[CRÍTICA] A Vigilante do Amanhã explora um novo lado de Ghost In The Shell!

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[CRÍTICA] A Vigilante do Amanhã explora um novo lado de Ghost In The Shell!

Por Felipe de Lima
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Ficha Técnica

Estreia: 30/03/2017;

Direção: Rupert Sanders;

Roteiro: Jamie Moss, Jonathan Herman;

Trilha-Sonora: Clint Mansell;

Elenco: Chin Han, Chris Obi, Joseph Naufahu, Juliette Binoche, Michael Pitt, Michael Wincott, Peter Ferdinando, Pilou Asbæk, Rila Fukushima, Scarlett Johansson, Takeshi Kitano;

Produção: Ari Arad, Steven Paul;

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Sinopse

Num futuro próximo, Major (Scarlett Johansson) é a primeira de sua espécie: um ser humano salvo de um acidente terrível, que é ciberneticamente aprimorado para se tornar um soldado perfeito. Quando o terrorismo atinge um novo nível e passa a invadir as mentes das pessoas e controlá-las, Major é a única qualificada para detê-lo. Enquanto ela se prepara para enfrentar um novo inimigo, descobre uma grande mentira: sua vida não foi salva, foi roubada. Ela não vai parar por nada enquanto não recuperar seu passado, descobrir quem fez isso com ela e impedir que seja feito com outros.

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O primeiro contato que eu tive com Ghost In The Shell me trouxe um fascínio imenso pelas questões políticas e sociais presentes nos quadrinhos originais. Tais discussões são alguns dos aspectos mais importante da obra homônima de Masamune Shirow e também estão presentes no anime, com o título de O Fantasma do Futuro no Brasil, dirigido por Mamoru Oshii e lançado em 1995, sendo uma das produções mais importantes e definitivas do cyberpunk.

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Entretanto, a produção cinematográfica estrelada por Scarlett Johansson deixa de lado as discussões filosóficas para dar espaço à uma trama mais genérica sobre identidade, que, por bem ou mal, se conecta com mais facilidade com o grande público. Uma urgência em tornar o filme o mais comercial possível, resultando em grandes mudanças em relação ao original.

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Mesmo com todas as discrepâncias, ainda existe uma fidelidade inacreditável em certas cenas, que emulam a animação com maestria, embora pareçam meio desconexas. É possível sentir que elas estão presentes apenas para referenciar o original e não para acrescentar algo relevante à narrativa.

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Ainda assim, há muito para se aproveitar muito em A Vigilante do Amanhã: Ghost In The Shell, principalmente nos conceitos visuais e estilo. A direção de Rupert Sanders é extremamente feliz em seus exageros, sendo aplicada com excelência dentro da ideia de futuro apresentada pelo longa.

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Os momentos de originalidade do roteiro também não são ruins. A busca pelo passado da Major acaba se revelando um trunfo bastante empolgante, onde há um aprofundamento sobre sua verdadeira identidade, algo pouco explorado das adaptações anteriores. As questões existencialistas presentes aqui acabam justificando a preferencia por Kuze e a decisão de não usar o Mestre dos Fantoches como antagonista.

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Uma ciborgue que possui um cérebro humano, a Major de Scarlett Johansson é um dos pontos altos da produção. A atriz - que ficou familiarizada com papeis em filmes ficção cientifica depois de Ela, Lucy e Sob a Pele - encara a personagem sem muitas dificuldades, mantendo o comportamento desviante, mas adicionando uma atitude mais instintiva e temperamental.

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O restante do elenco também se sai bem. Com destaques para Pilou Asbæk e Michael Pitt, que interpretam Batou e Kuze, respectivamente. Entretanto, quem rouba a cena é Takeshi Kitano, que fala apenas em japonês e protagoniza duas cenas ilustríssimas como Aramaki.

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Nota:

A Vigilante do Amanhã: Ghost In The Shell não é convidativo à reflexão como a obra de Masamune Shirow, mas consegue levantar um questionamento interessante sobre identidade, mesmo que as respostas sejam constantemente verbalizadas dentro da narrativa. Talvez, o filme se saísse melhor se não tivesse vergonha de se assumir como um prelúdio, mas isso é compensado pelo visual deslumbrante e a originalidade de explorar um lado inédito da Major.

Nota: 3/5

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A Vigilante do Amanhã: Ghost In The Shell está em exibição nos cinemas.