeiro filme estão melhores representados do que os da nova versão.

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E falando no primeiro filme, Bem-vindo à Selva está repleto de homenagens ao Jumanji original.

Apesar de se tratar de um jogo de videogame, ainda temos as clássicas charadas misteriosas do jogo de tabuleiro. Até mesmo o próprio tabuleiro dá um jeito de aparecer.

Os marcantes tambores de Jumanji também estão presentes e é claro que não podia faltar a homenagem a Alan Parrish, interpretado por Robin Williams em 1995.

Mesmo assim, o filme não se transforma em uma caça ao tesouro. Os elementos estão inseridos de forma natural e não parecem jogados em tela de qualquer maneira.

Outra surpresa do filme é Nick Jonas.

Seu personagem vem sendo mantido em segredo nos materiais promocionais do filme, mas não há tanto mistério assim.

Não contarei a situação em que o personagem é apresentado, mas Nick ajuda os outros jogadores a evoluírem ainda mais, além de ser parte crucial do grupo e ter uma ligação especial com Alan Parrish.

Em meio a um elenco recheado de astros de comédia, o ator, surpreendentemente, traz um tom mais sério e dramático para o filme.

No entanto, o desfecho de seu personagem leva a uma situação que muitos podem encarar como um furo de roteiro.

Mais uma vez: Nada que prejudique a experiência do filme.

Aproveite para conferir nossa entrevista com Nick Jonas

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Jumanji: Bem-vindo à Selva é uma aventura que sabe equilibrar seus momentos de comédia com as cenas de ação.

É uma sequência digna para o filme de 1995 e certamente deixará as crianças com um brilho nos olhos e os adultos com o coração repleto de nostalgia.

As situações em que os avatares são "forçados" a trabalhar em equipe podem incomodar, bem como algumas situações e soluções que parecem fugir do contexto de Jumanji. Ainda assim, é um filme divertido, com um elenco competente e que se encerra de maneira satisfatória.

Isso, aliás, é um acerto do filme.

Ele não deixa pontas soltas para um possível continuação. Ela ainda pode acontecer, mas esse filme é completo por si só, sem precisar de um novo capítulo... embora seja mais do que bem-vindo!

Nota: 3,5/5