Tudo o que virá à seguir se baseia no conceito primário deste item, por isso leia com atenção.

Saint Seiya Omega começa muito mal, quase não há o que defender. O anime veio com a proposta de continuar um dos maiores clássicos dos animes, mas desrespeitou muitas características que compõem o DNA de Cavaleiros do Zodíaco. Infantilizou o anime, inseriu armaduras que pareciam collants, introduziu elementos aos cosmos e praticamente destruiu o bom nome dos Cavaleiros de Ouro.

Porém, a comunidade expressou sua voz, seu descontentamento e foi ouvida. Por isso é nítido no anime, o momento em que eles decidem "fazer Saint Seiya direito". Então, antes mesmo da primeira temporada chegar ao fim, o anime entra nos eixos e começa a ficar muito bom abandonando praticamente todas essas características que desagradaram os fãs.

Com a informação do item anterior em mente, e sabendo que daqui pra frente todos os itens irão abordar essa fase "depois que voltou ao normal", posso dizer mais tranquilamente que Saint Seiya Omega respeita muito a alma do anime original, trazendo todos os elementos que nos fizeram ser apaixonados pela franquia.

Uma divindade maligna tenta destruir o mundo; Atena é nossa grande proteção; seus Cavaleiros fazem de tudo para protegê-la; temos grandes lutas entre divindades e seus Cavaleiros; a briga por quem alcança o maior cosmo; Ikki sendo um F*dão, e por aí vai.

Mas algumas coisas, Omega conseguiu fazer ainda melhor do que seu antecessor. O anime traz traços melhores, diferentes, mas melhores. Obviamente nós sabemos de todas as limitações que existiam na década de 80 e sabemos que é praticamente injusto comparar um anime de 30 anos atrás com um anime feito hoje em dia. Mas obviamente, é uma melhora que foi muito bem-vinda.

Uma boa notícia para quem está na dúvida sobre assistir ou não o anime, é que o protagonista é um excelente Cavaleiro de Pégaso. Arrisco dizer que dadas as proporções dos tons de cada anime, Kouga consegue fazer frente com Tenma em Lost Canvas.

O que acabava irritando muitas pessoas com Seiya na saga clássica, não se repete com o protagonista aqui. Além do mais, tentando dizer sem muitos spoilers, até o fim do anime eles te provam que Kouga é o Cavaleiro mais forte que já existiu. Desculpe a galera que queria um argumento melhor, não tem como fazer isso sem dar um grande spoiler do anime.

Como eu disse, tudo desta lista, do slide 2 pra frente, se refere à época ali próxima ao fim da primeira temporada. Ou seja, quando falamos de Cavaleiros de Ouro, nos referimos aos que sobreviveram à essa monstruosidade que foi a nova saga das 12 casas.

Como já foi dito, a segunda temporada foi um grande respeito ao DNA de Saint Seiya e uma das coisas mais respeitosas foi o trato nos novos Cavaleiros de Ouro restantes. Cada um deles, ao longo da segunda temporada, mostrou que realmente era um merecedor da veste sagrada. Alguns deles - como por exemplo Harbinger de Touro - até mesmo se mostraram mais poderosos que seus antecessores. Ou então como a pessoa do próximo item.

Sim, Kiki de Áries mereceu um item único e exclusivo para ele, pois talvez tenha sido a maior "redenção" que tenha acontecido no anime. O Cavaleiro de Ouro não passou nenhuma credibilidade na primeira temporada. E quando você é um fã velho de Saint Seiya e viu o pequeno Kiki ao lado de Seiya e os outros, você não consegue vê-lo como um Cavaleiro de Ouro.

Porém, na segunda temporada, ele não somente mostra que é digno da Armadura de Ouro de Áries como provavelmente é um dos Cavaleiro de Áries mais poderoso que já foi retratado, fazendo coisas que nem mesmo Mu ou Shion foram capazes de fazer (pelo menos nunca mostraram ser capazes).

Já que falamos de Seiya e os outros - nunca gostei muito dessa denominação, mas ela serve pra este momento - é válido falar sobre os Cavaleiros Clássicos.

No começo de Omega, nós temos algumas breves aparições dos Cavaleiros que lutaram na saga clássica. Mas, graças a um plot device até que bem utilizado, Seiya, Hyoga, Shun e Shiryu não interferiam nas aventuras dos novos Cavaleiros.

Porém, na segunda temporada, com uma ameaça tão grande, não fazia mais sentido que os maiores defensores de Atena desta época, ficassem apenas sentados. Então ver o futuro destes Cavaleiros, agora mais velhos, sem que eles roubassem o protagonismo dos novos personagens, foi muito bem trabalhado.

Convenhamos, nós amamos CDZ, mas as lutas do anime eram deveras mal animadas - isso quando eram animadas - em muitos casos eram apenas imagens estáticas que trabalhavam zoom para dar efeito de movimento.

Omega acertou isso, trazendo algumas das melhores lutas que a franquia já viu. Em destaque a luta final da primeira temporada que foi incrivelmente frenética.

Falamos muito sobre a segunda temporada, sobre como ela trouxe melhorias para o anime fazendo com que ele se tornasse um produto muito bom da franquia Saint Seiya. Mas, se vamos falar dela, precisamos falar de sua grande ameaça, a deusa Pallas.

Tanto Pallas quanto seus grandes cavaleiros que a defendem foram inimigos muito à altura de tudo que já vimos em Saint Seiya. Comparável facilmente a Poseidon, por exemplo.

Para finalizar, um dos maiores acertos de Omega é expandir este universo já estabelecido de Saint Seiya com novas informações. Não me entendam mal, eu realmente gostei de Soul of Gold no fim das contas. Mas o anime apenas reciclou e ruminou o que já existia nesta mitologia própria que criou. Não expandiu nada, apenas alimentou a nostalgia e se estabeleceu no saudosismo.

Omega, por outro lado, inseriu novas definições interessantes para o universo de Saint Seiya. Como por exemplo, a simples definição do Cosmo Omega por si só, um novo nível de divindade, entre outras coisas que não me aprofundarei para não dar spoilers.

Em resumo, dê uma chance para o Omega.