Filmes infantis começaram a ser franqueados a pouco tempo, já que a Disney, o mercado predominante de animações, não costumava lançar muitas continuações - principalmente nos cinemas. A Era do Gelo foi um dos grandes sucessos da Blue Sky Studios, a companhia de animação da Fox, e embora o primeiro filme seja bom, a catástrofe começou a partir daí.

Após um longa com uma história contida e emocionante, a franquia passou a apelar para roteiros menos inteligentes e um humor puramente infantilóide. O problema é que a saga de filmes simplesmente deixou de fazer sentido. No terceiro, eles descobrem dinossauros, e no quinto (e mais recente), há toda uma trama envolvendo o Big Bang. Esperamos logo a extinção.

Quando a Dreamworks surgiu como uma rival da Pixar, Shrek veio para trazer um grande diferencial às animações da época. Tínhamos em mão uma sátira dos contos de fadas, com uma comédia mais madura e um senso de aventura muito divertido. O segundo filme da franquia é excelente nesse aspecto, e contribui para o crescimento desse universo.

Mas a partir do terceiro, não dava mais. A saga passou a apelar para clichês convencionais de quem não tem mais ideias para continuações - como paternidade e viagem no tempo/universo alternativo. Por fim, ainda tivemos Gato de Botas, um spin-off que até alegrou os fãs, mas estamos exaustos até da ideia de ter mais filmes no futuro.

Vocês podem até criticar, mas a verdade é que todo mundo ama um besteirol. Vocês já devem ter cansado de rir com esse tipo de comédia, e Hollywood fincou seus dois pés em uma das franquias mais famosas do "gênero": American Pie, que originalmente nada mais era do que um filme sobre adolescentes idiotas e suas experiências sexuais.

Enquanto os quatro filmes da franquia "principal" são divertidos, o problema começou quando a Universal resolveu investir em uma série de spin-offs, lançando por volta de um filme por ano - e cada um com uma qualidade ainda mais decadente em relação ao anterior. Por sorte, parece que O Reencontro veio para por um fim à essa zorra!

A franquia que trouxe Johnny Depp para a frente dos holofotes de Hollywood, Piratas do Caribe se perdeu em alto mar. O primeiro filme é muito bom, e funciona como uma aventura isolada. Contudo, O Baú da Morte e No Fim do Mundo conseguem se provar boas continuações, inserindo toda uma mitologia própria da franquia.

Infelizmente, o mesmo não pode ser dito sobre Navegando em Águas Misteriosas e A Vingança de Salazar, que mais atrapalham a série do que ajudam. Os filmes viraram um show de humor para Jack Sparrow, e os roteiros estão cada vez piores. Porém, a má fama de Depp e o fracasso comercial do quinto filme estão fazendo a Disney repensar seus planos.

Se você vive e respira, provavelmente já reclamou da franquia dos Transformers no cinema. Com um primeiro filme razoável, a saga afundou na megalomania insana de Michael Bay, e cada novo filme é um exercício de paciência e de como não se fazer um blockbuster em Hollywood.

A luta eterna entre Autobots e Decepticons se repete da mesma maneira em todos os filmes da franquia, e esperamos que o longa solo do Bumblebee sirva para, ao menos, apresentar algo novo. E pensar que a Paramount e a Hasbro já deixaram claro que há dezenas de novas histórias sendo desenvolvidas, o que significa que todos vamos morrer antes dessa franquia.

Eu sei que muitos de vocês vão me apedrejar por falar de Velozes e Furiosos, e não me levem a mal, pois sei que a franquia está melhor agora que deixou de se levar a sério, como era nos primeiros filmes. Mas verdade seja dita, eles perderam a ótima oportunidade de encerrar a saga com o sétimo filme, que serviu como uma despedida de Paul Walker.

A verdade é que o capitalismo fala mais alto e a franquia vai continuar viva por um longo tempo, mas o encerramento veio em uma boa hora. Em vez disso, teremos também um spin-off voltado para os personagens de The Rock e Jason Statham, e mais filmes confirmados nos próximos anos. O pé dos executivos está firme no acelerador, mesmo que a história já tenha pedido um freio.

Um dos longas de ação mais f#d@s dos anos 80, O Exterminador do Futuro de James Cameron começou muito bem, com um filme que logo se tornou clássico, alavancando a carreira de Arnold Schwarzenegger em Hollywood. Além dele, tivemos O Julgamento Final, uma continuação que consegue ser ainda melhor que original.

A partir daí, foi uma grande ladeira abaixo. A conclusão da trilogia, A Rebelião das Máquinas, não foi tão interessante assim, e os prequels e reboots que vieram depois - A Salvação e Gênesis - só pioraram a imagem da franquia, que deve ganhar mais um reboot nos próximos anos. Ainda dá pra desistir da ideia...

Os fãs da franquia de games já começam a suar frio toda vez que os filmes de Resident Evil são mencionados, e para alguns, a trama nem devia ter continuidade nos cinemas. Mas sendo sincero, os três primeiros filmes são até divertidos, e funcionam bem entre si, como uma trilogia bem regada ao trashzão e à má direção de Paul W.S. Anderson.

O problema é que resolveram transformar a história em algo muito maior do que deveria ser, e o resultado final foram seis filmes, um mais sofrido que o outro. Felizmente, a saga chegou ao Capítulo Final no ano passado, e agora passará por um reboot. Agora, só podemos torcer para que a nova série de filmes não seja fadada ao mesmo fracasso que essa.

Jason Voorhees é um dos maiores ícones do cinema de horror de todos os tempos. E embora seja legal vê-lo matando adolescentes transando no mato aqui e acolá, Sexta-Feira 13 já passou - e muito - dos limites. O que era um dos filmes mais inovadores de terror slasher logo se tornou, por volta do terceiro filme, "como amamos ver personagens idiotas sendo mutilados".

O lado bom de toda a franquia é ver filmes como Sexta-Feira 13 Parte 8: Jason Ataca Nova York - onde, na verdade, ele passa o filme todo em uma balsa, e sequer ataca a cidade. Ou então Jason X, onde ele retorna com um novo visual, dessa vez no espaço. E nem vamos nos dar o trabalho de falar dos reboots ou do crossover Freddy vs Jason.

Podemos até finalizar esta lista, mas essa franquia nunca vai se concluir. E não importa quantos filmes tiverem como subtítulo ou tagline coisas como "O Fim" ou "O Capítulo Final". Verdade seja dita, Jogos Mortais já devia ter sido igual suas vítimas, e morrido há muito tempo, enquanto ainda era uma franquia respeitável.

Com um primeiro filme incrível e duas continuações questionáveis, mas boas, a série criada originalmente por James Wan desceu numa espiral de roteiros altamente convenientes, personagens com os quais nós simplesmente paramos de nos importar e, é claro, reviravoltas sem o menor sentido, sempre envolvendo o Jigsaw.