JoJo’s Bizarre Adventure criou tendências. Uma das séries trata dos Stands, seres místicos que obedecem a seus mestres como monstros treinados para lutar contra outros Stands. Se isso te lembrou de Shaman King, Pokémon ou qualquer outro conceito de “monstro que luta pelo personagem”, então saiba que foi aqui que surgiu – mais ou menos.

O mangá original é de 1987 e já conta com mais de 120 volumes em suas publicações originais. Os Stands surgem a partir da chamada “Parte 3”, Stardust Crusaders, que estreou em 1989, e mudou o mundo dos animes como o conhecíamos na época.

Isso sem falar no visual de alguns personagens de Street Fighter e The King of Fighters, que saíram daqui.

JoJo’s nasceu na década de 80, mas sua história começa ainda nos anos 30. Ao longo das partes do anime, os anos avançam, passando até mesmo por meados dos anos 90. A animação é mais recente, criada nos anos 2000, por isso ele mescla bons elementos clássicos do mundo, com cenas bem trabalhadas.

É uma mistura clássica de anime antigo com técnicas novas. Imagine se o primeiríssimo Dragon Ball ou Cavaleiros do Zodíaco fossem criados hoje, do zero.

E por falar em música… Ao longo de toda história de JoJo’s, há diversos personagens, Stands e até golpes que são nomes de músicas, bandas, grupos, cantores e cantoras – geralmente representando o bom e velho rock’n roll.

O grande vilão da série, por exemplo, é chamado de Dio (na imagem ao lado). Há um Stand conhecido como Killer Queen na Parte 4 do anime. Outros nomes de personagens e stands vistos ao longo da série são Dire e Straits, Pearl Jam, Red Hot Chili Peppers, AC/DC, Wham e Santana.

É divertido acompanhar e descobrir novas referências a cada capítulo.

O famigerado e conhecido meme do “To Be Continued”, onde a cena para em momento dramático e fica apenas uma seta com as palavras escritas no canto da tela nasceu em JoJo’s.

Na verdade, é como cada episódio da série termina, justamente com a cena congelada e o “To Be Continued” lá embaixo. Nas primeiras temporadas, essa sequência era acompanhada pela música Roundabout, do YES, a mesma que você ouve nos memes.

JoJo’s Bizarre Adventure é criação do desenhista Hirohiko Araki, também conhecido como um dos criadores de design mais criativos do Japão – que chegou a receber prêmios no mundo todo, inclusive.

Araki é tão cuidadoso na hora de criar personagens que replica peças reais de roupas, encontradas em catálogos de marcas caras, para que eles fiquem “estilosos”. É um trabalho que foi magistralmente transportado para as telinhas, na adaptação do animê que foi criada pelo estúdio David Productions.

As famosas poses, que também viraram meme na Internet, são criação de JoJo’s Bizarre Adventure. Por algum motivo, quando criou o mangá, Araki inventou que seus personagens gostam de posar antes e durante as lutas – talvez para demonstrar toda a sua elegância em roupas.

Por conta disso, em todas as partes da história vemos heróis e vilões realizando poses bizarras, porém realmente estilosas. Dá, no mínimo, vontade de imitar e posar assim em todas as fotos.

JoJo’s Bizarre Adventure é um mangá de pancadaria. Há história, há desenvolvimento de personagens e há momentos de emoção. Mas, em suma, ele é um clássico produto do gênero “shounen” dos anos 80, com muita ação.

As lutas estão bem retratadas no anime. O mais interessante, porém, é que elas sempre oferecem resoluções únicas e pouco comuns na vitória dos mocinhos. É algo que funciona melhor vendo do que explicando, mas a criatividade vai a níveis alarmantes por aqui.

Também como todo mangá de pancadaria dos anos 80, não falta bom humor em JoJo’s Bizarre Adventure. As piadas são bem colocadas e os personagens têm seus momentos de “bobões” - todos eles, sem exceções.

Isso tudo também se mescla com as batalhas criativas, poses e até ao “To Be Continued” no final. JoJo’s é um animê bom para te entreter e também para fazer rir.

O mais importante talento de Araki na criação de JoJo's foi a construção de personagens, e isso se traduz no animê com heróis e vilões muito carismáticos.

É impossível não simpatizar com as figuras centrais e não odiar os vilões mais cretinos que já vimos em uma animação japonesa. Jonathan Joestar, Jotaro Kujo, Joseph Joestar e tantos outros tornam a história ainda melhor do que já é.