Não exatamente algo fácil de explicar, mas Attack on Titan possui uma abordagem mais facilmente aceita pelo público de gosto ocidental.

A história é basicamente apresentada já no primeiro episódio e mais camadas são reveladas a medida que a história continua, sem referências de cultura ou humor que sejam entendidas apenas por pessoas versadas na cultura japonesa.

É um excelente anime para espectadores casuais.

Vamos lá, é a Toho (Godzilla) que produziu e eles sabem fazer o trabalho que se trata de monstros gigantes.

Você provavelmente precisará ver o anime antes do filme, mas considerando que existe um limite de enredo para um longa de duas horas, certamente ainda será uma experiência divertida de se ver.

Se é um fã de coisas estilo kaiju, esse é um filme para ter em mente.

Violência explícita ainda é uma das ferramentas mais poderosas para transmitir a sensação de perigo de uma situação e Attack on Titans se supera nisso.

De pessoas desmembradas enquanto são comidas vivas por titãs, aos próprios titãs espirrando galões e galões de sangue quando são mortos, esse anime é um prato cheio para fãs de animações sem censura na violência.

Difícil dizer se é pelo fato de eles comerem humanos só pelo prazer disso (desde o começo se mostra que os titãs não precisam dessa alimentação para viver) ou é o sorriso apático e medonho das criaturas quando estão encarando os pequenos humanos, mas alguma coisa nos titãs certamente evocam um sentimento de medo.

Isso contribui bastante para a atmosfera de sobrevivência desesperada que a humanidade se encontra no anime e, por consequência, deixa o expectador mais próximo da história.

E falando nela, Attack on Titan já coloca o público bem no meio dos acontecimentos.

O anime já começa com a humanidade tendo se recuperado de sua quase extinção a 100 anos atrás pelos titãs. O restante dela se encontra agora protegido por muralhas colossais.

Um acontecimento envolvendo novos tipos de titãs coloca os humanos novamente em risco extremo e é dai que vemos o anime se desenvolver, revelando mais e mais coisas tanto sobre os humanos, quanto sobre os titãs.

É divertido e envolvente assistir o desenvolvimento da trama, episódio por episódio.

Para uma história sobre monstros gigantes devorando humanos, não se deveria esperar muita complexidade da trama. Mas é ai que Attack on Titans brilha.

Mostrando ao longo de seus episódios que existe muito mais profundidade em seu enredo, com tramas paralelas e sobrepostas, sem deixar a pegada kaiju de lado mas indo muito além disso.

Tanto os traços bem característicos do anime, como a atenção aos detalhes da arte, são um dos pontos fortes de Attack on Titan.

Em especial a caracterização dos titãs, que são ameaçadores, horrendos e assustadores quando precisam ser.

A qualidade da animação nos leva ao próximo ponto...

E aqui o destaque para qualquer um que assistir pela primeira vez o anime:

As sequências de combate aéreo com o sistema 3D de movimentação são de tirar o fôlego. Uma versão hardcore de Davi vs Golias, com manobras complexas para conseguir chegar ao ponto fraco dos titãs e derrotá-los.

E ainda tem pancadaria de titã contra titã e a intensidade da pancadaria é levada a um novo patamar.

Utilizada como se deve ser, para acentuar o sentimento da história contada no momento, sem sobrepor a história em si.

Attack on Titan tem em seu repertório sonoro trilhas do épico insano ao melancólico deprimente, tudo a serviço da cena em que são tocadas.

Uma história centrada em monstros gigantes que devoram pessoas teria um prazo de validade bem curto no quesito interesse do público.

Os personagens de Attack on Titan são o que movem toda a trama, suas motivações, características únicas e peculiares e a relação uns com os outros é que mantém a atenção do expectador, e, por acaso, temos monstros gigantes devoradores de gente.

A sensação que temos é de que a história está ali para servir aos personagens, e não o contrário, isso mostra a complexidade das relações desenvolvidas no anime a mantém a trama inteira interessante.