10 games feitos a partir de outros games!

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10 games feitos a partir de outros games!

Por Raphael Martins

E se eu te dissesse que alguns dos melhores jogos que você já jogou (e alguns dos piores também) são na verdade hacks de outros jogos? Isso acontecia muito nos anos 80 e 90, onde alguns games eram completamente refeitos para se adequar à cultura de um país, a uma determinada faixa etária ou simplesmente para fins de censura mesmo.

O procedimento era simples: pegava-se o jogo base e aí mudavam os sprites, as músicas, os inimigos e às vezes tudo isso junto. Depois o jogo era lançado como se fosse um outro game, como um hack oficial. Essa era uma prática bastante comum no Brasil há uns anos atrás, mas outros países também fizeram.

Nessa lista, nós vamos relembrar alguns deles e talvez você até descubra que aquele jogo que você sempre curtiu era na verdade outro o tempo todo!

Turma da Mônica (Master System/Mega Drive)

A turminha mais amada do Brasil ganhou uma série de jogos para o Master System e o Mega Drive nos anos 90, sendo todos eles sucesso de vendas por aqui. Eles foram baseados na franquia japonesa Wonder Boy, da Westone.

O primeiro game, Mônica no Castelo do Dragão, era uma modificação de Wonder Boy in Monster Land. O segundo, Turma da Mônica em: O Resgate, foi feito a partir de Wonder Boy III: The Dragon´s Trap, e finalmente, Turma da Mônica na Terra dos Monstros foi a versão nacional de Wonder Boy in Monster World.

Apesar os jogos mais famosos da Mônica serem hacks, foi lançado recentemente um game 100% nacional com os personagens da turma feito pelo estúdio Mad Mimic, chamado Mônica e a Guarda dos Coelhos.

O vídeo não está mais disponível.

DecapAttack (Mega Drive)

Neste game, você controla uma múmia sem cabeça que anda por cenários inspirados em filmes de terror, enfrentando todo tipo de monstros bizarros, bem diferente do que se vê no game no qual DecapAttack foi feito em cima.

Em Magical Hat no Buttobi Tabo! Daibouken, o protagonista é um garotinho de capa e turbante que enfrenta inimigos bem menos assustadores em fases muito mais coloridas, num clima de mil e uma noites. A trilha sonora também foi substituída por outras músicas. Foi baseado num anime chamado Magical Hat.

Didi na Mina Encantada (Odyssey)

Se engana quem pensa que foi a Tec Toy que começou com essa prática de lançar jogos "abrasileirados" por aqui. A Phillips já fez isso em 1983, lançando o game Pick Axe Pete para o Odyssey como Didi na Mina Encantada, pegando carona no sucesso que Os Trapalhões faziam na TV.

Na verdade, esse game não se trata de uma modificação, o que foi feito foi simplesmente mudar o nome e a arte da caixa do jogo, já que os gráficos do Odyssey eram rudimentares demais para que fosse necessária uma modificação. Era só fazer de conta que o bonequinho de palito visto na tela era o Didi Mocó e pronto.

Shatterhand (NES)

Quem aí lembra de Solbrain, tokusatsu exibido na antiga Rede Manchete e que era sequência do consagrado Winspector? Ele teve um game lançado para o Nintendinho no Japão, mas ficou bem diferente quando chegou nos Estados Unidos.

Lá, nome do game foi mudado para Shatterhand, e no lugar do valente Solbraver, você controlava um ciborgue em busca de vingança. E pronto, era isso. Os cenários e as músicas eram os mesmos da contraparte japonesa, mas história e as cutscenes foram modificadas.

TV Colosso (Master System)

Mais uma do Brasil! O programa infantil TV Colosso, que fez a alegria de muitas crianças intercalando as aventuras dos personagens com desenhos animados americanos nos anos 90, teve um jogo lançado pela Tec Toy feito a partir de Asterix and the Secret Mission para o Master System.

Nesse game, saem Asterix e Obelix e entram Priscila e Gilmar, que precisam encontrar uma poção para curar o Chefe JF de uma gripe causada pelas Pulgas, as vilãs do jogo. A Tec Toy até colocou a música tema do programa na tela inicial!

Street Combat (SNES)

Esse é um game de luta bem esquecível lançado para Super Nintendo, cheio de personagens horríveis e genéricos e uma jogabilidade bem travada, mas o game original de onde esse saiu não se sai tão mal.

Ranma 1/2: Chounai Gekitou Hen, baseado na famosa série de anime e mangá de Rumiko Takahashi, trazia todos os personagens populares da TV e tinha controles e trilha sonora bem melhores que os da versão americana.

Chapolim vs Drácula: Um Duelo Assustador (Master System)

Ok, este é o último do Brasil, a gente promete! O polegar vermelho teve um game para chamar de seu para o Master System, lançado em 1993 pela Tec Toy.

O game usou como base Ghost House, de 1986. Na história, o herói precisava impedir que o conde Drácula revivesse e saísse por aí sugando o sangue de inocentes, indo até o castelo do vampiro para mostrar que ele e seus monstros não contavam com sua astúcia.

Probotector (NES, SNES, Mega Drive, Game Boy)

Quando a série Contra chegou na Europa, os governos daqueles países não gostavam nada de ver um humano atirando em tudo o que via pela frente e gerando caos e destruição, então eles trocaram os personagens Bill Rizer e Lance Beam por robôs. Porque robôs podem gerar caos e destruição. Faz total sentido. E assim, Contra passou a se chamar Probotector.

Essa censura valeu para todos os jogos da série lançados em território europeu, incluíndo o de Game Boy e o de Mega Drive.

Yo!Noid (NES)

Durante os anos 80, a rede de pizzarias Domino´s Pizza tinha um mascote chamado Yo!Noid, um cara bizarro usando uma roupa vermelha mais bizarra ainda, com orelhinhas de coelho e tudo mais. Ah, os anos 80. Uma época totalmente fora de controle.

O jogo no qual Yo!Noid foi feito se chama Kamen no Ninja Hanamaru, e o jogador controla um garotinho com poderes ninjas ao invés de um cara estranho de roupa vermelha. Fora o personagem principal, a trilha e os cenários também foram modificados. Ah, e Yo!Noid vinha com um cupom de desconto na pizza do Domino's. Isso sim é que é fidelizar o cliente.

Super Mario Bros. 2 (NES)

Sim, a clássica sequência de um dos maiores sucessos dos games de todos os tempos era um hack o tempo todo! Temendo que o público americano achasse a sequência japonesa do game - que era basicamente o mesmo jogo, só que mais difícil - "mais do mesmo", a filial americana da Nintendo transformou o game japonês Yume Kōjō: Doki Doki Panic em um game do Mario.

Os quatro personagens principais foram trocados por Mario, Luigi, Toad e Peach, e o game tinha um gameplay diferente do primeiro Mario. Aqui, para matar inimigos, você precisa pegar um objeto, que também pode ser um dos monstros, e arremessá-lo em direção a eles. Alguns inimigos, aliás, só são vistos aqui, nunca mais aparecendo em nenhum outro jogo da franquia.

Fez bastante sucesso nos Estados Unidos, se tornando um clássico. Foi relançado tempos depois no Japão com o título de Super Mario USA.