A AMC já está com um bom currículo com adaptação de quadrinhos voltado para um publico mais adulto, e esse currículo tem nome: The Walking Dead. Então se você já conhece a qualidade que a AMC faz com a série The Walking Dead, você realmente não vai se decepcionar com Preacher. Além disso temos obviamente uma diversidade nas séries adaptadas do mundo dos quadrinhos.

Uma coisa que fica muito bem ressaltada nessa série, é o nível das atuações entregues em cada episódio. Obviamente isso se deve ao fato de a AMC estar fazendo uma série com temporada mais curta (provavelmente algo entre 10 e 15 episódios), e a emissora tem uma verba para contratar grandes atores. A série tem uma história basicamente focada em personagens, e todos os atores entregam um trabalho no mínimo exemplar.

Como eu falei das atuações no item anterior, é bom também falar um pouco mais sobre o resultado dessas atuações, e como alguns personagens em específico são muito responsáveis pela qualidade da série.

Jesse Custer é o típico protagonista que você consegue se relacionar e se identificar, mas que você não se sente tão bem fazendo isso. Em resumo, Jesse tem problemas... Muitos problemas. Ele é um protagonista extremamente humano e falho e que vem conseguindo carregar a qualidade da série para um nível bem alto.

Tulipa é um presente nessa série. É uma personagem completamente oposta ao estereótipo da coadjuvante feminina que estamos acostumados. Ela não é o interesse amoroso de Jesse, ela não é a "donzela em perigo", muito pelo contrário! Logo no primeiro episódio, Tulipa deixa muito bem claro à que veio, e a força física e espiritual da personagem. Tulipa não precisa de ninguém. Com certeza uma ótima referência feminina para o mundo das séries.

Pessoalmente, eu poderia resumir essa lista simplesmente nesse item, porque Cassidy é sem dúvida a melhor coisa que existe em Preacher até o momento. Um personagem absurdamente carismático, engraçado e muito importante para a trama da série.

Um ponto muito forte da série, é a fotografia composta em todos os episódios. A equipe de produção e de fotografia conseguiu passar perfeitamente o clima de uma cidade perdida no meio do Texas. Você consegue ter a perfeita sensação de um lugar quente, esquecido por Deus (literalmente) e onde o tempo simplesmente parece não passar.

Já falamos um pouco sobre Jesse Custer em um item anterior, mas precisamos falar do fato de que a série tem como protagonista principal, um herói que está muito longe de ser herói. Já tivemos isso com Jessica Jones? Claro! Mas Preacher eleva isso a um novo nível. Além de Jesse ter um passado negro, ter comportamentos humanos DEMAIS, como vício em álcool e violência, à partir do momento que ele descobre seus "poderes", ele não os usa de uma maneira...digamos...100% cristã. E isso é simplesmente sensacional, porque nos traz uma perspectiva nova, uma diversidade interessante, e com certeza uma abordagem mais humana.

A trama de Preacher gira em torno dos personagens, a vida deles constrói exatamente a história da série. Até mesmo os personagens bem secundários tem uma importância no roteiro que faz com que a trama de Preacher seja divertida, carismática e muito cativante.

Isso não deveria ser uma coisa boa, me desculpem aqueles que se impressionam fácil, mas assim como eu, existem muitas pessoas que são apreciadoras de um pouco de violência gratuita no entretenimento. E se tem uma coisa que Preacher entrega muito bem, é essa violência. Desde sua primeira cena com um pastor implodindo em sangue e vísceras, até as atrocidades feitas por Cassidy. Preacher é um prato cheio para quem gosta da adrenalina à flor da pele.

Quer melhor motivo para começar à assistir uma série, do que saber que antes mesmo da metade da primeira temporada, a série já foi renovada para sua segunda temporada. Isso mostra a confiança que a emissora tem na série, mostra a qualidade e a boa recepção do público que a série tem, mas principalmente, nos dá aquele alívio de saber que não vamos investir nosso tempo numa série que vai ser cancelada logo de primeira