10 motivos pelos quais você deveria ler The Wicked + The Divine!
10 motivos pelos quais você deveria ler The Wicked + The Divine!
O divino agora é pop!
Dentre as várias HQs independentes atuais que continuam chamando atenção de um público mais alternativo, The Wicked + The Divine está no topo, prestes a chegar em sua derradeira e gloriosa conclusão. A obra máxima de Kieron Gillen e Jamie McKelvie continua sendo surpreendente.
Misturando deuses, divas pop, um suspense assombroso e uma arte de tirar o fôlego, a saga se tornou um dos maiores sucessos da Image Comics e certamente merece sua atenção. Por isso, aqui vão 10 motivos pelos quais você deveria ler The Wicked + The Divine!
Créditos: Image Comics
Uma história fascinante
The Wicked + The Divine nasce de uma das premissas mais interessantes já criada para as HQs: a cada noventa anos, os deuses retornam e assumem o corpo de mortais. Eles tem mais dois anos de vida pela frente, mas precisam lidar com o crescimento de ameaças sobrenaturais, enquanto provam que a divindade nem sempre é algo bom...
Porém, a história vai muito além da simples premissa. Aqui, somos apresentados a personagens fantásticos que mudam frequentemente, conforme são confrontados pelos desafios da vida e por uma trama perigosa que pode envolver um dos doze deuses do Panteão. Ah, e ainda há um mistério chamado A Grande Escuridão, que se aproxima lentamente.
Uma arte magnífica
Jamie McKelvie é, sem a menor sombra de dúvidas, um dos melhores desenhistas de quadrinhos da atualidade. Tendo colaborado com Kieron McGillen em Phonogram e Jovens Vingadores, o artista aqui dá tudo de si, criando uma arte deslumbrante que flerta com o realismo e com o pop art.
Mas apesar dele ser o desenhista principal, nós também temos algumas edições desenhadas por outros artistas renomados, como Kevin Wada e Stephanie Hans. E não podemos deixar de elogiar o trabalho impecável de Matthew Wilson, que confere cores vibrantes e vidas, fazendo a HQ parecer um show ao vivo.
Heróis? Aqui não!
Tudo bem que os quadrinhos se popularizaram graças às grandes editoras de super-heróis, como a Marvel e a DC Comics. Mas se você, assim como eu, está um pouco cansado de narrativas com vigilantes e vilões, saiba que The Wicked + The Divine é uma HQ para você, já que a história foge bastante do universo dos super-heróis.
Por mais que esses personagens possuam super-poderes e dons divinos, eles não estão nem um pouco preocupados em salvar o mundo. A HQ conta com uma vibe meio Poder Sem Limites, onde vemos jovens se divertindo inconsequentemente com suas habilidades, causando um grande caos no mundo. Com grandes poderes, vêm grandes irresponsabilidades.
Ninguém está certo ou errado
Por falar em HQs de super-heróis, uma das coisas que mais tem afastado os leitores é o constante maniqueísmo dos dois grandes colossos da indústria - Marvel e DC. O mundo evoluiu, mas tudo (quase) sempre se resume à mesma briga de bem contra mal, enquanto alguns personagens acabam ficando inalcançáveis e muito idealizados.
Por outro lado, WicDiv foge completamente disso, com personagens bem mais ambíguos e moralmente neutros, como geralmente são as pessoas da vida real. Aqui, vemos uma abordagem mais realista do que aconteceria se, de repente, pessoas começassem a ganhar poderes do nada - ainda mais na era da globalização e da internet.
Nem todo mundo é o que parece ser
Toda história que se preze consegue no mínimo emocionar. No caso de The Wicked + The Divine, temos uma trama que consegue permear desde a surpresa à emoção, já que a história sempre anda por caminhos chocantes para dar ao leitor a melhor experiência possível. É um mundo de máscaras, e nem todo mundo é quem parece ser.
A história possui algumas reviravoltas e revelações bem interessantes, que são construídas lentamente, dando ao público motivo de sobra para ficar ansioso pela edição seguinte. Alguns personagens acabam revelando lados sombrios, e num piscar de olhos, seu maior aliado pode se tornar seu pior inimigo.
Para maiores
Uma coisa que vale ser ressaltada de antemão: The Wicked + The Divine é um quadrinho adulto, que apesar de sua realidade incrível e sua premissa fantasiosa, conta com temas muito pesados para um público mais jovem. Aqui, lidamos com sexo, drogas e rock'n'roll elevados à décima potência - e tudo trabalhado da forma mais orgânica possível.
A HQ nunca parece querer forçar temas mais pesados para chocar - o que é um problema bem grande de outros quadrinhos influentes da atualidade. Em vez disso, tudo que há de sangrento, sexual e sujo possui uma grande importância na narrativa, compondo um mundo bem menos lindo do que aparenta por fora.
Uma revista diferente de tudo o que você já viu
Um dos grandes méritos que WicDiv sempre teve foi sua capacidade de inovar - e isso já foi amplamente elogiado por vários leitores e críticos. Se, por um lado, a história segue personagens tão deslumbrantes como Dionísio, Perséfone e Lúcifer, a própria estética da revista não consegue ser menos que divina.
Enquanto a história principal transcorre em edições que beiram o experimental, também temos algumas edições especiais que ajudam a expandir o universo de uma maneira sensacional. Por exemplo, na vigésima terceira edição, abandonamos a história em quadrinhos e lemos uma revista de variedades, com belíssimas ilustrações de Kevin Wada.
O fim está próximo
Se você acompanha The Wicked + The Divine desde que a HQ começou a ser publicada, lá em 2014, deve saber que a saga acabou de entrar em seu oitavo e último arco, batizado de "Okay". Agora, estamos em uma trama surpreendente que envolve os últimos deuses sobreviventes contra uma inimiga bem inusitada.
No Brasil, ainda dá para acompanhar a tempo a saga. A Editora Novo Século acabou de lançar o terceiro arco ("Suicídio Comercial") através de seu selo Geektopia, e promete ainda lançar todo o restante da saga. Um ponto favorável é justamente a noção dos escritores de encerrar a série, e não continuá-la indefinidamente, mesmo que a história decaia.
O divino é contemporâneo
Na trama, os deuses reencarnam a cada 90 anos. Eles são adorados pelo público. Se, na década de 20, eles vieram à Terra como poetas e escritores, é óbvio que atualmente eles viriam como astros pop. É justamente aí que temos a oportunidade de observar o movimento dos fandoms como uma espécie de adoração quase religiosa.
Outro ponto interessante é que a história não se foca a uma mitologia ou religião específica. A cada nova era, vários deuses de diversos panteões reencarnam. Atualmente, temos alguns como Odin, Dionísio, Perséfone, Lúcifer, Amaterasu, Baal, Morrigan e até mesmo Baphomet. Isso torna a história bem mais diversa e peculiar.
Do cult ao pop
Toda a estética e a história de The Wicked + The Divine é construída de uma maneira excepcional, com grandes referências e ligações à cultura pop contemporânea. Por exemplo, todos os deuses são inspirados por celebridades reais. Baal é Kanye West. Sakhmet é Rihanna. Amaterasu assume o papel de Florence Welch, e por aí vai.
E não pense que são apenas cantores atuais que são celebrados na história. Inana e Lúcifer representam, respectivamente, Prince e David Bowie, com visuais extremamente similares. Tudo isso ajuda a tornar a história ainda mais envolvente, já que podemos notar o paralelo entre celebridades e divindades.