10 reações surpreendentes de pessoas reais aos filmes de suas vidas

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10 reações surpreendentes de pessoas reais aos filmes de suas vidas

Por Junno Sena

Hollywood ficou conhecida por deturpar a realidade com grandes fábulas cinematográficas. Desde histórias de guerra se tornando exemplos de heroísmo até figuras controversas transformadas em verdadeiras celebridades; De true crime violentos até os bastidores do poder, parece que tudo pode ser levado às telas de cinema.

Mas, o que as pessoas por trás desses filmes “baseados em fatos reais” tem a dizer? Nesta lista, descubra algumas das mais surpreendentes reações de pessoas reais aos filmes de suas vidas. Lembra de mais alguma? Deixe nos comentários.

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Osman Ali Atto sobre Falcão Negro em Perigo

“Eu não fumo cigarros, eu não uso brincos”, contou Osman Ali Atto para a BBC. Além de criticar a caracterização presente em Falcão Negro em Perigo, filme de 2001 de Ridley Scott, Osman destacou diversas incongruências nos eventos apresentados.

“Em primeiro lugar, quando fui pego em 21 de setembro, eu estava viajando apenas com um Fiat 124, não com três veículos, como mostra o filme. E quando o helicóptero atacou, pessoas foram feridas, pessoas foram mortas”, explicou.

Baseado no livro de mesmo nome de Mark Bowden, Falcão Negro em Perigo segue a história de uma força de elite americana que é enviada para capturar generais locais da Somalia em 1993. Porém, após dois helicópteros serem derrubados, o que deveria ser uma operação simples se torna uma extensa batalha.

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LaVona Fay Golden sobre Eu, Tonya

Eu, Tonya pode ter sido um marco na carreira de Margot Robbie e Allison Janney, porém, LaVona Fay Golden, mãe de Tonya Harding, patinadora artística no qual o filme é baseado, não ficou satisfeita.

Interpretada por Janney no longa, LaVona revelou em entrevista para a ABC que Harding mentiu sobre alguns eventos retratados. Dentre eles, a cena em que joga uma faca de carne: "Por que eu jogaria uma faca de carne em alguém?", perguntou.

A mãe e antiga treinadora de Tonya também deixou claro que batia nos filhos, mas nunca como uma forma de abusar psicologicamente. "Não maltratei nenhum de meus filhos", disse Golden. "Batia? Sim, [eu] batia. Absolutamente, você tem que mostrar a eles o que é certo e o que é errado."

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John F. Nash sobre Uma Mente Brilhante

Outro filme que marcou presença nas premiações da Academia foi Uma Mente Brilhante, de 2001, inspirado na história de John F. Nash, matemático e ganhador do prêmio Nobel. O longa se passa durante os anos de Nash na Universidade de Princeton, descrevendo suas dificuldades em lidar com a esquizofrenia.

Em 2004, o matemático contou para o The Nobel Prize como o filme é “artístico”, mas não descreve com precisão a natureza de seu transtorno mental.

“Tem alguém que vê pessoas imaginárias, vê diferente pessoas que estão realmente presentes... Isso não é nem mesmo algo típico da esquizofrenia. Mas, isso interpreta a ideia de delírios. Mais tipicamente, uma pessoa pode ouvir vozes, falar com espíritos ou algo que não está lá... Mas não é possível ilustrar isso muito bem em um filme. Quero dizer, se o filme mostra alguém que pode ser visto, então a pessoa que está vendo o filme pode entendê-lo melhor”.

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Frank Abagnale Jr. sobre Prenda-Me se For Capaz

Protagonizado por Leonardo DiCaprio e com direção de Steven Spielberg, Prenda-Me se For Capaz conta a vida de Frank Abagnale Jr., que foi médico, advogado e co-piloto, tudo isso antes de completar 18 anos.

Baseado no livro do próprio Abagnale, o filme segue um jovem Frank aplicando golpes milionários, se tornando uma das pessoas mais procuradas pelo FBI. Mas, em entrevista para Talks at Google, o ex-vigarista deixou claro que sua vida foi um pouco diferente do que o mostrado nas telas de cinema.

“Tenho dois irmãos e uma irmã. O filme me mostrou como filho único. Na vida real, minha mãe nunca se casou novamente. Há uma cena no filme em que ela se casa novamente quando ainda é uma garotinha. Isso não aconteceu de fato. Na vida real, nunca mais vi meu pai depois que fugi. No filme, ele continua voltando”.

E não foi apenas Abagnale que viu incongruências no filme. O jornalista Alan C. Logan comentou que existem diversos outros erros, dentre eles que Abagnale foi perseguido internacionalmente pelo FBI, algo que nunca aconteceu.

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Tina Turner sobre Tina

Responsável por uma das indicações de Angela Bassett ao Oscar, Tina - A Verdadeira História de Tina Turner, ou Tina - What’s Love Got to Do with It, não agradou a cantora no qual a história do filme tomou como base.

A cinebiografia segue o auge da fama de Turner nos anos 70, assim como sua relação turbulenta com Ike Turner, parceiro musical e marido abusivo. Apesar do roteiro tomar como base a autobiografia da cantora, I, Tina, ou Eu, Tina: A História de Minha Vida, Turner comentou que não se sentiu representada, uma vez que sua trajetória foi resumida a de uma vítima.

“Uma mulher que foi vítima de um vigarista. Que fraqueza! Que superficialidade! Como ousa pensar que eu era assim? Eu estava no controle a cada minuto. Eu estava lá porque queria estar, porque havia prometido... Talvez eu tenha sido uma vítima por um curto período, mas me dê crédito por ter pensado o tempo todo em que estive lá. Veja, eu tenho orgulho, preciso fazer com que outra pessoa diga: 'Sim, Tina, eu entendo'.”

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Michael Oher sobre Um Sonho Possível

Em Um Sonho Possível, seguimos Sandra Bullock e Quinton Aaron como Leigh Anne Tuohy e Michael Oher. Nele, um casal com dinheiro acolhe um jovem sem-abrigo e ajuda-o a se converter em uma estrela de futebol.

Apesar de ser descrito como um dos melhores filmes da carreira de Bullock, o verdadeiro Michael Oher não gostou da forma como foi retratado. De acordo com ele, apesar do talento de Quinton, seu personagem foi representado como “burro” e alguém que não sabia jogar futebol americano. Algo que não era verdade.

“Senti que ele me retrataram como burro, ao invés de um garoto que nunca teve instrução acadêmica consistente e acabou prosperando quando a obteve. Quinton Aaron fez um ótimo trabalho interpretando o papel, mas não consegui entender por que o diretor escolheu me mostrar como alguém que precisava aprender a jogar futebol americano”.

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Serena Williams sobre King Richard: Criando Campeãs

King Richard: Criando Campeãs é o único filme dessa lista em que a reação da figura representada não foi negativa. Isto porque, Serena Williams, filha de Richard Williams, acompanhou todo o processo de produção ao lado de Will Smith.

Porém, durante uma entrevista para Jimmy Kimmel, o apresentador perguntou sobre uma cena do filme, em que Richard fica com gases durante uma reunião com um possível treinador para Venus. Jimmy, então, questionou se o pai de Serena planejou a flatulência para sair da reunião e se a cena era baseada em um incidente real.

Entre risos, Serena referenciou a quinta emenda dos Estados Unidos, que permite que uma testemunha se recuse a responder uma pergunta: “Meu pai vai me matar. Por que está me colocando nessa situação? Eu invoco a quinta emenda!”

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Megyn Kelly sobre O Escândalo

Com Margot Robbie, Charlize Theron e Nicole Kidman, O Escândalo, ou Bombshell, segue a história real da denúncia de assédio sexual contra o CEO Roger Alies feita pelas funcionárias da FOX News.

Em uma das cenas, a personagem vivida por Margot Robbie, Kayla Pospisil, culpabiliza Megyn Kelly, interpretada por Charlize Theron, por nunca ter denunciado o comportamento de Alies. De acordo com a própria Kelly, aquele momento nunca aconteceu, porém, a jornalista achou importante incluí-lo na versão final do longa.

“Eu vi aquela cena e pensei: 'Isso foi escrito por um homem'. Mas Doug me perguntou: "Você tiraria essa cena do filme se pudesse?". E eu disse: ‘Não’. Porque a verdade é que olhei para trás, para minha própria vida, para cada momento depois daquilo e gostaria de ter feito mais. Mesmo que eu estivesse impotente, mesmo que isso tivesse sido um movimento suicida em termos de carreira. E se eu tivesse simplesmente dito: ‘Que se dane’?”

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Mark Zuckerberg sobre A Rede Social

A Rede Social, de 2010, é um daqueles filmes que parece ter moldado o imaginário popular sobre o Facebook e, consequentemente, sobre Mark Zuckerberg. Porém, o empresário acredita que a única coisa que o filme de David Fincher acertou foi o figurino de Jesse Eisenberg, intérprete de Zuckerberg.

“Por onde você quer começar? Todas as camisetas que eu tinha no filme são, na verdade, camisetas que eu tenho. Há todas essas coisas que eles erraram e um monte de detalhes aleatórios que eles acertaram”.

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Vili Fualaau sobre Segredos de um Escândalo

O recente Segredos de um Escândalo traz uma história inusitada. Além da trama superficial do filme, em que uma atriz se prepara para um papel desafiador, temos a história de um casal construído a partir de uma relação entre um jovem de 12 anos e uma professora. O que nem todos sabem é que este relacionamento tem um fundo de verdade.

Em 1996, foi descoberto que Vili Fualaau, de 12 anos, estava sendo abusado sexualmente por Mary Kay Letourneau, uma mulher de 34 anos. O caso foi para os tribunais, gerou uma filha entre o casal e um casamento que durou até 2019.

Apesar do time criativo de Segredos de um Escândalo alegar que seu roteiro não é baseada na vida de Fualaau, o rapaz não apenas deixou claro que não acredita em tais alegações como disse estar envergonhado.

“Estou ofendido com todo o projeto e com a falta de respeito comigo, que vivi uma história real e ainda a estou vivendo”, disse em entrevista para o The Hollywood Reporter.