12 motivos pelos quais você deveria dar uma chance para The 100!

Capa da Publicação

12 motivos pelos quais você deveria dar uma chance para The 100!

Por Leo Gravena

The 100 se passa 97 anos após um apocalipse nuclear ter devastado boa parte da Terra. Contudo, antes disso ocorrer, várias estações espaciais estavam em órbita, se juntaram e formaram a Arca. Na Arca todos os crimes são punidos com a morte, exceto para quem ainda não completou 18 anos. Nesse caso, eles são colocados em celas.

Na série, vemos 100 jovens delinquentes que são mandados para a Terra para saber se ela é habitável, já que os recursos da Arca estão se degradando. Ao chegarem na Terra, os 100 descobrem que eles não estão sozinhos e a Terra não é tão vazia quanto eles imaginavam…

Contudo, devido o tom teen da série, muitas pessoas sequer deram uma chance, que possui um dos roteiros mais inteligentes e dinâmicos da TV atualmente.

Imagem de capa do item

A primeira temporada é ruim

Antes de começarmos, algo precisa ficar bem claro: A série não começa bem. Os primeiros episódios de The 100 são bem ruins, a trama parece não se movimentar, os personagens são rasos como piscinas infantis, as atuações são sofríveis e nada faz sentido. Contudo, a série tem algo que muito vem sendo esquecido por grande parte dos fãs de séries ao analisar os primeiros episódios de qualquer trama: o potencial.

Depois de um começo ruim, os episódios finais vão desenvolvendo uma trama mais coerente, você consegue se importar com os personagens e, ao final, já está envolvido com a série e suas tramas que, a partir dai, simplesmente crescem exponencialmente.

Imagem de capa do item

Trama e Mitologia

De início, parece que a série é apenas isso: Um monte de jovens meio idiotas, com alguns sensatos no meio. Eles começam a brigar com alguns selvagens e pronto. Porém, vários pontos pequenos e interessantes vão sendo abordados já na primeira temporada e ganham um significado maior depois. Luna, Os Homens da Montanha e Polis são alguns deles.

Eles são brevemente mencionados durante a primeira temporada, então, quando a série decide mostra-los e abordá-los, vamos vendo esse mundo extremamente interessante sendo explorado de maneiras completamente inovadoras e cativantes. Também é importante lembrar que a série criou todo um idioma novo, chamado Trigedasleng.

A série também cria uma mitologia tão boa e fechada, que tramas iniciadas na primeira e segunda temporada vão sendo levadas para as próximas, onde são extremamente bem desenvolvidas e fechadas de maneira excelente. A mitologia por trás dos Comandantes, dos Homens da Montanha e até mesmo sobre o Povo do Céu e como eles são vistos pelos Terra-Firmes - as pessoas que já estavam aqui quando eles chegaram - são abordadas de maneira única na série.

Imagem de capa do item

Evolução dos personagens

Novamente, é fácil ver os dois ou três primeiros episódios de The 100 e pensar: Essa é apenas mais uma série adolescente em um futuro distópico bobinho. Mas a série é muito mais do que isso.

Todos os personagens tem uma evolução realmente significativa. Octavia começa apenas como uma jovem boba que quer festejar e flertar com garotos - com o decorrer da série ela se torna uma das maiores guerreiras dentre os 100. A série também faz com que uma de suas protagonistas fique aleijada durante a primeira temporada e não dão uma solução mágica para que ela volte a andar normalmente. Outro personagem (tido como um dos “bonzinhos”) acaba tendo um colapso nervoso e assassina vários idosos, mulheres e crianças em uma aldeia...

Uma das coisas mais interessantes de The 100 é que nada é tão simples como dividir os personagens entre os “mocinhos” e os “bandidos”. Todos ali têm suas motivações e estão em uma área cinza bem grande.

Imagem de capa do item

Clarke Griffin

Contudo, uma série é tão boa quanto sua protagonista... E Clarke é uma excelente protagonista. O principal motivo disso? Ela não tem medo de fazer o que é o necessário.

Clarke mata, Clarke tortura, Clarke faz as escolhas mais dificeis, Clarke desafia a própria mãe e deixa claro que, na Terra, é ela quem manda. Clarke mata várias pessoas durante a série de maneiras bem violentas... Não é a toa que ela é conhecida pelos Terra-Firmes como A Comandante da Morte. A moça é uma força da natureza e ela pode não ser a protagonista ideal, mas é a protagonista necessária para uma história como The 100.

Ela não tem medo de quebrar promessas, de matar quem estiver em seu caminho, de fazer o que for necessário para salvar seu povo. The 100 é, acima de tudo, uma série sobre sobrevivência... Clarke é a personificação desse conceito, sempre fazendo de tudo para apenas sobreviver.

Imagem de capa do item

Não é apenas uma série adolescente!

Ao assistir os primeiros episódios de The 100 é fácil colocar na cabeça que a série é apenas mais uma história adolescente que será focada em romances impossíveis e histórias de brigas entre amigos... Bem, aí que você se engana.

A série pode até dar essa impressão no início, porém ela cresce muito além disso. Basta ver como o núcleo dos “adultos” na série cada vez mais vai ganhando espaço e, na segunda temporada, já existe uma união completa entre eles.

Novamente, The 100 é uma série sore sobrevivência. Os protagonistas são adolescentes, mas é apenas isso. A série não se propõe a ser uma série teen, ela não tem como objetivo abordar tramas do cotidiano sobre o crescimento e maturação de jovens problemáticos - isso não é sobre o que a série fala, ou pretende mostrar.

Imagem de capa do item

Romance é secundário

Primeiro de tudo, vamos deixar claro que: Romance não é algo ruim. Em qualquer série, seja ela de super-heróis, terror, ficção científica ou, até mesmo, apocalíptica como The 100. Contudo, é incrível como The 100 consegue trabalhar seus romances sem que eles acabem tomando todo o espaço da trama.

Romance sempre é algo secundário, que também faz um excelente trabalho com o fato de que os dois protagonistas, Clarke e Bellamy, nunca tiveram qualquer tipo de romance ou relacionamento que fosse fora da amizade ou necessidade de sobrevivência. Romance é sim algo importante na série, porém, serve para melhorar e motivar os personagens, não estagná-los e fazerem com que eles fiquem a mesma coisa de sempre.

Imagem de capa do item

Personagens marcantes

Outro ponto importante da série é que ela sempre consegue introduzir e apresentar personagens extremamente importantes e marcantes. Muitas vezes eles retornam posteriormente, sempre com uma boa reviravolta.

Luna, Echo, Carl Emerson, Anya, Niylah, Niko e outros aparecem rapidamente em algum momento da série, para retornar mais tarde com uma trama ainda maior e mais complexa.

Imagem de capa do item

Violência

Mesmo sendo uma série da CW, The 100 não economiza ao mostrar mortes sanguinolentas ou extremamente violentas em tela, seja morte por radiação, tortura, batalha ou lanças sendo jogadas no peito de jovens.

Imagem de capa do item

Filhote de Game of Thrones

Sabe aquele personagem muito legal que apareceu, você gostou e parecia ter um futuro promissor? Pois é, ele tem 90% de chances de morrer. Contudo, não são apenas os personagens menores que correm perigo...

A série já matou vários dos seus personagens principais em momentos bem inesperados, todas as mortes sempre servindo para movimentar ainda mais a trama e levar os personagens afetados pela perda para novos caminhos ainda melhores.

Trilha Sonora

Nos primeiros episódios, a trilha sonora parece meio forçada para fazer com que a identificação com o público adolescente seja maior, como Radioactive do Imagine Dragons tocando em um momento bem "ok".

Contudo logo temos cenas excelentes em que a música casa perfeitamente com o que está sendo mostrado em tela. Como uma cena do emocionante no final da quarta temporada, em que Through the Eyes of a Child de AURORA toca enquanto decisões difíceis são feitas. Há também, em uma de minhas cenas favoritas, em que Thousand Eyes do Of Monsters and Men toca enquanto Raven decide se irá se juntar ou não à Cidade da Luz.

Imagem de capa do item

Reviravoltas

A série consegue sempre surpreender e encontrar novas maneiras de continuar sua história. São incontáveis as vezes em que você acha que a série fará uma coisa e então ela vai por um rumo completamente inesperado.

Imagem de capa do item

Política e Religião

Cada vez mais as séries de ficção vêm trazendo discussões do mundo real para as telas. Enquanto os jovens estavam na Arca, eles viviam sobre um governo quase que totalitário, onde qualquer crime era punido com a morte, enquanto ao chegarem na Terra, decidem partir para a anarquia.

Contudo, não é apenas isso que a série mostra. Ela possui discussões políticas muito interessantes e criativas, com personagens sabendo a importância do poder e influência que possuem, além de terem que fazer escolhas extremamente difíceis por seu povo. Toda a situação política dos Terra-Firmes e seus clãs também é trabalhada de uma maneira muito realística e intrigante.

A série também não é focada em religião, contudo, traz alguns questionamentos importantes sobre. Principalmente na terceira e quarta temporada, na qual descobrimos mais sobre a origem dos Comandantes e temos A.L.I.E. e a Cidade da Luz.

Imagem de capa do item

Complexidade Moral

Uma das coisas que mais me surpreendeu ao assistir The 100 foi a maneira como os personagens sempre possuem importantes discussões éticas sobre moralidade. É complicado falar sobre isso sem dar spoilers. Contudo, tendo já assistido pouco mais de 100 séries, posso dizer com absoluta certeza que The 100 é uma das séries mais moralmente complexas que já vi.

O motivo disso é simples: Os roteiristas e produtores compreendem que moralidade e ética, principalmente quando se está lidando com situações extremas, é muito mais complicado do que apenas branco e preto, bem e mal. Séries como Game of Thrones, Breaking Bad, House of Cards fazem isso de maneira magistral: elas mostram que pessoas são mais do que apenas estereótipos televisivos e são mais complexas do que apenas personagens ruins e os que “fazem a coisa certa”.

Obviamente não há como comparar The 100 a qualquer uma dessas séries quando falamos em efeitos visuais, atores ou tramas, porém, para uma série de um dos menores canais abertos dos Estados Unidos. É ótimo ver como ela consegue mostrar tão bem que, quando um personagem parte ao meio o crânio de um homem indefeso com um machado, não é porque ele é do mau, ou extremamente violento. Mas, sim, porque suas decisões são baseadas no instinto primitivo de sobrevivência.

The 100 é uma série sobre continuar sobrevivendo, mesmo que isso pareça ser impossível.