10 melhores filmes dirigidos por mulheres

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10 melhores filmes dirigidos por mulheres

Por Evandro Lira

Apesar de serem tão talentosas e capazes quanto seus colegas homens, as diretoras ainda são minoria no escopo da indústria cinematográfica. Para elas, as barreiras para se financiar, se distribuir ou se atrelar a um grande projeto são muito maiores que para eles, no entanto, isso não quer dizer que existam poucos filmes dirigidos por mulheres por aí.

No Dia Internacional da Mulher, resolvemos lembrar de alguns dos melhores filmes dirigidos por mulheres cineastas, ressaltando a rica diversidade de estilos, gêneros e origens. 

Confira 10 melhores filmes dirigidos por mulheres:

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Lady Bird: A Hora de Voar

A estreia da cineasta Greta Gerwig a tornou a quinta mulher indicada ao Oscar de Melhor Direção. Lady Bird: A Hora de Voar é um dos filmes mais elogiados pela crítica de todos os tempos, ostentando o selo de 99% de aprovação no Rotten Tomatoes. No filme, acompanhamos Christine (ou Lady Bird), uma jovem de personalidade forte que almeja fazer faculdade longe de sua cidade natal, ideia essa que é rejeitada com muito vigor pela sua mãe, o que torna a relação das duas bastante complicada. Mas enquanto isso não é resolvido, Lady Bird vive intensamente sua rotina de uma jovem mulher em 2002.

Se o enredo não lhe parece exatamente original, Greta Gerwig surpreende ao subverter várias ideias que parecem óbvias para filmes do gênero coming-of-age e entrega um filme realmente inteligente, irônico e comovente.

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Mulher-Maravilha

Numa lista de grandes filmes dirigidos por mulheres, não poderíamos deixar de lado um dos grandes marcos da indústria. Em meio a crescente tendência de filmes de super-heróis, Mulher-Maravilha colocou no centro da história uma super-heroína, e quem assumiu essa grande responsabilidade com maestria foi Patty Jenkins.

A diretora comandou um verdadeiro filme de guerra, com muita ação e belíssimas sequências de tirar o fôlego. Jenkins ainda foi capaz de capturar muito bem espírito da heroína DC, fazendo de seu trabalho um dos maiores sucessos de 2017. Com isso, ela entrou para a história por ser a primeira mulher a dirigir um filme de super-herói e a primeira a dirigir um filme orçado em mais de 100 milhões de dólares.

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Retrato de Uma Jovem em Chamas

Esse filme francês de 2019 foi um dos mais aclamados do ano passado, e todos os elogios fazem jus à obra da cineasta Céline Sciamma. O longa conta a história de uma jovem pintora do século 18 que tem a difícil tarefa de pintar um retrato de uma mulher para seu casamento, sem que ela saiba. Passando seus dias observando as minúcias da aparência de sua modelo, a pintora se vê cada vez mais envolvida pela sua nova companhia.

Retrato de uma Jovem em Chamas tem uma direção primorosa de Sciamma, e ao invés de se render aos clichês de uma obra de época ou de um romance LGBT, o filme vai além e torna cada plano uma pintura singela mas magnífica, e cada olhar das duas atrizes em cena um furacão de emoções.

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Guerra ao Terror

Guerra ao Terror foi o filme responsável por dar o primeiro - e até agora, único - Oscar de Melhor Direção a uma mulher. Dirigido por Kathryn Bigelow, e estrelado pelos até então desconhecidos Jeremy Renner e Anthony Mackie, o filme busca apresentar o cotidiano da Guerra do Iraque a partir do ponto de vista dos militares que a vivenciaram.

O longa, que também venceu o Oscar em 2010, é um retrato comovente dos traumas que uma guerra acarreta, além de ser um excelente filme de suspense, com sequências de ação viscerais de fazer travar a respiração.

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O Animal Cordial

Esse filme de suspense e horror brasileiro das maiores pérolas do cinema nacional. Escrito e dirigido por Gabriela Amaral, o longa se passa totalmente dentro de um único cenário: um restaurante que é assaltado no início da trama.

O Animal Cordial vai fundo explorando as dinâmica das relações de trabalho do nosso país e rompe com qualquer senso de humanidade e racionalismo, dando lugar a uma narrativa densa e cheia de reviravoltas.

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Domando o Destino

Domando o Destino, filme dirigido por Chloé Zhao - que atualmente comanda Os Eternos da Marvel - se mostra uma obra tão vívida e verdadeira em seu sentimento e em sua abordagem que é realmente difícil não estabelecer laços fortes com seu personagem principal.

Brady Jandreau, um ator novato escolhido com muito êxito, é uma estrela em ascenção do circuito de rodeio mas que vê seus dias de competição acabarem depois de sofrer um trágico acidente. Na trama, o acompanhamos precisando lidar com a vida a partir dessa nova realidade, e o filme é certeiro em não nos empurrar um enredo batido e açucarado. Ao invés disso, Zhao nos presenteia com uma obra lindamente catártica sobre nossos desejos e os limites da liberdade.

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Encontros e Desencontros

O segundo longa de Sofia Coppola é um belo filme sobre a solidão no meio da multidão. Na trama, a dificuldade de se encontrar em uma terra estrangeira uniu o veterano do cinema Bob e a jovem entediada Charlotte, que em pouco tempo acham compreensão um no outro entre a gigantesca Tokyo. Com a assinatura de Coppola, Encontros e Desencontros ressoa como um filme terno e universal, que é doce, engraçado e triste ao mesmo tempo.

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Psicopata Americano

Só uma mulher poderia representar de maneira tão certeira e ácida o perfil do homem-médio americano, e aqui está o filme que se torna a prova mais concreta dessa afirmação. Adaptado do livro de Bret Easton Ellis, Psicopata Americano coloca Christian Bale na pele do egocêntrico, arrogante e assassino Patrick Bateman.

E quem arquiteta todo esse circo minucioso é a cineasta canadense Mary Harron, que se deleita em ironizar essa figura quase mítica, com direito a cartões personalizados, rotina fútil, coleções de discos e mais poderes do que responsabilidades. Harron é precisa na hora de conduzir uma narrativa lógica que serve como uma metáfora para nossa sociedade individualista.

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Que Horas Ela Volta?

Anna Muylaert, escritora e diretora de Que Horas Ela Volta?, faz aqui um trabalho realmente preciso sobre as relações entre as diferentes estruturas sociais do Brasil, ironizando e questionando os privilégios e dilemas dos personagens, interpretados magistralmente pelo elenco.

Na trama, conhecemos Val, uma empregada doméstica que mora com a família de classe alta para quem trabalha, e que precisa receber a visita da filha adolescente, que decide sair de Pernambuco para ir prestar vestibular em São Paulo. Com a chegada da jovem, a convivência das duas com os patrões de Val se torna complicada, especialmente porque Jessica, a filha, não aceita a separação de classes e posições impostas no ambiente.

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Precisamos Falar sobre Kevin

O combo de duas mulheres poderosas, a diretora Lynne Ramsay e a atriz Tilda Swinton, foi o que transformou Precisamos Falar sobre o Kevin em um dos dramas mais desesperadores da década passada.

Adaptando o romance de Lionel Shriver, Ramsay vai fundo no psicológico desta mulher traumatizada, antes e depois da tragédia envolvendo seu filho Kevin. A diretora opta por trabalhar as linearidades de forma que o espectador nunca realmente entende as razões por trás da relação esquisita da mulher com a maternidade. Sem dúvida uma das obras mais envolventes dessa lista.