Apesar de bem curtinha e com uma história que se resume em uma simples sinopse, André e Wally B. É um marco histórico na história da empresa. Trata-se do primeiro filme produzido e lançado comercialmente pela Pixar, com pouco mais de um minuto de duração, apenas para mostrar os avanços no uso da animação em 3D.

Feito na época em que o estúdio ainda era parceira da Lucasfilm, o curta apresenta André, um rapaz espertalhão que acaba encontrando um zangão curioso, chamado Wally B. Mesmo tentando distrair e fugir do inseto, André acaba sendo perseguido. Mais uma vez, não vá esperando algo muito genial e com uma trama complexa, mas divirta-se com os primórdios da empresa.

Não dá pra falar de Pixar sem falar de Luxo Jr., uma vez que o curta deu origem ao famosíssimo mascote do estúdio, que aparece em toda abertura para esmagar a bola estrelada. Aqui vemos um dos primeiros curtas do estúdio a estimular a animação de objetos inanimados, enquanto vemos uma pequena lâmpada se divertindo ao lado de sua... “mãe”?

Luxo Jr. então acaba destruindo uma bola perfeita, antes de voltar com uma réplica bem maior. Apesar da curta duração, ela tem sua importância histórica e é bem divertida de se assistir, além de ter se tornado o símbolo que definiu a história da empresa.

Se você gosta de Toy Story, o breve Tin Toy é indispensável. Feito em 1988, o curta mostra um pequeno soldadinho de chumbo fugindo das mãos de um bebê descontrolado, juntamente com outros brinquedos. O curta é engraçado justamente por ter aberto o caminho para toda a trilogia e por estabelecer temas recorrentes nas animações do estúdio.

Curiosamente, muitos também acham engraçado outro fator do filme: sua animação. Embora os brinquedos sejam bonitos e bem feitos, o bebê parece saído de um verdadeiro filme de terror. Se você reparar bem, até o chão tem medo daquele bebê, uma vez que ele está sempre flutuando acima da superfície (uma consequência da animação primitiva da época).

Muitos que, assim como eu, tinham a fita cassete de Vida de Inseto, devem se lembrar muito bem dessa animação divertida e peculiar. O idoso Geri vai para a praça da cidade jogar xadrez... e a falta de um oponente não parece ser um problema para ele, uma vez que ele próprio começa a se divertir sozinho.

Um detalhe bem peculiar sobre essa animação é o fato de que Geri é o mesmíssimo senhor responsável pela restauração de Woody em Toy Story 2, o que só fortalece as teorias da conspiração de que todos os filmes e curtas da Pixar se passam no mesmo universo compartilhado.

Após anos trabalhando em curtas-metragens originais, a Pixar decidiu investir em outro ramo bem agradável para os fãs: pequenos curtas dedicados a personagens já existentes de seus longas-metragens. E o primeiro a ganhar esse luxo foi Monstros S.A., que recebeu o curta O Novo Carro do Mike em seu lançamento em DVD.

Aqui, temos uma trama bem simples e rápida: O irritado Mike Wasowski se livrou de seu carro velho e comprou um novo. Agora ele e Sully precisam se acostumar com as mil e uma utilidades do novo veículo. O interessante aqui é que esse foi o único curta derivado de um longa a receber indicação na categoria de Melhor Curta-Metragem.

Seguindo a mesma ideia de O Novo Carro do Mike, temos uma aventura ligada a outros personagens. E nesse caso, devo dizer que trata-se de um dos meus curtas favoritos do estúdio por trabalhar bem um personagem adorado – mas pouco utilizado – em Os Incríveis. É óbvio que estamos falando do fofo (e letal) bebê Zezé Pêra.

Nesse curta, vemos uma nova perspectiva do terceiro ato do filme, onde descobrimos tudo que Zezé fez com a babá Karen – e só assim entendemos porque ela estava tão assustada, e como ela fez questão de passar o manto na primeira oportunidade... logo para o maligno Síndrome.

Um filme deveras... tenso. Aqui, dois músicos de rua disputam a atenção de uma criança com uma moeda. Imagine a sequência final de Whiplash: Em Busca da Perfeição, mas mil vezes mais intensa. É exatamente o que acontece, enquanto os dois artistas se desdobram para se provarem a melhor “banda de um homem só”.

Mas não pense que o curta é assustador ou sério. Pelo contrário, tudo é levado da forma mais cômica possível, e chegamos a um momento verdadeiramente engraçado quando a criança precisa resolver a briga, e se porta de forma mais madura que todos os presentes. Garanto que se não te trouxer boas risadas, ao menos fará você ficar impressionado com as geringonças dos artistas.

Lançado como material extra do DVD e Blu-Ray de Ratatouille, temos um filme bem peculiar para a Pixar. Aqui, vemos o ratinho Remy e seu irmão, Emile, enquanto os dois fazem uma jornada pela história de um dos maiores terrores da humanidade: o rato.

Feito como se fosse um documentário, o filme é divertido por si só e pela intervenção de seus personagens, mas ganha um bônus por motivos técnicos – o filme utiliza diversas formas de animação diferentes para construir sua história, migrando livremente entre estilos de 2D e 3D, o que torna tudo mais bonito e divertido.

Wall-E é o filme favorito de muitos, e não há algo que nos faça questionar isso. O longa consegue discutir tramas referentes à humanidade enquanto segue de perto um robozinho adorável e catador de sucata, no que sobrou do Planeta Terra após a catástrofe conhecida como ação humana. Burn-E retorna a esse vasto universo, e faz isso de uma maneira bem humorada.

Aqui, seguimos um robô reparador, que precisa consertar uma peça da grande nave onde estão hospedados todos os seres humanos. Porém, o curta se passa durante boa parte da trama do longa-metragem, e isso nos faz perceber como as ações de Wall-E, EVE e outros interferiram no trabalho do pobre operário.

Temos aqui uma das ideias mais geniais e criativas, que poderia render seu próprio filme, caso a Pixar desejasse. Basicamente, a trama gira em torno do encontro entre Dia e Noite, personificados em bonecos 2D que retratam as nuances de cada parte do dia. A princípio, os dois se estranham, mas logo vão vendo que cada um tem sua parte legal.

Conforme o curta se desenrola, somos apresentados a incríveis recursos narrativos através das animações em 3D que se passam dentro dos personagens, ao mesmo tempo em que ainda há espaço para mensagens poderosas e importantes contra a intolerância e o preconceito. Indispensável.

Toy Story é indiscutivelmente a franquia mais popular da Pixar, e isso trouxe um resultado adorável: uma linha própria de curtas-metragens focada na turma de brinquedos vivos. Os chamados Toy Story Toons contam com três breves animações, e precisamos falar de Férias no Havaí, que é de longe a mais engraçada.

Aqui, Barbie e Ken acabam se confundindo e vão parar no quarto de Bonnie, enquanto se desesperam por não passarem suas merecidas férias no Havaí. Surpresos com a situação, os brinquedos decidem se juntar para ajudá-los em sua viagem romântica, e isso gera momentos hilários.

Aliás, continuando na linha de Toy Story, precisamos mencionar os especiais feitos para a televisão. Após Toy Story de Terror, a ABC se juntou com a Pixar para lançar um novo curta-metragem mais “encorpado”, e assim nasceu Toy Story: Esquecidos pelo Tempo. O curta tem um foco maior em Trixie, a tricerátops de Bonnie, que está chateada por sempre ser usada como qualquer coisa nas brincadeiras, menos como um dinossauro.

Quando Bonnie vai para a casa de um amigo riquinho, Trixie, Buzz, Woody e outros se deparam com uma coleção completa de dinossauros que vivem em seu próprio mundo e que não fazem ideia de que são brinquedos. Além disso trazer divertidos paralelos com o primeiro filme da franquia, é um curta-metragem muito animador e fofo, sem deixar de lado a aventura.

Uma coisa que a Disney e a Pixar sempre fizeram bem, na maior parte das vezes, é retratar diferentes culturas por óticas respeitosas, e que incitam a curiosidade por aprendizagem do público. Nesse breve curta, de pouco mais de seis minutos, isso se repete de uma forma gloriosa, uma vez que vemos uma retratação linda da religião hindu.

Acompanhamos Sanjay, um menino imaginativo e agitado, fã de super-heróis, que não se sente muito à vontade na hora da oração para seus deuses. Tudo muda, no entanto, quando ele passa a vê-los como heróis enfrentando vilões malignos, e seu apreço pela fé muda de figura. Com um estilo de animação bem diferente, é um curta bem legal e que incentiva a espiritualidade no público de uma forma bem lúdica e sincera.

Sem dúvida alguma, o meu curta favorito dessa lista, Piper é um primor visual, que casa muito bem com sua história simples, porém imensamente fofa. Dessa vez, conhecemos um jovem passarinho que precisa aprender a se tornar independente e buscar sua própria comida. Porém, ele tem muito medo das ondas que o atacam sempre que está prestes a ter uma deliciosa refeição.

Lançado nos cinemas antes de Procurando Dory, o curta consegue casar perfeitamente com o longa, uma vez que retrata formas diferentes de vida marinha, ao mesmo tempo em que a animação barra qualquer outro trabalho do estúdio. Trata-se de um filme tão lindo que você pode até achar que foi feito com passarinhos e cenários reais.

O curta mais recente do estúdio está aqui por um motivo bem especial: ele foi indicado ao Oscar de Melhor Curta-Metragem Animado na 90ª apresentação da premiação, e tem grandes chances. Lançado juntamente com Carros 3 no cinema, esse breve filminho não decepciona e investe em tudo que já conhecemos e amamos na Pixar: dar vida a objetos inanimados inesperados.

Aqui, conhecemos Lou, que na verdade, é a personificação de toda a seção de achados e perdidos de uma escolinha. Embora sempre tente devolver o máximo de seu próprio conteúdo para os verdadeiros donos, Lou acaba tendo que enfrentar um problema clássico: o bullying. Aqui, ele confronta um jovem valentão, e acaba desenvolvendo uma relação surpreendente com o menino, que nem é tão malvado como pensávamos.

E você? Quais curtas-metragens da Pixar você nos recomenda? Deixe nos comentários!