Embora os X-Men existissem desde a década de 60, foi apenas em 1975 que eles alcançaram um grande prestígio e popularidade dentro da Marvel Comics, graças à entrada de Chris Claremont nos roteiros da equipe. Em seu período à frente da equipe, o escritor construiu várias sagas épicas, mas nenhuma tão brutal quanto A Saga da Fênix Negra.

Quando pensamos em retrospecto, Fênix Negra foi construída muito antes do arco principal ser publicado, com vários elementos sendo introduzidos desde que Claremont assumiu o título mutante. Ainda assim, a saga é visceral e mostra Jean Grey descendo as espirais da loucura, além de terminar com um sacrifício doloroso por parte da heroína.

Ainda seguindo a fase de Chris Claremont à frente dos mutantes, não podemos nos esquecer de Dias de um Futuro Esquecido, a saga que introduziu as viagens temporais como elementos essenciais nas histórias dos X-Men. Com grandes influências de ficção científica distópica, o arco de histórias até hoje é considerado um dos melhores da equipe.

Na trama, a Kitty Pryde de um futuro alternativo terrível, onde os Sentinelas dizimaram a raça mutante, precisa voltar ao passado para evitar que esse futuro se torne realidade. A história teve muitas influências e já foi revisitada diversas vezes, além de ter ganhado uma adaptação nos cinemas em 2014.

A década de 90 foi muito frutífera para os X-Men. Os heróis estavam explodindo com sua popularidade em uma série animada, além de terem recebido uma nova revista que até hoje detém vários recordes de venda. E é aí que veio Atração Fatal, uma HQ que veio para dar continuidade a vários arcos anteriores, como a Canção do Carrasco.

Na saga, os mutantes precisam lidar com o avanço do Vírus Legado espalhado por Conflyto - que inclusive toma a vida de Magia, ainda muito nova na época. Eles também precisam deter Magneto, que retorna com um plano infalível para separar os mutantes da humanidade. No fim, ele até remove o adamantium dos ossos de Wolverine.

Amada por muitos, detestada por vários outros, A Era do Apocalipse definitivamente deixou impressões marcantes quando foi publicada. A saga derivou de um arco de histórias envolvendo Legião, o filho do Professor X, e logo em seguida envolveu todos os títulos mutantes da época em uma história longa que durou anos.

O mais importante a respeito desse evento foi o foco dado às realidades alternativas, que também é um elemento recorrente na história dos X-Men. E por mais que não seja a melhor fase mutante de todos os tempos, continua sendo revisitada periodicamente, com vários personagens da realidade dominada pelo Apocalipse surgindo nos últimos anos.

Quando Grant Morrison assumiu o título dos mutantes, dando início à fase dos Novos X-Men, ninguém estava preparado para a verdadeira maré de sangue que viria a seguir. Conforme o escritor, conhecido por suas bizarrices, adentrou na franquia mutante, ele trouxe um dos maiores massacres da história do grupo, em E de Extinção.

Aqui, somos apresentados a Cassandra Nova, uma espécie de "irmã gêmea do mal" de Charles Xavier, que acaba concebendo um plano diabólico, assassinando milhões de mutantes que viviam na ilha de Genosha. Esse evento veio para acabar um pouco com o "excesso" dos mutantes nas HQs, que incomodava a Marvel na época.

E se você pensa que a Marvel ficaria satisfeita com o genocídio após E de Extinção, é bem provável que nunca tenha lido ou pesquisado sobre Dinastia M, a saga que envolveu boa parte do universo da editora, em uma realidade "perfeita" criada pela Feiticeira Escarlate. No fim da história, a Vingadora simplesmente dizima o gene x da Terra.

Com três palavras, ela quase elimina completamente os mutantes do planeta, restando apenas pouco menos de duzentos para perpetuar o futuro da raça. E por mais que seja uma saga bem odiada pelos fãs dos X-Men, é uma leitura obrigatória para entender boa parte do status quo da equipe até hoje.

Ainda assim, após Dinastia M, a Marvel decidiu que seria uma boa ideia dar um pouco de esperança para os mutantes. Com isso, a editora lançou três arcos de histórias que, juntos, formam uma grande saga que gira em torno da "Messias" Hope Summers, a primeira mutante nascida após a dizimação provocada pela Feiticeira Escarlate.

Essas três histórias são Complexo de Messias, Guerra Messiânica e Segundo Advento, que retratam Hope sendo treinada por Cable e viajando no tempo, enquanto os X-Men restantes precisam lutar por sua sobrevivência. Essa trilogia gerou quase uma década de consequências para as revistas dos Filhos do Átomo.

Alguns anos após a chegada de Hope Summers, a Marvel se preparou para estilhaçar os X-Men de uma forma jamais antes vista: de dentro para fora, com uma ruptura que envolveu os mutantes por vários anos. Em O Cisma, algumas diferenças ideológicas levaram à briga entre o Ciclope e o Wolverine.

Considerada a "Guerra Civil dos X-Men", o título acabou levando à construção de duas equipes diferentes, uma habitando a ilha de Utopia (e liderada pelo Ciclope) e outra retornando a Nova York, para viver no recém reformado Instituto Jean Grey (liderada pelo Wolverine). A história em si não é tão boa, mas suas repercussões são imprescindíveis.

Aqui, temos outra saga muito controversa que divide opiniões até hoje. Em Vingadores vs. X-Men, a Força Fênix ameaça retornar à Terra, o que leva a um atrito entre os Filhos do Átomo e os Heróis Mais Poderosos da Terra. No confronto, cinco mutantes são imbuídos com o poder da entidade cósmica: Colossus, Namor, Magia, Ciclope e Emma Frost.

O problema começa quando esses cinco mutantes, que aparecem como "salvadores da espécie", são corrompidos pelo poder absoluto da Fênix. A saga então transformou cinco personagens adorados em vilões, e termina com um momento chocante quando Scott Summers assassina o Professor X em rede nacional.

Após alguns anos de histórias ruins, os X-Men finalmente estão tendo seu renascimento nas HQs com House of X, saga ainda inédita no Brasil (e que pode vir a ser traduzida aqui como Dinastia X). A história é concebida por ninguém menos que Jonathan Hickman, que criou sagas espetaculares como Infinito ou Guerras Secretas.

House of X também conta com uma saga complementar, chamada Powers of X. As duas estão desconstruindo vários elementos da história dos X-Men, inserindo elementos completamente surpreendentes nos Filhos do Átomo, e finalmente mostrando os mutantes conseguindo sua tão sonhada independência e liberdade.