[CRÍTICA] Godzilla II: Rei dos Monstros – Cruzada colossal!

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[CRÍTICA] Godzilla II: Rei dos Monstros – Cruzada colossal!

Por Gus Fiaux

Após o lançamento de um novo reboot americano – em 2014 -, que dividiu os fãs por conta da pouca presença do monstro titular, o Rei dos Kaiju está de volta em sua segunda aventura, Godzilla II: Rei dos Monstros – e dessa vez, enfrentando várias criaturas lendárias.

Com Mothra, Ghidorah, Rodan e diversos outros monstros icônicos marcando presença, será que o filme consegue fazer justiça ao lendário colosso nipônico e, além disso, preparar o terreno para o confronto com King Kong? Confira a nossa crítica do filme a seguir!

Créditos: Warner Bros.

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Ficha Técnica

Título: Godzilla II: Rei dos Monstros (Godzilla II: King of the Monsters)

Direção: Michael Dougherty

Roteiro: Michael Dougherty, Max Borenstein e Zach Shields

Ano: 2019

Data de lançamento: 30 de maio (Brasil)

Duração: 131 minutos

Sinopse: A agência Monarch colide com um grupo de monstros colossais, incluindo o poderoso Godzilla, que acaba entrando em uma trama com Mothra, Rodan e seu maior inimigo, o Rei Ghidorah.

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Godzilla II: Rei dos Monstros - Cruzada colossal!

A era dos monstros voltou com tudo aos cinemas! Nos últimos anos, temos visto os Kaiju (em japonês, "monstro estranho") invadindo Hollywood com força total, com o melhor exemplo até o momento sendo Círculo de Fogo, de 2013. E nada mais justo que o grande rei dos monstros retornasse em grande estilo.

Em 2014, foi lançado Godzilla, dirigido por Gareth Edwards. O filme, apesar de arrancar elogios da crítica, não caiu no gosto do público, que reclamou do pouco tempo de tela do titã colossal. Felizmente, Godzilla II: Rei dos Monstros, atualmente em cartaz nos cinemas, corrige boa parte desse defeito.

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Na trama, vemos Gojira em destaque, conforme a organização Monarch - responsável por lidar com o surgimento desses colossos misteriosos - se envolve em uma trama sinistra. No cerne, está a Dr. Emma Russell (Vera Farmiga) e sua filha, Madison (Millie Bobby Brown), sequestradas por uma organização ecoterrorista.

Logo no início, descobrimos que Emma desenvolveu um aparelho chamado ORCA, que emite frequências para despertar as criaturas, ao lado de seu ex-marido, Mark Russell (Kyle Chandler). Quando Emma e Madison são sequestradas - com o aparelho -, a Monarch pede a ajuda de Mark, que precisa superar uma tragédia do passado.

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Se você procura confrontos gigantescos, veio ao lugar certo. Godzilla II: Rei dos Monstros não poupa na hora de construir batalhas aterrorizantes e devastadoras entre seus titãs mais grandiosos. Dessa vez, Godzilla não enfrenta apenas um monstro, já que somos reapresentados a figuras clássicas, como Rodan e Rei Ghidorah.

E eles só são a ponta do iceberg. O propósito da organização terrorista liderada pelo Coronel Alan Jonah (Charles Dance) é despertar todas as criaturas adormecidas ao longo do globo, por conta de uma motivação sinistra. Assim sendo, temos a presença de outros monstros, como Mothra e outras figuras reconhecidas pelos fãs.

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Nesse sentido, o diretor Michael Dougherty consegue explorar muito bem a ação em um nível grandioso. A fotografia tem seus méritos nisso, graças ao diretor de fotografia Lawrence Sher. As cenas, em sua maioria noturnas, são bem enquadradas, não deixando que o público se perca no meio de batalhas épicas.

Mais do que isso, o que realmente impressiona aqui é o design sonoro, que torna as criaturas ainda mais verídicas e assustadoras, em conjunto com os (quase sempre) excelentes efeitos visuais. Ver esse filme nos cinemas é uma experiência e tanto, já que a sonoridade dos bichos ganha peso com um bom conjunto de caixas de som.

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Porém, é claro que tudo está bom demais para ser verdade. Infelizmente, Godzilla II acaba tendo um problema grave em seu núcleo humano - e se as pessoas reclamavam da trama familiar do primeiro filme, nem imaginam o que há nesse. Aqui, a solução encontrada no roteiro foi transportar os humanos para a ação.

O resultado é catastrófico. Mais de uma vez, vemos pessoas correndo no meio de batalhas épicas, fugindo de golpes de radiação, raios super-poderosos ou até mesmo escapando de serem pisoteados por esses seres magnânimos. E tudo "piora" quando consideramos que a escala de destruição é muito maior do que no primeiro longa.

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Para piorar, todos os atores são desperdiçados com um roteiro que nem sequer se esforça em construir bons diálogos. De certa forma, parece que o núcleo humano serve apenas para "conduzir" o público para o que acontece entre Godzilla e seus inimigos - e infelizmente, isso toma muito mais tempo do que era necessário.

Sally Hawkins, Millie Bobby Brown, Charles Dance e diversos outros atores talentosos são desperdiçados. Por outro lado, ao menos temos um arco dramático partindo de Kyle Chandler e Vera Farmiga - embora a motivação de Emma seja, no mínimo, ridícula e sem o menor pingo de sentido dentro da narrativa.

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No entanto, quem mais incomoda aqui é Ken Watanabe. O ator já se mostrou muito competente em seus trabalhos anteriores, mas aqui retorna como uma versão "piorada" de seu personagem no primeiro filme. Ele só serve para inundar o filme de sequências expositivas e chavões dramáticos, além de ter uma participação boba no ato final.

Essa presença humana é o que impede o filme de ser ótimo - e é claro que o longa, para que alcance sucesso, não podia deixar de ter um fator de identificação com o público. Mas com três cabeças por trás do roteiro, é triste ver o baixo nível do diálogo e das ações vividas por esses personagens, o que torna o filme longo além do necessário.

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No entanto, você precisa escolher sobre quais batalhas quer lutar. Se você preza pela proposta do primeiro filme - de explorar a ação do ponto de vista insignificante dos humanos, com uma pitada do horror cósmico, Rei dos Monstros definitivamente não é o filme para você, e talvez seja melhor ficar com o longa de 2014.

Porém, se você deseja ver monstros colidindo e uma ótima exploração dos poderes destruidores de Godzilla, Rodan, Mothra e Rei Ghidorah, talvez esse seja o filme para você. É uma pena que, mesmo com cenas de ação espetaculares, o núcleo humano ainda interfira muito mais do que é necessário, impedindo o que poderia ser um excelente longa do monstro.

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Em suma, Godzilla II: Rei dos Monstros é um filme de ação bom, e que realmente se mantém ao nível da devastação de seus colossais Kaiju. E por mais que ele seja brilhante nesse aspecto, a insistência em inserir um núcleo humano desinteressante e mal-escrito é o que o impede de chegar à grandeza necessária para se tornar inesquecível.

Ainda assim, é um filme que merece a conferida - especialmente por fãs do monstro gigante, além de preparar o caminho para Kong vs. Godzilla (que será lançado no ano que vem) de uma forma bem interessante. Porém, se você está esperando pelo longa perfeito do Gojira, talvez deva esperar mais um pouco.

Ah, e não se esqueçam: fiquem até o fim das cenas pós-créditos. Há uma cena que pode dar indícios para o futuro da franquia.

NOTA: 3/5