Controversa, polêmica, insana e favorita dos fãs. Sim, a Arlequina não é o melhor exemplo e possui todos os problemas do mundo. Porém, é inegável como, em tão pouco tempo, a personagem se alavancou ao cargo de ícone.

Nos quadrinhos, a anti-heroína/vilã ganhou um tratamento bem interessante nos últimos anos, lutando contra o relacionamento abusivo com o Coringa e tornando-se uma personagem independente e incrível.

Em tela, Margot Robbie captou a identidade da moça, só precisam levá-la em uma direção mais parecida com a nova quadrinesca. Vamos acreditar, ela tem futuro.

Um marco para esse novo mundo nerd, Jessica Jones não foi a primeira série super-heróica com uma protagonista feminina dos últimos anos (Supergirl e Agents of S.H.I.E.L.D. chegaram antes), mas na questão de quebra de padrões, ela chegou com os dois pés na porta - literalmente.

Jessica Jones não só coloca uma heroína em foco, como trata de assuntos cotidianos de uma forma mais natural, inverte o padrão e coloca um "mocinho" para Jones salvar e expõe discussões extremamente necessárias para o mundo (sobre abuso físico e psicológico, por exemplo).

Quando é que chega a segunda temporada mesmo?

Dos quadrinhos, Kamala Khan é uma das melhores personagens criadas pela Marvel em anos. A nova Ms Marvel engloba tantos assuntos atuais e necessários que é difícil elencar tudo.

Kamala é mulher, jovem, muçulmana e inumana. Sua história mostra a moça lidando com todos as dificuldades acarretadas por cada um desses itens, além de suas horas como heroína. Não é à toa que ela é chamada de "nova Homem-Aranha": ela é o rosto de uma nova geração.

Nesse caso, precisamos falar da personagem em duas instâncias. Nos quadrinhos, a Laura cresceu muito desde sua primeira aparição. Muito. Tanto que ela assumiu o icônico papel de Wolverine depois da morte do Logan. Ela não é uma versão feminina, ela é a Wolverine e atua tão bem quanto o Logan. Representatividade, inclusão e foco.

Agora também temos uma Laura nos cinemas. Lá ela é mais nova, mas sua importância pode ser ainda maior que a dos quadrinhos. Em tempos conturbados como esses, a X-23 tem sangue latino, é tão independente e incrível quanto o Logan se mostrou em todo esse tempo nos filmes e isso tudo sendo apenas uma criança.

Ninguém vai reclamar se ela assumir o manto de Wolverine nas telas também.

A estreia de Kara Danvers na TV aberta americana foi um fenômeno sensacional. Além da série ser bem-sucedida, foi a primeira vez em muito tempo que uma super-heroína ganhou espaço nas telas com uma série solo.

Mais ainda: a série da Supergirl não é só importante pelo gênero da heroína, mas pelo público alvo. É uma produção para uma fatia mais jovem, proporcionando algo que as garotas quase nunca possuem dentro do universo nerd: espaço e modelo.

A Supergirl é um ícone, um exemplo e está atingindo, desde sua estreia, a parte feminina do mundo geek, que sempre foi negligenciada.

Mãe dos Dragões, Rainha da Baía dos Escravos, Khaleesi, Não-Queimada, Primeira de seu nome. É fantástico como, da moça insegura do começo da série, Daenerys Targaryen se tornou um ícone dentro de Game of Thrones.

Por mais problemática que a série seja, Daenerys, assim como a Supergirl, explora outro espaço vago dentro do mundo nerd: a heroína no mundo da fantasia. Homens sempre tiveram seus modelos, seus heróis, que montam dragões, governam reinos, seguem aquela jornada do herói clássica e visam uma utopia. Daenerys é tudo isso, só que para o lado feminino.

Sim, ela tem muito protagonismo, mas nem precisa listar aqui quantos heróis masculinos são engrandecidos assim e nunca, ninguém reclamou; durante o texto, você já pensou em alguns.

E elas não pararam na fantasia medieval ou nas aventuras super-heróicas. Com Star Wars: O Despertar da Força, as mulheres ganharam um ícone no espaço! A Rey é tudo aquilo que o Luke foi um dia, sem mais nem menos. Protagonista sim, predestinada sim e, pelas mãos da Daisy Riley, uma personagem arrebatadora.

Chega de ficar com papel secundário – por melhor que a Princesa Leia fosse. A Rey, assim com a Jyn em Rogue One, veio para liderar uma nova geração de seguidores.

Voltando para Westeros, não é só no lado iluminado que as mulheres ganharam espaço. É preciso ter um balanço. Independente de suas ações, Cersei Lannister ocupa mais um espaço vago – sim, eles são muitos. Ela é a vilã. E não uma vilã qualquer. Impetuosa, gananciosa, inteligente, manipuladora e, claro, poderosa, ela não é uma rival dramática. Ela é louca. Ela é insana. Ela é tudo aquilo que os melhores vilões são.

A nova ocupante do Trono de Ferro não é um ícone ou um modelo, pelo menos não de integridade. Talvez de força. O importante nela é que ela torna a representação feminina multifacetada. Precisamos de grandes heroínas e grandes vilãs – e Cersei Lannister desempenha seu papel de antagonista como ninguém.

Não podemos esquecer das animações. Quantas meninas, nos últimos anos, não viram na “Princesa Frozen” um modelo? E melhor, um modelo que não segue a ideia tradicional de princesa de conto de fadas!

Elsa é independente, é poderosa, é mágica e é tudo aquilo que a nova geração de garotas precisa: uma “princesa” livre.

Quando é que uma lista sobre personagens femininas vai passar sem citar ela? Hoje, ontem e sempre; a Mulher-Maravilha sempre estará entre os maiores ícones de representatividade.

Ela é uma semi-deusa, está entre os personagens mais poderosos de toda a DC Comics, é inteligente, estrategista, guerreira, independente e possui todos os atributos que outros 50 heróis masculinos, que vem inspirando garotos há 80 anos, possuem. E ela vem fazendo o mesmo: inspirando garotas há quase 80 anos. Agora ainda mais, com sua primeira aparição nas telonas, interpretada pela magnífica Gal Gadot.

Poder. Coragem. Maravilha.