Black Clover: 10 motivos para dar uma chance para o anime

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Black Clover: 10 motivos para dar uma chance para o anime

Por Márcio Jangarélli

Dos últimos anos, Black Clover é um dos novos fenômenos do mundo dos animes. Começando como mangá em 2015 e como animação em 2017, a história mágica do Reino de Clover e a aventura do Asta para se tornar o Rei Mago conquistou por conta do seu carisma e do tratamento diferenciado que dá a alguns estereótipos.

Se você não conhece ainda, separei aqui 10 motivos para dar uma chance para Black Clover! Garantia de maratona ou seu dinheiro – 0 reais – de volta! Agora, se você já conhece, deixa aí nos comentários o que acha mais legal no anime ;D

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Mundo mágico

Apenas na premissa, Black Clover já deve despertar seu interesse. Muita gente chama essa história de “Naruto com magia” e isso não está totalmente errado: este é um shonen que se passa em um mundo onde a magia é um dos pilares da sociedade, usada não apenas para batalhas, mas no cotidiano da população.

Todas as pessoas possuem algum nível de magia e isso meio que delimita classes sociais e funções. O grande objetivo do protagonista, Asta, e seu rival, Yuno, é atingir o topo dessa sociedade, assumindo o cargo de Rei Mago, que governa o Reino de Clover junto do Rei. Acontece que o Asta não tem magia nenhuma no corpo e compensa isso com os músculos e um poder especial, enquanto o Yuno é um prodígio.

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Vários tipos de magia

O mais legal dessa ideia, além da magia servir como nivelador social, é que a história bebe de várias fontes mágicas, se tornando uma grande mistura de mitos e práticas.

A magia principal do anime é uma coisa mais voltada para a feitiçaria dos mitos europeus, com grimórios e mais elemental. Mas, seguindo um pouco a aventura, encontramos magia élfica, magia proibida, uma vertente de magia mais oriental, bruxaria, maldições, sacrifícios, pedras e artefatos mágicos, lugares de magia intensa, magia “religiosa”, necromancia, magia de sangue - tem até uma coisa mais videogame ali no meio, com exploração de masmorras e tudo mais. Se esse é um tópico que te agrada, esse é o anime para você.

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Naruto + Fairy Tail

Não tem muito como escapar de comparações, né. Quando eu disse que não é muito errado chamar Black Clover de “Naruto com magia”, é porque o protagonista, o ritmo da narrativa, o objetivo principal da história, tudo meio que lembra um pouco Narutinho. Na verdade, os dois primeiros episódios são MUITO semelhantes até em estrutura.

Mas, se for pra fazer uma comparação justa do anime todo, pessoalmente eu digo que está mais na linha de Fairy Tail do que Naruto, ainda que tenha elementos dos dois e de outros tantos animes ali dentro. E não é no sentido negativo: Black Clover é bem menos apelativo que Fairy Tail em vários pontos - principalmente no tratamento às personagens femininas - e menos enrolado que Naruto na narrativa.

São animes diferentes. Black Clover, assim como várias produções mais novas, vai buscar inspirações nesses títulos - assim como eles foram influenciados por coisas como Dragon Ball, Yu Yu Hakusho, Cavaleiros do Zodíaco e etc. O importante é que a inspiração é clara e bem usada; não te faz sentir como se estivesse assistindo uma cópia, mas te dá aquela nostalgia boa.

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Rivalidade saudável

Falando em Narutinho e em outros tantos animes que exploram rivalidade, um acerto de Black Clover está na relação entre Asta e Yuno. Definitivamente é uma rivalidade mais saudável e bacana de assistir que um Naruto x Sasuke da vida; os dois se reconhecem, crescem em ritmos parecidos, competem, mas é tudo em um nível amistoso.

A rivalidade deixa os dois mais fortes e os faz chegar cada vez mais longe sem se tornar apelativa ou meio vergonhosa. Eles são amigos, no fim das contas, e ainda que exista uma rixa, uma briga, decepção e tudo mais, os dois não perdem o respeito um pelo outro e a coisa não se afunda em um excesso dramático desnecessário.

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Batalhas incríveis

Um ponto chave aqui são as batalhas - que amamos tanto em qualquer anime. Sem uma lutinha boa, qual a graça, né? Bom, em Black Clover, as batalhas são verdadeiramente épicas e dão aquele arrepiozinho bom enquanto você assiste.

É aquele tipo de coisa que só pode acontecer agora, por conta da evolução das animações, mas Black Clover executa de maneira primorosa. São sequências extremamente dinâmicas, muitas vezes sem cortes ou pausa, com uma ótima trilha sonora para acompanhar e proporções absurdas.

Muita gente reclama da animação em alguns episódios. Pessoalmente, considerando o formato semanal do anime e o que ele propõe, não é algo que me incomodou ou que cortou algum clima. Não dá pra assistir um anime semanal esperando uma animação de série de 10-20 episódios encomendada por temporada, né?

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Trabalho em equipe de verdade

Algo que já até nos acostumamos em animes é aquela batalha por turno, com cada personagem enfrentando um inimigo por vez, raramente rolando uma batalha em grupo onde todos os membros participam de forma relevante. Em Black Clover, o trabalho em equipe é real e muito bem feito.

Black Clover consegue criar batalhas realmente épicas, envolvendo vários personagens ao mesmo tempo, sem perder o ritmo. Não só isso, mas utiliza bem seu repertório de heróis e vilões e consegue dar destaque para todo mundo. Se você tem um favorito ali, ele vai ser importante em algum momento.

Melhor ainda: o anime explora ataques em conjunto e habilidades de suporte de uma forma excelente, mostrando que força bruta nem sempre é o mais importante - e o protagonista não precisa ter todos os poderes do mundo, ele pode apenas contar com seus aliados.

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A mensagem

O que mais me atraiu em Black Clover, porém - e acho que é o que mais diferencia esse anime de outros títulos - é a mensagem por trás da obra. Ainda que você tenha o protagonista gritando aos quatro ventos que nunca vai desistir e que você pode fazer qualquer coisa, essa é uma história sobre um reino devastado por uma segregação social absurda.

O cerne de Black Clover está na relação entre a nobreza, os cidadãos comuns e a “plebe”. Ainda que o Asta salve o reino, ele veio dos confins mais pobres daquela região e continua sofrendo preconceito por isso a história toda. Na verdade, o tratamento da nobreza aos pobres é até difícil de assistir em alguns momentos, quando o anime pega bem pesado para mostrar o nojo que eles sentem das classes mais baixas.

Isso ganha uma nova camada com a relação social da magia no reino. A nobreza é quem possui mais magia e os mais pobres quase nenhuma. É uma situação quase irreversível quando se para pra pensar, quando todo esse poder absurdo é usado para subjugar essa população que morre de fome no campo. Em alguns momentos, fica até difícil torcer para Clover na aventura.

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Personagens femininas

Algo bacana e que não se vê lá todo dia é o ótimo tratamento dado às personagens femininas. Ainda que o anime derrape um pouco para tratar das paixonites das mulheres ali, Black Clover apresenta guerreiras e vilãs realmente fortes, concretas e diversas, tudo equilibrado na mesma linha dos homens da história.

Na verdade, uma das personagens mais poderosas e legais do anime é uma mulher - a capitã Mereoleona. Além dela, vale citar que a Noelle, do time de protagonistas, difere muito de outras personagens no mesmo estilo. Ela tem tanto destaque quanto o Asta, tem sua própria história se desenvolvendo, não depende de outro personagem ou plot para existir e está em constante evolução.

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Os Touros Negros

Não tem como não falar dos Touros Negros, o esquadrão principal do anime.

Sem dúvidas um dos maiores atrativos de Black Clover, os Touros Negros são liderados pelo capitão Yami e são todos personagens extremamente carismáticos e bem desenvolvidos.

Você quer saber mais sobre cada um deles e fica ansioso para quando vão contar a história de ou de outro. As magias de cada um são das mais diversas e o anime dá espaço para explorar todas elas, sem exceção. Não importa quem seja seu favorito, ele vai ganhar destaque em algum momento, você vai ver uma evolução naquele personagem.

Vale ressaltar que é um clima de amizade e camaradagem saudável, sem aquela de se sacrificar um pelo outro. Na verdade, é o oposto: todos precisam continuar vivendo, continuar crescendo, para apoiar um ao outro sempre.

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O Rei Mago

Por fim, temos que invocar ele: o Rei Mago, Julius Novachrono. Se tornar o Rei Mago é o objetivo do Asta e do Yuno e o Julius é um exemplo bem diferente do arquétipo do “sábio” dos animes.

Julius não é pintado como aquele líder perfeito e benevolente; na verdade, ele é cheio de defeitos e possui uma aura bem amedrontadora - ainda que na maior parte do tempo ele seja só um bobão. Ele é o Rei Mago por mérito, reconhece isso, mostra isso e é isso que ensina para os protagonistas.

Ele é diferente por, ainda que seja um grande líder e um do motores da história, não mostrar que sabe tudo ou que tem tudo sob controle. Isso e o fato dele ser muito mais direto que os outros “sábios” de anime e mostrar exatamente o porquê de estar no cargo que ocupa, sem perder o charme.