[CRÍTICA] Homem-Formiga e a Vespa – Uma pausa para respirar!

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[CRÍTICA] Homem-Formiga e a Vespa – Uma pausa para respirar!

Por Gus Fiaux

2018 tem sido um grande ano para a Marvel Studios. Além de completar 10 anos, a empresa está numa crescente muito positiva, tendo lançado o elogiadíssimo Pantera Negra e o sensacional Vingadores: Guerra Infinita. Agora, para encerrar os lançamentos do ano, damos uma encolhida na escala para testemunhar Homem-Formiga e a Vespa… mas será que ele consegue se manter à altura dos seus antecessores?

Créditos: Walt Disney

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Ficha Técnica

Título: Homem-Formiga e a Vespa (Ant-Man and the Wasp)

Ano: 2018

Data de lançamento: 5 de julho (Brasil)

Direção: Peyton Reed

Classificação: 12 anos

Duração: 118 minutos

Sinopse: Enquanto Scott Lang termina sua pena em prisão domiciliar e tent ser um bom pai, Hope Van Dyne e o Dr. Hank Pym surgem para inseri-lo em uma missão de resgate urgente, que colocará o novo Homem-Formiga pela primeira vez ao lado da nova Vespa.

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Homem-Formiga e a Vespa - Uma pausa para respirar!

O primeiro Homem-Formiga é um filme extremamente descompromissado. É o tipo de longa que divide bastante os fãs, pois há quem ame a falta de urgência, assim como também há quem deteste. Três anos depois, o diretor Peyton Reed se certificou de recriar isso em uma escala ainda maior em Homem-Formiga e a Vespa.

Como é de se imaginar, o longa possui uma dimensão bem maior que seu antecessor, ainda que opere em um recorte (tanto físico quanto temporal) bem menor. Porém, pode esquecer de Scott Lang - embora ele ainda se mantenha como "peça central" da trama, o filme é sobe Hope Van Dyne - e sua origem como a Vespa.

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A história é simples e não traz nenhuma complexidade, apesar das zilhões de vezes em que você vai ouvir algum personagem falando sobre qualquer coisa e colocando um "quântico" no fim. Scott em prisão domiciliar após a Guerra Civil, quando é convocado por Hope e Hank Pym para resgatar Janet Van Dyne, a Vespa original, no Reino Quântico.

Porém, isso acaba despertando uma figura misteriosa e vilanesca: a Fantasma, que possui estranhos poderes incontroláveis, sendo capaz de ficar invisível e atravessar paredes. Agora, começa uma corrida contra o tempo e uma perseguição implacável para que possam determinar quem chegará primeiro à realidade subatômica.

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Em termos de personagens, o filme nem perde tempo apresentando suas figuras centrais. Encontramos Scott Lang vivendo sua vida cotidiana, e servindo de inspiração para sua filha Cassie, agora interpretada por uma Abby Ryder Fortson muito mais experiente e emotiva que no primeiro filme.

Paul Rudd mantém-se excelente no papel principal. Ele tem um charme canastrão que diferencia bastante seu humor de, por exemplo, Chris Pratt como o Senhor das Estrelas. Ainda assim, por mais que tenha mais cenas no filme, o foco não está nele, e sim em Evangeline Lilly, que finalmente mostrou a que veio no papel de Hope Van Dyne.

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A atriz traz uma fisicalidade muito oportuna para a heroína, e consegue se mostrar uma combatente muito melhor que o Homem-Formiga, o que é incrível. Ela também é o contraponto caloroso à figura fria de Hank Pym, interpretado por Michael Douglas. Nesse filme, o personagem está excepcionalmente rabugento e amargurado, e isso compõe um charme maior.

No elenco coadjuvante, ainda temos Michelle Pfeiffer como Janet Van Dyne. Ela aparece pouco, mas consegue roubar cada cena - o que infelizmente não pode ser dito sobre o Bill Foster de Laurence Fishburne ou sobre a Fantasma de Hannah John-Kamen, que são mal aproveitados em seus papéis.

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Entrando no primeiro problema do filme, temos todo o núcleo vilanesco, liderado pela Fantasma. A Marvel passou toda a Fase 3 investida na melhora de seus vilões, mas Homem-Formiga e a Vespa parece nem se importar com isso. A personagem surge ameaçadora, mas logo se torna um clichê batido quando, em menos de meia hora de filme, ela já está proclamando seu monólogo expositivo sobre seu plano e sua história de vida.

Além disso, levando em conta o mesmo personagem das HQs, falta um quê de mistério. Mesmo sendo chamada de "Fantasma" e tendo poderes que incluem intangibilidade e invisibilidade, ela é um livro aberto, em prol de uma humanização que não funcionou tão bem quanto o esperado...

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O longa também possui um problema sério se considerarmos o inchaço narrativo que o roteiro propõe. Por exemplo, Bill Foster parece estar ali apenas para colocar mais um nome famoso - o de Fishburne - no pôster do filme, já que o personagem em si entra mudo e sai calado, sem nenhum papel realmente efetivo - ao menos, não por enquanto...

Mas o que realmente incomoda são as tramas dadas para Luís (mais uma vez vivido pelo engraçadíssimo Michael Peña) e para Sonny Burch (o vilão secundário interpretado por Walter Goggins). Os dois, de início, possuem uma presença que infla o roteiro, e que só mostra sentido do meio para o fim, onde suas histórias se cruzam e ficam realmente engraçadas e empolgantes.

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São esses problemas, principalmente o inchaço narrativo, que tornam o filme muito irregular. Após um forte começo, ele vai sendo enfraquecido até ganhar força novamente no final do segundo ato, culminando em uma ótima cena de perseguição. Mesmo assim, quando aproveita seu potencial, o impulso é o suficiente para trazer as sequências mais divertidas da Marvel.

O filme é lindo visualmente, e todos os envolvidos na parte técnica sabem aproveitar o que há de melhor nos poderes dos personagens. Enquanto a Vespa tem ótimas sequências aéreas e o Homem-Formiga continua sua jornada encolhido, a Fantasma compensa sua falta de força com uma representação visual muito criativa para seus poderes.

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Por falar em visual, o Reino Quântico é bem mais explorado aqui, e isso trará algumas repercussões bem interessantes para o futuro, como podemos bem notar pela primeira cena pós-créditos, que é verdadeiramente sensacional. Dou destaque também para os efeitos de rejuvenescimento, que fazem um trabalho inacreditável nesse filme, assim como no anterior.

Na cadeira de diretor, Peyton Reed consegue fazer um trabalho minimamente competente, mas não vai muito além disso. Ao menos, ele consegue extrair o máximo de seus atores, e isso vai desde as cenas de ação de Evangeline Lilly à brilhante sequência envolvendo Hank Pym e Scott Lang de mãos dadas (quando assistirem ao filme, vocês vão entender).

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Resumo da ópera: Homem-Formiga e a Vespa é uma grande diversão sem compromisso. Assim como o primeiro filme, é um longa que não se leva a sério, e cujos melhores momentos derivam diretamente dessa falta de pretensão. Ainda assim, há material suficiente aqui para gostar de seus carismáticos protagonistas.

Ainda que seja um pouco inchado e que tenha um sério problema no que diz respeito ao núcleo de "vilões", é um filme gostoso de se assistir e que certamente deve contar como uma pequena pausa entre Guerra Infinita e Vingadores 4. Como vigésimo filme do Universo Cinematográfico da Marvel, ele veio para nos lembrar que a franquia tem potencial em pequena ou larga escala.

NOTA: 3/5