As 10 maiores mudanças da década na cultura pop

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As 10 maiores mudanças da década na cultura pop

Por Evandro Lira

Os anos 2010 foram cheios de mudanças, e grande parte delas diz respeito ao modo como vivemos e consumimos a cultura pop. A indústria do cinema, da TV, dos videogames e da música se transformaram bem diante dos nossos olhos, e desde então, nada foi mais como antes.

Nessa lista, faremos uma viagem pelos últimos anos e relembraremos quais mudanças foram definitivas para a cultura mainstream. Confira:

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O prestígio das séries de TV

Desde seu surgimento, a TV se tornou um instrumento obrigatório na casa de todas as famílias pelo mundo. E embora o medo de que ela substituísse o cinema tenha sido cultivado por alguns anos, não demorou a ficar claro que isso não aconteceria. Foram preciso muitas décadas para que, finalmente, a televisão tivesse conseguido um espaço de prestígio quase equiparado ao cinema. E podemos dizer que isso ocorreu na década de 2010.

Nos últimos anos, uma quantidade enorme de séries de todos os tipos - mas especialmente dramas - surgiram e se tornaram verdadeiros símbolos dos anos 2010. Grandes investimentos, com tramas complexas e de alta qualidade, visuais dignos de produções hollywoodianas e com escritores, diretores e atores já conhecidos entre os fãs de cinema, as séries de TV ganharam um espaço gigantesco entre o público e dentro da própria indústria do entretenimento. Esse fenômeno passou a ser conhecido como a Era de Ouro da Televisão.

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A ascensão do streaming

E um dos grandes responsáveis pelo sucesso das séries de TV é o streaming, que graças a internet conseguiu democratizar filmes e séries de maneira que a TV à cabo nunca chegou perto de fazer. Hoje, as plataformas de streaming são, provavelmente, o modo mais popular de se consumir esse tipo de conteúdo. E a pioneira desse grande negócio é a gigante Netflix, que é dona de um verdadeiro império de conteúdos originais, e abriu espaço para outras empresas gigantescas entrarem com tudo nesse mercado, com por exemplo, a Amazon, a Disney e, futuramente, a Warner.

O advento do streaming forçou as empresas de TV aberta, TV por assinatura, e até desenvolvedoras como Samsung e Apple, e também grandes premiações como o Emmy e o Oscar, a dançarem diante dessa nova música.

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A relação com os ídolos

Ninguém mais enxerga seus ídolos como deuses inalcançáveis na década de 2010. Vários dos nossos artistas favoritos estão na internet, e frequentemente os vemos compartilhando novidades sobre seus trabalhos ou sobre suas vidas pessoais.

Muitos anos atrás, a única maneira de se comunicar com seu ídolo era através de cartas, onde as pessoas demonstravam toda sua admiração por alguém através de papéis perfumados e fotografias coladas. Atualmente, através de redes como Twitter e Instagram, é possível falar diretamente com eles e receber uma resposta instantânea. É lá onde os artistas divulgam seus projetos - que atingem diretamente seu público alvo -, revelam informações exclusivas, desmentem notícias, interagem com outros artistas, fazem publicidade, e têm a oportunidade de expandir suas relações com seus fãs.

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Os produtores de conteúdo

Uma das mudanças mais positivas da internet foi a democratização da informação. E uma que interfere diretamente na maneira como consumimos cultura nos últimos anos é a ascensão do criador independente.

A internet deu a plataforma - a maior nesse âmbito é o YouTube - e pessoas de diferentes vivências, conhecimentos e lugares do mundo passaram a se comunicar diretamente com um público interessado pelo que elas têm a dizer. Isso virou a principal profissão de muitos internautas, e logo, esses profissionais se tornaram capazes de influenciar uma gigantesca parcela de consumidores. Empresas como grandes estúdios de cinema, emissoras de TV, distribuidoras de jogos, gravadoras, editoras e muitas outras, de várias áreas, passaram a trabalhar em conjunto com esses influenciadores, moldando totalmente a maneira como se é vivida a cultura de massa no mundo atual.

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Novos consoles e crescimento dos jogos indies

As mudanças vistas no mundo dos games foram imensas. Jogos na nuvem, realidade virtual, e melhorias contínuas nos gráficos são alguns dos destaques da década, que começaram com a dominação do PlayStation 3, Xbox 360 e Wii. Logo depois, chegou a era da próxima geração, com o PlayStation 4, o Xbox One, e Wii U, esse último sendo descontinuado e dando vez ao Nintendo Switch.

Mas a principal mudança no ecossistema dos games foi o crescimento gigantesco dos jogos independentes ao longo da década, que por sinal ocasionou em uma queda fulminante no varejo em detrimento dos downloads digitais. Tudo isso também resultou nos jogos de grandes estúdios se tornando cada vez maiores, custando mais e gerando muito mais receita. Além disso, jogos mobile se tornaram enormes devido a popularização dos smartphones e tablets, e o os jogos free-to-play para PC criaram verdadeiros monstros, como por exemplo, League of Legends e Fortnite.

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O modo de consumir música

Na década de 2000, nós ouvíamos CD e principalmente MP3, que logo virou MP4, e na década de 2010, se tornou apenas um aplicativo no seu celular. Entramos na era do streaming.

Claro, a loja digital de música da Apple, o iTunes, ainda teve bastante força na década, mas em pleno 2019 estava dando seus últimos respiros. A novidade era o Spotify, e assim como a Netflix, abriu o mercado para serviços como Apple Music, Deezer, Tidal e etc. Aos poucos, a indústria percebeu a importância desse tipo de plataforma, que diminuiu a pirataria e popularizou ainda mais o consumo de música. As principais paradas pelo mundo passaram a levar em consideração as reproduções nos serviços de streaming, como a Hot 100 da Billboard. Hoje, as gravadoras e artistas investem em fazer ações diretamente com as plataformas, e os fãs de música pelo mundo todo criam playlists, descobrem novidades e compartilham música de um jeito totalmente novo e fácil.

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O “renascimento” dos filmes de terror

Nos anos 2000, tivemos uma penca de péssimos filmes de terror, onde boa parte deles foram inspirados pelo sucesso de Jogos Mortais, e traziam sequências umas piores que as outras. Porém, para a nossa a alegria, a década de 2010 viu o horror renascer como um dos gêneros mais originais e provocativos do cinema.

Dá para citar como exemplo filmes como O Babadook, Corrente do Mal, A Bruxa, Corra!, Hereditário, Um Lugar Silencioso e vários outros que resgataram o interesse do público e da crítica pelo gênero e também por novos artistas e histórias. Vários desses filmes se estabeleceram como alguns dos melhores e mais influentes dos últimos anos, sendo essenciais na hora de estabelecer o que vai vir a seguir.

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O ressurgimento de franquias do passado

Certamente os anos 2010 serão lembrados pela enxurrada de sequências, remakes e reboots que foram lançados nas telonas. E várias delas são resgates de títulos que outrora fizeram sucesso, como Jurassic World, O Hobbit, O Exterminador do Futuro, Star Trek, Planeta dos Macacos, Jumanji, Caça-Fantasmas, MIB, Animais Fantásticos, O Espetacular Homem-Aranha, Os Incríveis 2, Batman vs Superman, Blade Runner 2049, Toy Story 4, Star Wars, e claro, os vários remakes live-action da Disney.

Os estúdios de cinema decidiram que investir muita grana em produtos originais não era algo realmente vantajoso, afinal, é muito mais fácil lucrar com a pré-consciência, com a nostalgia, e com aquilo que já é familiar ao imaginário coletivo. Sendo assim, dá para dizer que a última década foi marcada pela exploração do passado no cinema e na cultura pop como todo.

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Super-heróis no cinema

A década de 2000 ensaiou trazer alguns ótimos e bem sucedidos filmes baseados nos quadrinhos da Marvel e da DC, mas foi nos últimos dez anos que os filmes de super-heróis ganharam fôlego e se tornaram verdadeiros rompantes de dinheiro para os cofres de alguns estúdios.

Mas claro, quando falamos de filmes de super-heróis, são as produções do Universo Cinematográfico da Marvel que vem logo a cabeça. Os filmes do estúdio pertencente a Disney se tornaram verdadeiros monstros de popularidade, faturando bilhões e chegando às salas de cinema a um ritmo alucinante. A indústria cinematográfica realmente foi moldada pelo sucesso desses filmes, e ninguém está imune a eles.

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Representação e diversidade na mídia

Ainda que a passos lentos, foi na década de 2010 que pudemos assistir a mídia se abrindo para tipos diferentes de pessoas. Mesmo que existam desde sempre, foi apenas nos últimos anos que mulheres, negros e LGBTQ+ ganharam espaços em lugares majoritariamente dominados por homens, brancos e héteros. Grandes filmes como Moonlight, Corra!, Mulher-Maravilha, Star Wars: O Despertar da Força, Pantera Negra e Capitã Marvel colocaram essas minorias como donos de suas próprias histórias, e também por trás das câmeras. Mulher-Maravilha e Pantera Negra, por exemplo, marcam a primeira vez que uma mulher e um negro comandam filmes de orçamento astronômicos e de arrecadações gigantescas na história do cinema.

Mesmo quando eles não são protagonistas, há um crescente cada vez maior desses grupos povoando os espaços como coadjuvantes. No mundo das séries de TV e da música então, a diversidade também só cresceu. E tudo isso é importante pelo simples fato de validar a existência desses grupos, dando vozes à pessoas frequentemente hostilizadas e oferecendo a oportunidade de as tornarem mais aceitas por todos. Esperemos que nos anos 2020, essa tendência cresça ainda mais!