10 motivos pelos quais As Crônicas de Nárnia merece um reboot decente nos cinemas!

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10 motivos pelos quais As Crônicas de Nárnia merece um reboot decente nos cinemas!

Por Gus Fiaux

Considerada uma das obras infantis mais aclamadas de todos os tempos, As Crônicas de Nárnia de C.S. Lewis já foi adaptada diversas vezes, em animações, na TV e na rádio. Mais recentemente, a saga de sete livros foi transformada em uma série de filmes e, devido a diversas questões, está prestes a sofrer um reboot.

O problema é que o estúdio atual pretende fazer uma nova franquia, porém começando de onde a anterior parou – isto é, adaptando o livro A Cadeira de Prata. Embora isso possa render frutos interessantes, preferimos um reboot completo e decente, e esses são os motivos!

Créditos: Divulgação

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Começar por A Cadeira de Prata é uma péssima ideia

Embora A Cadeira de Prata seja um dos melhores livros da franquia, começar um reboot por ele é uma ideia no mínimo burra. A trama depende muito dos acontecimentos anteriores, principalmente de Príncipe Caspian e de A Viagem do Peregrino da Alvorada - que, apesar de terem sido as últimas adaptações cinematográficas, são também as mais criticadas.

Para construir a trama do livro - que é o sexto, na ordem cronológica da obra de C.S. Lewis -, é necessário reconstruir esse universo e dar uma nova funcionalidade a esses personagens, principalmente Eustáquio e o próprio Caspian. Óbvio que queremos ver a trama nos cinemas, mas precisa ser feita da maneira certa.

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Estúdios e questões contratuais

A história de As Crônicas de Nárnia nos cinemas é bem conturbada. Os direitos da franquia pertenciam à Walden Media, um estúdio independente que produziu diversos filmes de fantasia, como Ponte para Terabítia. Inicialmente, os filmes eram produzidos em parceria com a Walt Disney, que lançou O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa e Príncipe Caspian.

Posteriormente, a Disney perdeu o vínculo com o estúdio, e A Viagem do Peregrino da Alvorada foi co-produzido pela 20th Century Fox. Porém, após o lançamento do terceiro filme, a própria Walden Media perdeu os direitos. Agora, esse quarto filme/reboot será produzido pela Sony - que, financeiramente, não anda muito bem das pernas. É necessário que a nova franquia encontre um estúdio só e possa se desenvolver a partir daí, sem problemas contratuais e mudanças abruptas no futuro.

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Um novo elenco

Uma das melhores coisas sobre O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa - e seus filmes seguintes - foi a escolha do elenco. Todas as crianças mandam muito bem no trabalho e, embora a maioria não precise retornar (e mesmo os que retornam, voltam mais adultos), dá uma saudade de ver os Irmãos Pevensie e seus aliados em tela.

Porém, com a nova leva de filmes e séries estrelados por crianças e adolescentes, temos a ótima chance de encontrar novos talentos para trazer esse mundo à tona. Além disso, é o ideal para apresentar uma nova franquia, já que esse "reboot" de A Cadeira de Prata deve manter alguns personagens - como Caspian e Eustáquio -, mas trocando os atores que já estavam estabelecidos em filmes anteriores. Se for para fazer isso, que se faça de uma maneira homogênea, desde o início.

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Uma franquia datada - por diversos motivos

Embora O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa seja um filme adorado - e também o mais bem produzido -, as suas continuações acabaram se perdendo em meio às suas produções turbulentas. Mesmo com um orçamento maior, Príncipe Caspian é um filme cujos efeitos visuais e a construção de mundo já é datada para os padrões atuais - e isso só piora em A Viagem do Peregrino da Alvorada.

Sob a tutela de um novo estúdio, a franquia pode alçar voo com um orçamento mais consistente e soluções mais criativas para a construção dos personagens, sem depender muito da computação gráfica - que é um erro dos dois filmes mais recentes. Além disso, é a chance perfeita de atualizar a fórmula narrativa, que também ficou datada e encontrar uma nova forma de trabalhar essa fantástica história.

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A chance de fazer a coisa certa (por inteiro)

Voltando ao que disse no item anterior: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa é um filme excelente. Passa uma energia tão boa e é uma adaptação extremamente fiel da obra de C.S. Lewis. A franquia tinha um grande potencial de prosperidade a partir daí. Infelizmente, vieram as continuações, e se ainda há algo que se salve em Príncipe Caspian, o mesmo não pode ser dito de seu sucessor.

Com um reboot completo, por mais que doa "perder" a obra que foi o primeiro filme da franquia iniciada na Disney, os cineastas têm a chance de fazer tudo da forma certa, inclusive trazendo uma versão decente de A Viagem do Peregrino da Alvorada para os cinemas, sem os erros alarmantes do filme de 2010.

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Um novo público, um novo foco

Diferente de boa parte das sagas de fantasia que povoam o imaginário popular da atualidade, As Crônicas de Nárnia possui uma característica bem marcante: do começo ao fim, trata-se de histórias infantis, contadas para crianças e trazendo valores e morais éticas muito próprias de C.S. Lewis.

Nos cinemas, isso se perdeu a partir de Príncipe Caspian, que tentou ser um filme "mais adulto" do que deveria. E embora A Viagem do Peregrino da Alvorada tenha tentado resgatar isso, acabou gerando uma sensação de inconsistência na franquia. Com um reboot completo da saga, a trama poderia ser voltada especialmente para crianças, até porque, atualmente, faltam produções infantis de grande renome no mercado cinematográfico.

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A franquia da próxima década

Se os anos 2000 foram marcados pelo advento de franquias multibilionárias, como O Senhor dos Anéis e Harry Potter, e a década atual está dominada por super-heróis em todos os lugares, é hora de começar a pensar no que o cinema deixará de novo para os próximos dez anos, e As Crônicas de Nárnia seria um pináculo perfeito.

Além de resgatar a onda dos filmes de fantasia, uma franquia baseada na saga poderia ganhar grande nas bilheterias, garantindo uma produção constante voltada para a obra de Lewis e outros universos mitológicos tão ricos quanto os dele. Sem contar que isso poderia alavancar ainda mais o sucesso de produções similares, como a franquia Animais Fantásticos e a nova série da Terra-Média sendo desenvolvida pela Amazon.

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Expansão de universo

Quem leu os livros de As Crônicas de Nárnia, sabe que suas histórias são relativamente simples e curtas, dignas dos melhores contos de fadas infantis. Quando adaptadas para os cinemas, caso se mantenham fieis, demandam de pouquíssimo tempo de tela e algumas tramas podem até mesmo ser condensadas em um único filme.

Isso, no entanto, cria a liberdade para trazer novos elementos inéditos para as histórias, e, ao contrário de certas franquias - como, talvez, O Hobbit - isso possa ser feito sem manchar o legado do que o autor planejava para sua saga. Com um universo tão vasto, As Crônicas de Nárnia pode ser recheado de histórias originais, que não estão diretamente no livro, mas que seriam fantásticas no cinema.

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Espaço em novas mídias

Tudo bem que o foco de As Crônicas de Nárnia deva ser nos cinemas, mas isso não impede de que a franquia ganhe uma narrativa transmídia tão poderosa quanto a do Universo Cinematográfico da Marvel, por exemplo. Aliás, se bem planejado, a saga poderia render ótimos spin-offs na televisão.

Há livros que não precisam ganhar uma adaptação cinematográfica - como por exemplo, O Cavalo e seu Menino -, por terem uma trama muito simples e propícia para os moldes televisivos. Mas quem sabe, melhor ainda seria se algum serviço de streaming como a Netflix tomasse as rédeas e produzisse uma série da franquia, já que o modelo nunca foi visto dessa forma, e permitiria uma nova visão sobre a saga.

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O Sobrinho do Mago

Caso um novo reboot seja pensado para a franquia, o estúdio vigente tem tudo para começar da forma mais brilhante possível, adaptando um dos livros mais aclamados da saga: O Sobrinho do Mago. Embora tenha sido o sexto livro publicado por C.S. Lewis para a franquia, é o primeiro, cronologicamente falando. E seria um excelente ponto de partida para uma releitura da série de livros.

Aqui, conhecemos Digory Kirke e sua amiga, Polly Plummer. Graças aos experimentos de seu tio, Digory vai parar em um universo encantado e testemunha a criação de Nárnia pelo leão Aslan, assim como o surgimento da Feiticeira Branca. Além disso, a aventura tem um elo direto com O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, que poderia ser um sucessor da trama.