Grande ícone da cultura pop, Ian McKellen conquistou o coração do público por interpretar personagens como Magneto, dos X-Men, e Gandalf, de O Senhor dos Anéis. Este último personagem, inclusive, quase lhe rendeu uma saída repentina da produção de O Hobbit. Tudo por causa de uma tela verde.

O que aconteceu foi que o diretor Peter Jackson optou por usar chroma key durante as gravações de O Hobbit para conseguir transmitir corretamente a diferença de altura entre as espécies da saga. Isso fez com que Ian McKellen ficasse completamente isolado de outros atores, já que ele gravou grande parte de suas cenas sozinho.

A experiência foi tão desagradável que o intérprete de Gandalf quase abandonou a produção no meio das filmagens, e ele até considerou se aposentar da profissão de vez devido à frustração. No final das contas, McKellen continuou no projeto durante toda a trilogia, mas parece que não foi o melhor dos mundos para ele.

Brad Pitt também passou por péssimas e horríveis durante os bastidores de Entrevista com o Vampiro (1994), filme inspirado na obra homônima da escritora Anne Rice que acompanha a jornada de dois vampiros centenários. O longa foi um marco na carreira do ator, assim como na de Tom Cruise e Kirsten Dunst, mas engana-se quem acredita que Pitt se divertiu no set de filmagens.

Na trama, Brad interpreta o vampiro Louis de Pointe du Lac, ou seja, a equipe de maquiagem e figurino teve que trabalhar muito para transformá-lo em uma criatura da noite convincente. Contudo, algumas técnicas usadas nos bastidores não foram muito agradáveis para Pitt: além de passar seis meses gravando cenas à noite, o ator só recebeu o roteiro duas semanas antes do início das filmagens.

Com tanto desgosto e frustração, Pitt pensou em desistir de Entrevista com o Vampiro no meio da produção, mas acabou deixando a ideia de lado após descobrir que teria que pagar milhões pela quebra de contrato.

Russell Crowe, a estrela de Gladiador, também já enfrentou momentos conturbados em set de filmagens a ponto de querer abandonar o projeto no qual estava envolvido. No caso dele, o problema aconteceu com Robin Hood (2010), um caos que começou antes mesmo do início das gravações.

Inicialmente, a clássica história do arqueiro que rouba dos ricos para dar aos pobres seria subvertida: a Universal Studios queria transformar Hood em um vilão, uma ideia que chamou a atenção de Crowe. O ator até ficou interessado em dirigir o longa, mas as coisas desandaram quando ele começou a ter dúvidas sobre o roteiro.

Russell, então, ameaçou sair do projeto, caso o estúdio não aceitasse suas demandas. A Universal, por sua vez, chamou três roteiristas para reescreverem o filme, que acabou assumindo o arco tradicional da história de Robin Hood com Crowe na pele do protagonista.

Emma Watson conheceu uma fama descomunal quando era apenas uma criança após aparecer pela primeira vez como Hermione Granger em Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001), a primeira adaptação da saga literária do bruxinho mais famoso do mundo. A atriz reprisou o papel até o fim da franquia cinematográfica, em 2011, mas houve um período em que ela considerou deixar Hermione para trás.

As dúvidas começaram a aparecer durante o desenvolvimento de Harry Potter e a Ordem da Fênix (2007), período em que Emma pensou em abandonar a franquia por ter ficado assustada com toda a comoção ao redor da saga do Menino Que Sobreviveu. Além disso, o preço da fama também fez com que Watson hesitasse em retornar, mas saber que ela teria apoio na equipe foi o motivo pelo qual ela resolveu não desistir.

Jim Carrey até pode ser um comediante, mas sua experiência em bastidores nem sempre foi tão alegre assim. O caso mais notável aconteceu no set de filmagens do clássico natalino O Grinch (2000), onde ele quase abandonou o projeto por causa do exaustivo processo de maquiagem e figurino para transformá-lo no personagem.

O caos já começou logo no primeiro dia da produção, quando Carrey levou oito horas e meia para receber toda a caracterização do Grinch antes das gravações. O processo, conforme descrito por ele em uma participação no programa The Graham Norton Show, foi a mesma coisa de “ser enterrado vivo”.

Inconformado com essa realidade, o ator chegou a falar para o diretor Ron Howard que não conseguiria fazer o trabalho diante de tais condições, ameaçando abandonar o filme. Contudo, as coisas acabaram dando certo no final de um jeito bastante peculiar: Howard contratou um especialista da CIA, responsável por treinar agentes para aguentarem todo tipo de tortura, para ajudar o ator.

Michelle Rodriguez também já passou por momentos de hesitação durante sua carreira. No seu caso, tudo aconteceu nos bastidores de Velozes e Furiosos, uma das franquias de ação mais populares de Hollywood.

A atriz entrou na equipe já no primeiro filme da saga estrelada por Vin Diesel, de 2001, onde interpretou Letty. Mas as coisas poderiam ter tomado um outro rumo, caso o estúdio não tivesse atendido a um pedido de Rodriguez: que eles mudassem um aspecto do arco de sua personagem na trama.

Isso porque, inicialmente, Letty estaria em um triângulo amoroso com Dom (Vin Diesel) e Brian (Paul Walker). Michelle não gostou nadinha disso, o que a levou a ter dúvidas sobre seu envolvimento no longa.

Assim, apesar de ter assinado o contrato de Velozes e Furiosos, a atriz bateu o pé e se recusou a dar continuidade ao projeto a menos que mudanças fossem feitas. Felizmente, o estúdio interviu e mudou o roteiro para que Rodriguez permanecesse no elenco.

Grande ícone da Era de Ouro de Hollywood, a atriz Rita Moreno é mais uma artista que quase abandonou um filme no meio da produção. O longa-metragem em questão foi justamente aquele que a consagrou com um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante: o musical Amor, Sublime Amor (1961), um dos maiores clássicos do gênero.

O motivo para sua quase desistência foi por causa da letra de uma canção que ofendia Porto Rico, chamando a ilha de “feia” e de local com “doenças tropicais”. Moreno, que é porto-riquenha, recusou-se a cantar a música em cena por achá-la extremamente ofensiva.

O estúdio, por sua vez, ouviu o apelo da atriz e a canção foi reescrita para eliminar o teor pejorativo da composição.

Mais conhecido por sua performance como Thor no MCU, o ator Chris Hemsworth quase desistiu do reboot de Caça-Fantasmas (2016) na noite anterior ao início das gravações. O que aconteceu foi que, semanas antes do começo da produção, o diretor Paul Feig teria prometido a ele que faria mudanças no desenvolvimento de seu personagem, já que Hemsworth não estava satisfeito com seu arco na trama.

Contudo, não foi isso que aconteceu. De acordo com Chris, em uma entrevista à Variety, o roteiro que ele recebeu continuava intacto. Em vista disso, Hemsworth conversou com o diretor, que disse a ele que o personagem poderia ser desenvolvido com improvisação ao longo das filmagens.

Mesmo inseguro, Hemsworth decidiu dar continuidade ao projeto, fazendo o que estava a seu alcance para concluir o trabalho.

A performance de Jamie Foxx como o músico Nathaniel Ayers na cinebiografia O Solista (2009) impressiona pelo grande talento do ator em cena. Porém, os bastidores foram um verdadeiro inferno para o astro, que pensou em desistir do filme em determinado momento.

Isso porque interpretar Nathaniel, um músico que luta contra a esquizofrenia, acabou se tornando uma tarefa extremamente desgastante para Foxx. Embora tenha gostado de participar do projeto, o ator passou por momentos difíceis em relação ao seu estado mental devido à carga emocional ao redor de Ayers.

Assim, houve um momento em que Jamie chegou a conversar com seu empresário sobre uma possível desistência do projeto, já que, mentalmente falando, ele não se sentia apto para dar continuidade ao trabalho. Foi assim que Foxx começou a se consultar com um psicólogo, uma atitude que o ajudou a finalizar o filme.