O episódio começa com Layla El-Faouly falando um pouco sobre o seu passado com uma mulher que prepara documentos falsificados. As duas já são conhecidas e podem discutir livremente sobre o passado de Layla - e é justamente aqui onde temos mais paralelos entre a personagem e Marlene Alraune, uma figura dos quadrinhos que serve como interesse amoroso do Cavaleiro da Lua.

Ela teve um pai que trabalhava com escavações arqueológicas e que a inseriu nesse mundo. Ele foi morto de forma misteriosa - e depois, no episódio, nós temos indícios de que Marc Spector esteve envolvido nisso. Isso é muito próximo do que aconteceu com Marlene nas HQs, já que Marc fazia parte de um esquadrão de mercenários que assaltou o sítio arqueológico de Peter Alraune.

Ou seja, por mais que não compartilhem do mesmo nome, Layla El-Faouly é, com muita certeza, a versão do Universo Cinematográfico da Marvel de Marlene.

Os primeiros episódios foram bem restritos no desenvolvimento de Marc Spector e Steven Grant, mas havia uma pulga atrás da orelha do público para descobrir quando Jake Lockley seria inserido na narrativa. Nas HQs, essa é a terceira personalidade do Cavaleiro da Lua, que atua como taxista em Nova York. E nesse terceiro capítulo, temos mais provas de que a persona já existe na narrativa.

Em dado momento, Spector tem um de seus típicos "apagões" e acorda com dois de seus inimigos mortos. Ele se questiona se foi Steven que fez isso, mas a personalidade garante que não. Portanto, outra coisa tomou conta do corpo do personagem - e provavelmente é Jake. Alguns fãs afirmam que, mais para frente, no mesmo episódio, Jake está no controle do corpo, já que o herói aparece falando com sotaque nova-iorquino forte e diferente dos demais.

Quando Marc Spector chega à grande pirâmide de Gizé para um encontro bem especial, ele se depara primeiro com uma mulher chamada Yatzil. Ela logo explica que é a avatar de Hathor, outra deusa egípcia, assim como o próprio Marc é avatar de Khonshu. Porém, a personagem possui um papel bem curioso nos quadrinhos: ela é uma inimiga de Wakanda.

Descrita como uma Deusa-Leoa, ela é irmã de Bast (outra deusa felina dos egípcios, que também é protetora de Wakanda). Além de deusa da música e do amor, ela também tem um lado sombrio e guerreiro que se manifesta com o nome de Hathor-Sekhmet, e é vista como inimiga do Pantera Negra. Vale citar que o próprio T'Challa cita Sekhmet em Capitão América: Guerra Civil.

Porém, a avatar de Hathor não é a única a dar as caras no episódio. Na real, nós temos um grande encontro dos avatares de deuses egípcios. Aqui, são apresentados os humanos que servem de receptáculo para a essência das seguintes divindades: Hórus, Osíris, Ísis e Tefnut. Todos esses deuses já foram apresentados em revistas da Marvel.

Além disso, há uma menção a um local chamado Vazio - no original, Overvoid. Esse é um dos nomes da Heliópolis Celestial, a morada dos deuses egípcios no Universo Marvel. Basicamente, é o que Asgard é para os deuses nórdicos. A diferença é que, nas HQs (e na série), os deuses egípcios precisam de avatares humanos para entrar em contato com o plano da Terra.

Quando Marc Spector e Layla El-Faouly se aproximam do sarcófago de Senfu, eles encontram um homem chamado Bek, que serve como uma espécie de guarda-costas para Anton Mogart. Embora não saibamos nada sobre o personagem além do fato de que ele já teve um encontro com Layla no passado, seu nome pode ser uma referência aos quadrinhos.

Kareesh-Bek era o nome de um pequeno antagonista do Cavaleiro da Lua, que apareceu em apenas uma edição das HQs do herói: Moon Knight #18, publicada em janeiro de 1982. Nos quadrinhos, ele é um mercenário que é contratado para matar o Avatar de Konshu, mas acaba morrendo ao cair em cima de sua própria bandoleira, que contem adagas banhadas em ácido.

Outro personagem introduzido no terceiro capítulo é Anton Mogart - visto aqui como um excêntrico milionário que coleciona antiguidades e que guarda o sarcófago de Senfu. Eventualmente, ele descobre os planos de Marc Spector e Layla El-Faouly, e acaba fazendo um acordo com Arthur Harrow, que aparece denunciando os heróis.

Nos quadrinhos, Mogart é um ladrão de obras de arte que assume a persona mascarada do Homem da Meia-Noite, depois que o Cavaleiro da Lua o desfigura em combate. Ele é um grande inimigo do Avatar de Khonshu e aparece com frequência em suas revistas, mas não sabemos se ele terá seu alter ego vilanesco na série.

Enquanto ainda não temos a introdução dos mutantes no MCU, o estúdio continua fazendo pequenas menções aqui e acolá a diversos elementos dos quadrinhos dos X-Men - incluindo a ilha de Madripoor, que aparece em várias histórias do Wolverine. Descrito como um lugar onde o crime corre solto e assassinos se escondem em cada beco, o local é citado aqui em uma conversa entre Bek, Layla e Marc Spector.

Vale citar, no entanto, que a ilha já apareceu anteriormente na franquia, mais precisamente no terceiro episódio de Falcão e o Soldado Invernal, a segunda série da Marvel Studios exibida no Disney+. Na série, a cidade aparece brevemente quando Bucky e Sam viajam com Zemo para tentar investigar o soro do super-soldado, que estava sendo desenvolvido e enviado para tropas dos Apátridas.

Aqui não temos bem um easter-egg, mas fica a menção ao tributo prestado pela Marvel Studios ao ator francês Gaspard Ulliel, que faleceu no início do ano em decorrência de um acidente enquanto esquiava em um resort na França. O astro ficou conhecido por seus papéis em Hannibal: A Origem do Mal, Saint Laurent e A Origem dos Guardiões.

Ao fim dos créditos, temos um card preto com os dizeres: "Em memória de Gaspard Ulliel". Ainda não sabemos se o personagem vai aparecer em mais episódios - levando em conta que ele parece ser morto pelo Cavaleiro da Lua, mas é um tributo singelo para um ator que nos deixou cedo demais, aos 37 anos.