10 maneiras de salvar o Universo da DC Comics nos cinemas!

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10 maneiras de salvar o Universo da DC Comics nos cinemas!

Por Gus Fiaux
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Fugir do seguro

Antes de criar a concepção de um universo cinematográfico, a Warner Bros. e a DC Comics tinham sobrevivido nos cinemas à base de dois personagens: Batman e Superman. A maior parte dos filmes que fugiam desse eixo eram fracassos de crítica ou de público.

Agora, mesmo criando um Universo Compartilhado, a DC Comics ainda sofre um pouco com isso e a prova está na presença dos dois em maior parte dos filmes lançados até agora - mesmo Esquadrão Suicida, que não é sobre nenhum deles, possui um peso forte do Superman e uma presença constante do Batman. Para variar e criar um universo maior, a DC precisa se emancipar um pouco dos dois, criando histórias que independam deles. Com sorte, Mulher-Maravilha deve mudar essa "regra".

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Diversificar tons e temas

Uma reclamação crescente por parte do público é a forma como os filmes da Warner/DC possuem um tom sombrio e pesado, e como isso acaba se tornando repetitivo. Esquadrão Suicida é um filme que, visivelmente, teve seu tom alterado em refilmagens, já que boa parte dele continua seguindo a lógica dos filmes anteriores.

Um segredo aqui é diversificar um pouco. Não é necessário transformar todo filme em um circo com um festival de piadas. Mas nem todo filme precisa ser digno do Batman quando o assunto é ser sombrio. Uma variedade de tons e temas é bem-vinda e precisa ser inserida para que o Universo Estendido da DC não acabe se tornando monotônico.

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Atentar para o público-alvo

Quando se faz uma adaptação de quadrinhos, óbvio que um dos públicos consumidores é o de fãs daquele universo. Contudo, vale lembrar que eles não são todos - e sejamos realistas, nem mesmo a maioria. O segredo é balancear algo que agrade ao fã que lê quadrinhos e o típico espectador que quer apenas se divertir, sem ter nenhum conhecimento prévio da obra.

Dos três filmes lançados, há uma falta de equilíbrio nessa realização. Embora os diretores e realizadores digam que o que importa é a opinião dos fãs - e embora os filmes até agradem grande parte destes - certas mudanças impopulares acabam comprometendo a experiência do público e dos próprios fãs - como é o caso do Lex Luthor e do Coringa. A Warner precisa encontrar um meio termo, sem querer ser elitista demais com os fãs ou deixá-los de lado apenas em prol do público maior.

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Adaptar sagas e histórias consagradas - do jeito certo

Um bom caminho introdutório para agradar os fãs e o público é adaptar grandes histórias da DC Comics - que não são poucas. Séries como Justiça, Crise de Identidade, Asilo Arkham, As Profundezas, dentre outras, dariam ótimas adaptações cinematográficas. Porém, por enquanto, os filmes parecem estar se baseando apenas nos personagens sem incorporar suas histórias clássicas.

A exceção a isso é Batman vs Superman: A Origem da Justiça, que já mostra um outro lado com o qual o estúdio deve tomar cuidado: se for adaptar algo, que seja do jeito certo. O filme em questão "adapta" dois arcos diferentes (O Cavaleiro das Trevas e A Morte do Superman), além de incorporar elementos de várias outras. Isso pode ser feito, mas precisa ser bem pensado, para que não saiamos do cinema com a ideia de que várias boas histórias foram desperdiçadas em um filme que não é tão bom.

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Valorizar o peso dos ícones

Uma palavra que define bem os heróis da DC é "símbolo". Mais do que os da Marvel, eles sempre foram ícones representantes do que há de melhor - óbvio, com todos os limites culturais - na humanidade. Porém, os filmes estão demorando para entender o conceito disso.

Nos cinemas, os heróis, por exemplo, são limitados e não possuem tanta profundidade quanto nos quadrinhos. Isso tira a eles o peso do ícone e infelizmente os leva ao posto de "falsos deuses". Um exemplo disso é justamente a morte do Superman, que nem sequer é sentida pelo público. Os vilões também precisam de um tratamento melhor, já que em nenhum momento eles representam verdadeiras ameaças - à exceção de um ou outro, como o General Zod.

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Desacelerar as estratégias

Por mais que acabe não sendo bem assim, a grande impressão que os fãs tem da Warner Bros. no momento é que ela está correndo atrás do tempo perdido em relação à concorrência. Por isso a pressa em unir logo todos esses heróis e criar um universo compartilhado e expansivo.

Contudo, isso pode acabar sendo problemático. Os filmes acabam sendo desenvolvidos de maneira apressada, e a própria coesão do universo - que por enquanto, é satisfatória - pode acabar ruindo num futuro não muito distante. As prioridades precisam ser reavaliadas e desaceleradas. Mais vale uma construção lenta e qualitativa do que algo rápido visando quantias e concorrência.

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Livrar-se um pouco da influência do estúdio

Sempre conhecida por ser o estúdio que dá grande liberdade aos criadores, a Warner Bros. tem se mostrado o oposto disso no que diz respeito ao Universo Estendido da DC Comics. Embora Homem de Aço e Batman vs Superman sejam trabalhos autorais de Zack Snyder, Esquadrão Suicida prova uma interferência descuidada do estúdio.

E embora a interferência seja importante e necessária - falaremos disso em breve - ela deve ser feita da maneira correta, sem sacrificar o trabalho dos realizadores e dando espaço para que os filmes sejam feitos livremente, ainda que fluindo numa direção pré-combinada.

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Escolher - e confiar - a dedo os realizadores

A DC Comics tem artistas e cineastas realmente talentosos ao seu lado. David Ayer é um diretor muito bom, e apesar de toda a controvérsia, Zack Snyder tem um bom potencial na concepção visual. Além disso, podemos destacar James Wan, Patty Jenkins e Rick Famuyiwa como outros cineastas com carreiras de arrancar aplausos.

Porém, a Warner/DC precisa ir a fundo nisso, dando também liberdade aos criadores. Duas áreas importantes que precisam de cuidados são a de roteiro e montagem/edição, duas das quais estão sendo altamente criticadas nos filmes da editora.

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Ter um "Kevin Feige"

Por mais que comparações sempre sejam um tanto sofríveis, essa se faz necessária - e com sorte, é um problema que a Warner já está resolvendo por ter colocado Geoff Johns à frente das decisões do Universo Estendido da DC Comics. Nos filmes anteriores, nunca tivemos um único produtor estabelecido que estivesse por trás de todas as histórias, aconselhando os criadores e estabelecendo uma mesma direção.

A entrada de Geoff Johns pode ser bem-vinda, até por algo similar a Kevin Feige: ele não é apenas um executivo engravatado importado apenas com os números. Johns trabalhou grande parte de sua vida nos quadrinhos da editora, e conhece bem esses personagens. Ele precisa guiar esse universo para uma estrada diferente.

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Repensar o marketing

Como diz o jargão popular, "propaganda é a alma do negócio", e com base em seus dois últimos filmes, a Warner/DC não tem sabido manejar isso muito bem. Tanto Batman vs Superman quanto Esquadrão Suicida pecam por mostrarem demais e venderem filmes diferentes dos que foram de fato exibidos.

Essa é uma tendência que precisa mudar. Participações especiais, revelações do roteiro e pontos importantes da narrativa não podem ser revelados durante a campanha de marketing dos filmes. Isso acaba gerando expectativas divergentes para o público, que compreensivelmente acaba se decepcionando com os resultados finais. Faz-se necessária uma nova estratégia, onde o marketing e a divulgação não acabem entrando em choque com o produto que eles vendem.