[CRÍTICA] The Flash 4ª temporada – Potencial desperdiçado!

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[CRÍTICA] The Flash 4ª temporada – Potencial desperdiçado!

Por Mike Sant'Anna

A 4ª temporada de The Flash chegou ao fim, e agora que deu tempo de muita gente ver a temporada inteira, vamos trazer uma crítica com o mínimo de spoilers possíveis, para que dizer o que achamos deste mais recente ano da série. Será que foi bom? Será que vale a pena? Caso você queira saber mais profundamente o que achamos de cada episódio, você pode conferir as Reviews semanais que eu fiz ao longo da temporada.

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As séries de super-herói da CW são um grande processo de constante flutuação entre amor e ódio, e isso não necessariamente significa que elas sejam séries ruins, mas inconstantes em sua qualidade de temporada em temporada. Isto não é algo exclusivo de The Flash, se aplica a todas como Arrow, Legends of Tomorrow, Supergirl e qualquer outra que venha compor esse Arrowverso.

Mas por que eu comecei uma crítica de The Flash tão negativamente, sem nenhum aviso prévio, sem preparar nenhum terreno para esse tapa na cara? Porque esse é o aviso prévio. Para tudo que virá a seguir, precisamos lembrar que The Flash veio de uma terceira temporada que quase matou a série.

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Como dito no item anterior, The Flash veio da infame temporada do Savitar, e tinha que provar que poderia ser uma série de qualidade, pois os fãs não estavam nada satisfeitos com o que estavam vendo. Eis então que nos deparamos com uma nova temporada cheia de novas promessas, e uma delas era: Tudo vai ser mais feliz.

Obviamente, quando as pessoas envolvidas com a série te dizem isso, sua primeira reação é não acreditar, afinal, eles só estão vendendo o peixe dele. Mas nesse caso, logo no primeiro episódio da 4ª temporada, você vê que era verdade. Mas ainda ficava aquele pé atrás que a série iria voltar a ser o que era antes cedo ou tarde.

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Eis que então nós conhecemos Ralph Dibny, Harry da Terra-2 voltou, tivemos a presença de Danny Trejo na série, e exatamente o que nos tinha sido prometido, foi entregue. Essa foi uma temporada muito mais feliz e alegre. Nós tivemos pontos de muita seriedade e sobriedade? Obviamente, mas é isso que faz com que boas histórias sejam contadas, tudo na vida tem hora que dá pra brincar, mas tem a hora de falar sério.

Então mesmo que a temporada não tenha conseguido manter o ritmo do humor bem dosado e da leveza até o fim da temporada, dando bons deslizes na segunda metade, o saldo é super positivo sobre esse clima que fica no coração.

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Existem três pilares muito grandes do porquê essa temporada foi uma das melhores - se não - a melhor temporada de The Flash até aqui: Barry, Ralph e Clifford DeVoe (quando interpretado por Neil Sandilands). E vamos começar a falar pelo herói da série, Barry Allen.

Essa temporada trouxe Barry de volta de seu tempo na Força de Aceleração e os produtores prometeram que agora Barry seria um herói completo, como se as primeiras 3 temporadas tivessem servido como um filme de origem. E foi mais uma promessa cumprida.

Barry, nessa temporada, estava leve, engraçado e carismático, conseguia ser um porto seguro para todos ao seu redor, foi capaz de tomar decisões difíceis e viver com as consequências delas, e trouxe uma versão do herói que sempre quisemos ver na série. Mas eu não posso deixar este momento passar sem exaltar Barry Bêbado que foi sem dúvida alguma, o melhor personagem dessa série até hoje.

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O segundo pilar, Ralph Dibny, definitivamente foi a melhor adição que a série teve de personagem secundário em todas estas 4 temporadas. Ralph é um personagem que casou tão bem na série, com seu humor, seu carisma e personalidade.

A química entre ele e Barry foi fenomenal. E a maneira como ele se encaixou perfeitamente no Team Flash o transforma em um personagem que não queremos perder na próxima temporada.

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E por último, mas obviamente não menos importante, temos o grande vilão da temporada, o Pensador, Clifford DeVoe. Durante a temporada, DeVoe foi interpretado por diversos atores diferentes, mas nenhum deles chegou aos pés do brilhantismo que era a interpretação de Neil Sandilands, desde a primeira vez que o vilão deu às caras, aquilo era a coisa mais quadrinesca que a série já havia feito, um vilão com visual de quadrinhos, sentado em uma cadeira flutuante dentro de um covil tecnológico, era um prato cheio.

Ele pode não ter tido um dos melhores desenvolvimentos, mas definitivamente conseguiu desempenhar um excelente papel como vilão

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Mas infelizmente, agora é a hora que os elogios dão uma pausa, pois precisamos apontar que a série teve diversos deslizes. Desde o fato de Iris West ser líder do Team Flash sem a menor justificativa e ninguém questionar isso dentro da série, passando pelo roteiro muitas vezes burro que subestima a inteligência do espectador criando situações sem o menor pé nem cabeça, até mais uma vez termos episódios pura e exclusivamente para ”encher linguiça” porque a temporada precisa ter 23 episódios.

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Ao longo da temporada, ela perde aquele brilhantismo que tínhamos nos primeiros episódios, e aos poucos nós vemos ela caindo nas mesmas fórmulas das temporadas anteriores, o que se prova no retorno dos discursos motivacionais por episódio, que ninguém mais aguenta.

Alguns diálogos beiraram o piegas, fazendo inveja em muito roteirista de novela mexicana. E cada vez que isso acontecia - principalmente mais próximo do final da temporada - o sentimento de decepção que me batia ficava maior.

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Eu digo decepção por conta do fato que eu esperava dessa, a melhor temporada de The flash sem o menor questionamento, e ela tinha potencial para tal. Mas no meio do caminho, aparentemente a produção da série se amedrontou de se manterem firmes em suas decisões do começo, e você começa a ver todo esse potencial sendo desperdiçado.

Você vê os personagens secundários como Cisco, Harry, Joe, Caitlin sendo completamente desperdiçados, mesmo quando você tem episódios focados neles. É um desenvolvimento preguiçoso e a série não sabe mais como trabalhar o Team Flash da maneira correta.

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No fim das contas, foi uma temporada positiva, decepcionante como eu disse anteriormente, mas definitivamente positiva. O que me fazia gargalhar no começo da temporada, me fez esboçar sorrisos no final, mas o trio Barry, Ralph e DeVoe com toda certeza conseguiram trazer tamanha qualidade que ainda manteve o nível que o restante da série tentava puxar para baixo. Por isso uma temporada que tinha tudo para receber nota 5, vai receber 3,5.