10 filmes que poderiam ter um corte do diretor lançado

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10 filmes que poderiam ter um corte do diretor lançado

Por Gus Fiaux

Em março, após uma longa campanha, os fãs de Zack Snyder conseguiram conquistar um sonho impossível, graças ao lançamento da versão do diretor de Liga da Justiça. Porém, em Hollywood, é bem comum ver estúdios bagunçando com a visão artística de diretores e roteiristas, criando aberrações cheias de cortes e com refilmagens bizarras.

Por isso, listamos aqui 10 filmes que poderiam ganhar um “corte do diretor”, já que muitas produções acabam perdendo qualidade por conta de decisões equivocadas feitas por executivos. Para esta lista, estamos reunindo filmes que foram remontados ou parcialmente refeitos pelos estúdios, mas cujas visões originais pareciam promissoras!

Para esta lista, estamos desconsiderando Esquadrão Suicida de David Ayer, uma vez que o filme já tem uma campanha em andamento, ainda que a Warner já tenha colocado o ponto final nesse assunto.

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Han Solo: Uma História Star Wars (Solo: A Star Wars Story, 2018)

Vocês podem até culpar a nova trilogia de filmes, mas um dos maiores fiascos recentes no universo de Star Wars foi justamente o filme solo de Han Solo, lançado em 2018. O fracasso nas bilheterias foi tão grande, fazendo com que a Disney reconsiderasse todos os seus planos para esse universo. Mas tudo tem a ver com refilmagens e uma troca de diretores na produção.

Originalmente, Phil Lord e Chris Miller (Uma Aventura LEGO) haviam sido chamados para dirigir o filme e chegaram a concluir as gravações. Ainda assim, a versão deles não satisfez o estúdio - que acabou contratando Ron Howard para regravar 80% do longa. O resultado final foi bem aquém do esperado para um filme focado no lendário caçador de recompensas, o que nos faz imaginar como teria se saído o longa de Lord e Miller nos cinemas.

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Prometheus (2012)

Muitos anos após ter dirigido Alien: O 8º Passageiro, Ridley Scott voltou à franquia criada por ele com Prometheus, longa que se propunha a dar um maior desenvolvimento à mitologia do universo, explorando a origem dos Xenomorfos e a história dos Engenheiros. O resultado dividiu o público, mas deu muito pano para discussões e debates.

O caso curioso aqui é que há mais de trinta minutos de cenas adicionais que o estúdio queria inserir em uma versão estendida, mas Ridley Scott se opôs à ideia por achar que as cenas eram desnecessárias. Ele pode até estar certo, mas seria interessante ver mais detalhes desse universo e dos planos originais para Prometheus. Porém, caso fosse feito, seria um corte do diretor lançado contra a vontade do próprio diretor...

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O Destino de Júpiter (Jupiter Ascending, 2015)

Você pode até não gostar dos filmes delas, mas não há como negar que as Irmãs Wachowski são algumas das únicas cineastas em Hollywood que ainda inspiram originalidade em suas obras. O Destino de Júpiter, de 2015, é a história de uma mulher que descobre ser uma princesa alienígena e que precisa ser protegida de um tirano interestelar.

O longa originalmente devia ter saído em 2014, mas foi adiado para que a Warner pudesse fazer uma série de refilmagens que mudaram a visão das diretoras. O resultado final foi recebido com pouca empolgação pela crítica especializada - o que inclusive fez com que Lilly Wachowski optasse por dar uma pausa em sua carreira cinematográfica. Será que a versão original delas seria melhor que o corte do estúdio?

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O Enigma do Horizonte (Event Horizon, 1997)

Conhecido como o inimigo nº 1 de todos os gamers do mundo, Paul W.S. Anderson teve lá sua cota de filmes bons na carreira. Um bom exemplo é o famigerado O Enigma do Horizonte, um horror espacial sobre uma nave perdida que retorna de um portal no espaço e traz algo hediondo consigo. É o filme mais sanguinário e brutal da carreira do diretor.

E justamente por isso, O Enigma do Horizonte perdeu muito conteúdo na sala de edição. O estúdio achou que havia gore demais e acabou limando várias cenas do filme. Além de excluir essas cenas mais sanguinárias, muito foi cortado do desenvolvimento dos personagens e dos paralelos religiosos, além das explicações mais profundas sobre o que aconteceu com a nave. Até hoje, muitos sonham com um corte estendido do filme, mas ele provavelmente nunca será lançado.

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Amaldiçoados (Cursed, 2005)

Lançado em 2005, Amaldiçoados era um projeto de paixão de Wes Craven, o diretor que nos forneceu clássicos do horror como Pânico e A Hora do Pesadelo. O filme lida diretamente com lobisomens, ao mesmo tempo em que assume uma roupagem teen para falar de amadurecimento, sexualidade e desejo carnal. Porém, nada ocorreu como o esperado.

A Miramax (empresa que pertencia aos Irmãos Weinstein) fez da vida de Craven um verdadeiro inferno. Foram quase dois anos de adiamentos e várias alterações feitas no trabalho do diretor. No fim, os lobisomens, que só seriam criados com efeitos práticos, acabaram sendo feitos com um CGI pavoroso. Até hoje, os fãs sonham com o "Craven Cut" do filme, mesmo após a morte do cineasta.

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A Bússola de Ouro (The Golden Compass, 2007)

Com os filmes de super-heróis lançados em peso atualmente é difícil lembrar, mas nos anos 2000 o que imperava nos cinemas eram as franquias de fantasia e adaptações de sagas vindas da literatura. Foi por isso que, em 2007, tivemos o lançamento de A Bússola de Ouro, filme que seria o primeiro capítulo de uma planejada trilogia adaptando a saga As Fronteiras do Universo.

Porém, quem conhece um pouco da obra de Phillip Pullman sabe que o autor faz muitas críticas ao cristianismo e à Igreja Católica nos livros. O diretor Chris Weitz sofreu com isso em primeira mão, já que o filme recebeu uma ameaça de boicote de vários líderes religiosos. O estúdio então se curvou às críticas e alterou diversas cenas, além de cortar o final original do livro, criando uma adaptação que todos os fãs da saga odeiam estrondosamente...

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Lanterna Verde (Green Lantern, 2011)

Com a criação de franquias retumbantes como o Universo Cinematográfico da Marvel e o Universo Estendido da DC, é fácil categorizar todos os filmes de super-heróis anteriores como "inferiores". E mesmo que isso seja injusto na maioria dos casos, é exatamente o que acontece com Lanterna Verde - filme que manchou a carreira de Ryan Reynolds durante anos.

O que muitos não sabem, no entanto, é que a Warner acabou sabotando o projeto diversas vezes desde sua concepção original. Até mesmo quando o diretor Martin Campbell foi chamado para produzir o longa, o estúdio fez uma grande pressão criativa na obra e talvez por isso tenhamos um projeto tão ruim e bizarro, com um CGI desnecessário aplicado até mesmo no traje heroico de Hal Jordan.

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O Espetacular Homem-Aranha 2 (The Amazing Spider-Man 2, 2014)

A Sony tem um famigerado histórico de interferência e decisões criativas erradas aplicadas nas franquias do Amigão da Vizinhança (basta olhar para Homem-Aranha 3), mas O Espetacular Homem-Aranha 2 se supera quando o assunto é interferência. O estúdio basicamente deu zero liberdade ao diretor Marc Webb, condenando todo o projeto desde sua produção.

Basicamente, o filme seria bem menos megalomaníaco e seria mais focado na relação entre Peter Parker e Gwen Stacy (o que causaria um impacto muito maior com o clímax). Porém, a Sony quis inserir ganchos e pistas para um universo cinematográfico que nunca se concretizou, fazendo basicamente um trailer de duas horas de duração. Não é à toa que Andrew Garfield e Webb pularam fora do barco, mas gostaríamos de ter visto o projeto original.

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Mulher-Maravilha (Wonder Woman, 2017)

Não toque no que está perfeito, certo? No caso de Mulher-Maravilha, temos o primeiro filme do Universo Estendido da DC que foi universalmente amado pelos críticos e pelos fãs. Ainda assim, isso não impediu o estúdio de realizar mudanças completamente desnecessárias no trabalho da diretora Patty Jenkins, sobretudo no terceiro ato do longa.

A própria Patty já confirmou que aquele show de pirotecnia e efeitos visuais mal-finalizados foi uma ideia do estúdio lançada de última hora. Nos planos originais, o clímax seria menor e mais intimista, focado no desenvolvimento de Diana Prince. Se um dia tivéssemos a oportunidade, adoraríamos ver a versão original de Patty para o longa, apenas para tirar da cabeça o clímax capenga da versão lançada nos cinemas.

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Quarteto Fantástico (Fant4stic, 2015)

Se Liga da Justiça gerou uma grande polêmica entre os fãs, é surpreendente ver que Quarteto Fantástico não teve o mesmo tipo de reação. O filme planejado originalmente por Josh Trank levaria o conceito da equipe para o terreno da ficção científica total, com aparição de vilões como Galactus e o Aniquilador.

A Fox, no entanto, deu ouvido às reclamações dos fãs durante a produção do longa (seja pela troca de etnia do Tocha Humana ou pela estética do projeto, dentre outros motivos), e mutilou completamente o filme de Trank, contratando Simon Kinberg para fazer várias refilmagens bizarras e mal-planejadas. O resultado final foi tão caótico que até hoje Trank diz que aquele não é o seu filme.