10 maiores mudanças entre o livro e os filmes de “IT: A Coisa”!

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10 maiores mudanças entre o livro e os filmes de “IT: A Coisa”!

Por Gus Fiaux

Neste mês, chegou aos cinemas IT: Capítulo 2, a conclusão da adaptação do prestigiado romance de Stephen King. O filme nos trouxe o embate final entre o Clube dos Otários e o Palhaço Pennywise, e apesar de ter dividido o público, fez justiça ao livro ao mostrar esse confronto nas telonas.

No entanto, como é de se esperar de todas as adaptações, os filmes deixaram de fora muitas coisas do livro (e até acrescentaram elementos novos), e que acabaram fazendo falta para os fãs. E é por isso que separamos aqui as 10 maiores diferenças entre o livro e os filmes de IT: A Coisa!

Créditos: Warner Bros.

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A ambientação

O livro de Stephen King foi publicado em 1986, e como o autor trouxe muita coisa de sua infância para a trama, a ambientação é completamente diferente dos filmes. No livro, a história do Clube dos Otários começa em 1957, que é quando eles enfrentam Pennywise pela primeira vez, e termina em 1985, quando o monstro finalmente é destruído.

Já o primeiro filme, aproveitando a onda de nostalgia dos anos 80 (vinda de séries como Stranger Things) mudou a história das crianças para 1988, o que trouxe diversas referências da cultura pop. Já a continuação, que se passa 27 anos depois do fim do original, foi situada em 2016. Isso trouxe algumas mudanças dentro do contexto das adaptações.

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O primeiro confronto

Embora, nos filmes, o famigerado Ritual de Chüd só tenha sido revelado no Capítulo 2, no livro ele está presente desde a primeira vez que as crianças enfrentam Pennywise nos esgotos de Derry. No entanto, eles acabam não conseguindo derrotá-lo completamente, e é por isso que ele retorna vinte e sete anos depois.

Inclusive, o Ritual é um pouquinho mais complexo no livro, uma vez que é quase um ritual cósmico que consiste em "fazer o palhaço rir" - em outras palavras, torná-lo vulnerável. Além disso, há outras coisas que ficaram ausentes na adaptação, como a presença de Maturin - uma tartaruga cósmica e eterna inimiga da Coisa (por mais que existam easter-eggs).

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Os Postigos e a forma verdadeira de Pennywise

No livro, bem como na série dos anos 90, Pennywise acaba revelando sua forma verdadeira no confronto final com o Clube dos Otários. No entanto, há um quê de horror cósmico presente, e o mais próximo que a mente humana consegue imaginar dessa forma é uma aranha gigante, que já é revelada para Bill Denbrough quando ele ainda é criança.

Além disso, há uma mudança na adaptação dos Postigos (ou Deadlights, que são as três luzes que dão forma ao palhaço). No livro, só olhar para elas pode matar ou causar loucura. Entretanto, quando Beverly Marsh as encarou no primeiro filme, ela só ficou em estado catatônico temporariamente e retornou, sã e salva após um beijo de Ben Hanscom.

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Orgia infantil

Uma das cenas mais polêmicas do livro, que felizmente foi retirada dos filmes, diz respeito à orgia que envolve o Clube dos Otários quando eles derrotam Pennywise pela primeira vez. Apesar das controvérsias, a cena não tem um teor intencionalmente sexual, já que serve apenas para mostrar a conexão entre eles e a transição para a vida adulta.

Ainda assim, é uma cena grotesca da qual o próprio Stephen King se arrepende de ter escrito. Em entrevistas, o diretor Andy Muschietti declarou que a sequência se tornaria redundante no primeiro filme, uma vez que eles já tinham uma conexão nítida e que a maturidade dos personagens estava implícita a partir do momento que eles derrotam a Coisa.

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A participação de Stan Uris

Stanley Uris é um caso curioso, uma vez que seu personagem possui funções bem diferentes no livro. Além de derrotar Pennywise de uma forma diferente, durante um confronto individual, ele é quem promove o pacto de sangue que faz com que o Clube dos Otários prometam retornar a Derry, enquanto foi Bill Denbrough que faz isso no primeiro longa.

Na sequência, sua participação é bem menor. Quando adulto, no livro, ele se mata assim que descobre que a Coisa está de volta, por puro pavor. Já em IT: Capítulo 2, ele deixa uma carta para seus amigos, revelando que teve que se matar para que seus amigos pudessem derrotar o inimigo mais facilmente. A carta inclusive é cheia de citações do livro.

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Ausências significativas

Em IT: Capítulo 2, somos apresentados a dois personagens que possuem mais relevância no livro. Trata-se de Audra Phillips (a esposa de Bill Denbrough) e Tom Rogan (o marido de Beverly Marsh). Os dois, no entanto, só aparecem no primeiro ato, quando descobrimos como anda cada membro do Clube dos Otários.

No livro, entretanto, eles são importantes para o confronto. Tom chega a perseguir Beverly, antes de morrer devorado pela Coisa. Audra também vai atrás de Bill, e chega a participar do confronto final com Pennywise, mas acaba ficando louca ao ver a forma real do vilão (que ela descobre ser feminina). Posteriormente, Bill consegue trazê-la de volta à sanidade.

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O segredo de Richie Tozier

Aqui não se trata especificamente de uma mudança, mas de um aprofundamento em um contexto que é apenas sutilmente indicado no livro. No segundo filme, Pennywise aparece diversas vezes prometendo revelar o "segredinho" de Richie Tozier, o que o deixa ainda mais apavorado para enfrentar a Coisa.

No fim, descobrimos que ele era apaixonado por Eddie Kaspbrak, e que nunca teve a chance de dizer isso a ele. No livro, há pistas sutis que podem os fãs podem interpretar dessa forma, mas que nunca explicitaram o amor de Richie por Eddie. O filme acertou nisso, já que dá um arco mais completo para o personagem e deixa suas cenas com Eddie ainda mais melancólicas.

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O Ritual de Chüd

Como disse anteriormente, o Ritual de Chüd, no livro, é praticado até mesmo quando os protagonistas são crianças, mas não é encerrado da forma correta, o que faz com que a Coisa retorne posteriormente. No filme, no entanto, ele só é apresentado quando os heróis já estão adultos. Porém, em vez de verem a "forma verdadeira" do palhaço, eles acabam enfrentando uma aranha-palhaço que mais parece uma forma qualquer de Pennywise.

Mais do que isso, o filme traz novos elementos para esse ritual - como, por exemplo, os objetos que precisam ser trazidos por cada um dos membros (e que representam momentos de seus passados) e o sacrifício final, que é contornado quando Eddie Kaspbrak dá sua própria vida para deter o vilão.

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A devastação de Derry

No livro, a cidade de Derry toda é como uma manifestação de Pennywise - motivo pelo qual todos parecem ser muito negligentes e várias catástrofes acontecem sem que ninguém se importe. Quando a Coisa é derrotada, a cidade sofre com o colapso e começa a ser devastada de cima a baixo, com uma tempestade que mata centenas de pessoas.

Em IT: Capítulo 2, isso é deixado de lado, uma vez que o diretor Andy Muschietti optou por um final mais "feliz" para a história. Quando o Clube dos Otários sai do esgoto, a cidade está intacta - e um pouco mais "leve" após a morte do vilão. Essa adaptação acabou tirando um pouco da relação quase simbiótica que a Coisa tem com a cidade.

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As memórias continuam

Por fim, há mais um "final feliz" para IT: Capítulo 2 que não estava presente no livro. No longa, o Clube dos Otários, após deterem definitivamente Pennywise, conseguem se lembrar de toda sua vida em Derry e mantêm as lembranças mesmo quando deixam a cidade definitivamente.

No livro, no entanto, assim como quando derrotam a Coisa pela primeira vez, eles começam a se esquecer de tudo - inclusive uns dos outros, o que traz um final bem mais agridoce para o romance. Essa mudança é positiva, já que mostra que toda a influência de Derry ou de Pennywise finalmente acabou, e agora eles são livres.