Em 2008, a Marvel fez uma de suas sagas mais reverberantes: a Invasão Secreta. Apesar de criticado pelos fãs, o evento trouxe diversas consequências permanentes para a editora. Uma delas foi a "morte" de Janet Van Dyne, a Vespa, já nos momentos finais da guerra entre Vingadores e Skrull. A heroína foi carregada com uma bomba alienígena, e começou a crescer continuamente. Para derrotá-la, Thor teve de descarregar um grande raio nela.

Porém, nos últimos momentos dos Vingadores antes da Nova Marvel, descobrimos que Janet sequer tinha morrido, e na realidade tinha encolhido até o Microverso, onde batalhava com uma horda de tiranos locais. Ela é resgatada pelos Vingadores e poucos meses depois já fazia parte do Esquadrão Unidade do Capitão América.

A Morte de Gwen Stacy permanece na memória como uma das mais chocantes reviravoltas na história do Homem-Aranh. Pouco após perder sua namorada, Peter vai atrás do Duende Verde, responsável pela morte de Gwen, e deixa ele ser assassinado pelo seu próprio planador.

Ao final da Saga do Clone - onde descobrimos que Peter tinha um clone chamado Ben Reilly, e momentaneamente pensamos que Peter era na verdade o clone o tempo todo -, descobre-se que Norman Osborn estava vivo e era o orquestrador de todo o evento, tentando desacreditar Peter de sua própria história.

Piotr Rasputin morreu de uma forma muito heroica, para que pudesse livrar a Terra do Vírus Legado - o mesmo que, anos atrás, tinha sido responsável pela morte da irmã de Piotr, Magia. Contudo, a Marvel estava em uma fase em que eles pretendiam não continuar a tradição de ressurreições em larga escala (isso aconteceu logo que Joe Quesada assumiu o cargo de editor-chefe).

Porém, quando Joss Whedon se tornou roteirista dos Surpreendentes X-Men, ele deixou claro que iria trazer um personagem de volta. Após muitas pistas de que poderia ser Jean Grey, descobrimos que alguns vilões estavam mantendo ninguém menos que o Colossus como prisioneiro. E ele retornou da forma mais surpreendente possível: encarando sua ex-namorada, Kitty Pryde.

Atualmente, Elektra se tornou um símbolo de ressurreições. Desde sua criação, a ninja passou por incontáveis mortes e retornos mirabolantes, de forma que muitos roteiristas usam isso como ponto comum nas histórias da personagem. Porém, quando ela foi assassinada pelo Mercenário, foi um momento realmente chocante, por ser a primeira morte da heroína.

Pouco depois, ela ressurgiu de maneira surpreendente, com a ajuda do próprio Matt Murdock - o Demolidor - que fizera com que a corrupção do Tentáculo deixasse a anti-heroína (o que obviamente não durou muito tempo).

Embora muito criticada por muitos fãs, a Saga do Clone teve seus pontos altos. E um deles foi a morte da Tia May, em Amazing Spider-Man #400. Ali, a mãe de criação de Peter Parker, após um longo período debilitada em coma, acorda e tem uma conversa tocante com seu sobrinho, revelando que já sabia do Homem-Aranha há anos. Logo em seguida, ela retorna para casa e falece em paz. O fim perfeito para a personagem.

Porém, com a revelação de que tudo não passava de um plano de Norman Osborn, descobrimos também que a Tia May morta era uma atriz que tinha passado por cirurgias para ficar idêntica à tia de Peter. E a verdadeira Tia May estava em cativeiro. Uma "ressurreição" não apenas chocante, como também péssima.

Embora já tenha se tornado corriqueiro, assassinar um grande personagem é sempre algo arriscado. E quando o Capitão América foi alvejado pelo Ossos Cruzados e pela Agente 13 durante a conclusão da Guerra Civil, o mundo ficou paralisado pela morte de um dos maiores heróis dos quadrinhos.

Mas mesmo uma morte tão impactante não duraria muito tempo. Descobrimos posteriormente que o Capitão fora atingido por uma bala temporal, e embora seu corpo tenha sucumbido, sua essência passou a viajar pelo tempo, revivendo seus grandes momentos. Ele acabou ressuscitando de uma forma bem emocionante, mas não assumindo de cara o papel de Capitão América - que na época, era de Bucky Barnes.

Thanos é obcecado com a Morte, mas ela sempre pareceu o ignorar e menosprezar. Porém, a entidade sabe que o Titã Louco é capaz de fazer virtualmente tudo para alegrá-la, e usa isso ao seu bel prazer. Em um dos maiores eventos da Marvel, a Saga de Thanos, o vilão finalmente sucumbe ao poder de Adam Warlock.

Porém, de uma maneira surpreendente, o vilão é ressuscitado pela Morte, que o incube de uma missão macabra: para trazer equilíbrio ao universo, Thanos precisa assassinar metade da população universal. Com essa ressurreição sinistra, tem início um dos momentos mais épicos do Universo Marvel.

Quando a Feiticeira Escarlate perdeu sua sanidade em Vingadores: A Queda, ela indiretamente assassinou três dos Heróis Mais Poderosos da Terra: o Homem-Formiga (Scott Lang), seu ex-marido Visão e o Gavião Arqueiro. Meses depois, os Vingadores restantes se uniram aos X-Men para tentar encontrar uma solução para a loucura de Wanda, e é quando ela faz o mundo ajoelhar à Dinastia M.

O Mercúrio faz sua irmã criar um mundo alternativo onde os mutantes são a raça dominante, e todos os heróis atingem seus maiores sonhos. Com isso, o Wolverine passa a lembrar-se de seu passado antes dessa nova realidade, e tenta contar isso aos Vingadores... dentre os quais temos Clint Barton, que após o evento, voltou a ser vivo na continuidade padrão da Marvel.

No capítulo final da Saga da Fênix Negra, Jean Grey se sacrifica para poder dar fim à ameaça da Fênix, que já havia destruído um sistema solar inteiro em um acesso de raiva. Era a primeira vez que víamos um suicídio ser retratado com tanto peso nos quadrinhos, e demonstrava a heroína pagando por suas ações.

Mas na década de 80, a Marvel planejava lançar um novo título, chamado X-Factor, que contaria com a presença dos cinco X-Men originais. Para isso, criou-se uma história onde a verdadeira Jean tinha ficado em um casulo na Baía da Jamaica (e a Fênix que morrera na Lua era, na realidade, uma manifestação mais tangível da entidade cósmica). Não apenas um retorno chocante, como também uma história extremamente criticada por retirar o significado da morte de Jean.

Há certas mortes nos quadrinhos que não devem ser tocadas. Tio Ben e Gwen Stacy são grandes exemplos, e por muito tempo, Bucky Barnes também era. O ajudante mirim do Capitão América foi dado como morto no mesmo acidente que congelou o Sentinela da Liberdade. E Steve, quando foi acordado da animação suspensa, carregou na memória a perda do amigo por décadas.

Porém, nos anos 2000, Ed Brubaker resolveu contar uma história realmente chocante para os fãs do herói. Durante seu run na revista do Capitão América, ele não apenas "reviveu" Bucky, como também escreveu uma trama na qual ele havia sido resgatado no gelo pelo exército soviético, que havia apagado sua memória e o transformado na máquina de matar perfeita, o Soldado Invernal.