Sim, super-heróis estão em alta e é sempre bom ver material inédito de qualidade sobre o tema. My Hero Academia faz isso bem, tratando com tipos clássicos e, ao mesmo tempo, inovando com estilos de heróis nunca vistos nem mesmo nos quadrinhos americanos.

My Hero Academia caminha para ser um anime com trilhas sonoras memoráveis, similar a Digimon, Samurai X, Dragon Ball, entre tantos outros que foram marcantes também por conta de suas músicas - sejam elas aberturas e encerramentos ou até mesmo as trilhas orquestradas.

My Hero Academia é um dos animes do momento e isso significa que um bom dinheiro é investido em sua produção. Por isso, a qualidade de animação é extrema em alguns capítulos - em especial aquela luta do Midoriya vs Todoroki, nos jogos acadêmicos.

Ao contrário de outros mangás shonen de luta do passado, que engataram adaptações para anime com episódios quase infinitos, My Hero Academia está indo com calma. O anime finalizou sua terceira temporada e ainda não tem previsão exata de retorno, por mais que já saibamos que uma quarta temporada é garantida. Ainda assim, é bom ver que a produção está indo com calma, principalmente em termos narrativos.

All Might não é o personagem central de My Hero Academia, mas serve como mentor do herói, Midoriya. Ele é um dos melhores personagens de toda a série e também gerou algumas das melhores cenas já vistas na aventura. É um tipo de Superman "mais humanizado", se é que isso é possível, com um poder divertido e uma contra-partida extremamente inesperada e engraçada.

CALMA! Nós não odiamos a menina Ochaco Uraraka, mas sim o que fazem com ela. Uraraka era uma das personagens mais promissoras do início do anime, mas que acabou sendo reduzida a mero "interesse amoroso" de Midoriya, com pouca atuação relevante e bem apagada na maioria das vezes. Onde já vimos isso antes, mesmo?

Tudo bem, a Liga dos Vilões começou muito bem, fornecendo uma grande ameaça no início do anime, mas acabou virando meio que... Chacota, talvez? Os grande vilões já pisaram na bola mais de uma vez e seu "líder", Tomura Shigaraki, talvez seja um dos personagens mais rasos e sem graça da saga, até agora. As motivações de Shigaraki envolvem seu ódio por All Might e por seu pupilo, Midoriya, e há ainda seu passado com o All for One, mas nada muito além disso. Torcemos para um desenvolvimento melhor.

A verdade é que as histórias e momentos mais interessantes de My Hero Academia têm sido gerados a partir de conflitos entre os próprios heróis, com uma exceção ou outra.

Já tivemos, pelo menos, dois arcos de treino e competições. Sabemos que isso é bem comum em animes do tipo "shonen de luta", mas dava para variar um pouco mais - por mais que a história traga a necessidade deste tipo de enredo, já que estamos falando de uma saga que se passa em uma escola de heróis.

Kohei Horikoshi, autor de My Hero Academia, vez ou outra se esquece de coisas que já estabeleceu na história. Um bom exemplo disso é que, lá no início do anime, foi estabelecido que havia um grande traidor entre os estudantes da escola UA, que estava repassando informações aos vilões.

Pois bem... Já ultrapassamos o episódio 50 e nada deste traidor ser revelado. O motivo é que, em recente entrevista a revistas japonesas, Horikoshi já declarou que esqueceu de desenvolver este plot, mas ainda vai.

O esquecimento, proposital ou não, se estende também a outros personagens, que ficam renegados a poucas participações na história, quando tínhamos pistas de que eles teriam uma grande participação, como um todo, ao lado de Midoriya - e não apenas o "trio principal", incluindo Todoroki e Bakugo.

My Hero Academia é incrível em vários aspectos, mas boa parte do público está tratando a série como a salvação dos shonen de luta. Não é bem assim. O anime segue de perto a cartilha do gênero, por mais que pareça distorcer alguns de seus conceitos de início. Ele está bem próximo do que Naruto foi no início, por exemplo, ainda que não tenha os fatídicos episódios "filler", para encher linguiça.

O resumo é: é legal, mas calma lá!