Uma curiosidade sobre os quadrinhos do Spawn é que, no começo, suas edições foram publicadas fora de ordem – pelo menos nos EUA.

Ninguém sabe ao certo o que rolou, mas, de alguma forma, as edições 19 e 20 da revista do Spawn foram puladas no lançamento. Algum tempo depois, entre a edição 24 e 25, saiu a 19, e entre a 25 e 26, surgiu a 20.

Coisas fundamentais para se saber sobre o Spawn: os poderes do herói atingem um nível mais que absurdo durante a história. A primeiro momento, a transformação de Al Simmons em Spawn lhe garantiu certas habilidades relacionáveis com outros heróis. Mas, ao longo do tempo, a coisa escalou para níveis além de astronômicos.

Eventualmente, foi estabelecido que o Spawn só é limitado por sua própria imaginação.

Mesmo sendo uma entidade hiper-poderosa, o Spawn teve que conviver com uma cicatriz enorme, deixada por um mero humano, em seu rosto por algumas edições. Bom, se dá para falar sobre o Morcego de Gotham dessa forma.

Durante um crossover com o Batman, houve um incidente onde o Homem-Morcego acabou atirando um batrang no rosto do Spawn, o cortando de cima a baixo. Os poderes do anti-herói lhe permitem curar a cicatriz, mas, por algum motivo, ele manteve o lembrete estampado por algum tempo.

Muitos rascunhos são feitos antes de qualquer obra ganhar sua versão final – e isso vale para os quadrinhos. Antes de ter o visual clássico que todos conhecemos, o Spawn tinha sido planejado de uma forma muito mais... “tecnológica”.

Todd McFarlane começou trabalhar no Spawn quando ainda era muito jovem, então, sua primeira visão do personagem era algo que lembrava uma espécie de guerreiro de ficção científica – algo que caberia muito bem em algum filme do Ridley Scott ou em Star Wars.

Neil Gaiman é um gênio da literatura e dos quadrinhos. O autor tem uma tomada única sobre o sobrenatural e a psique de seus personagens, então não é difícil acreditar que ele tenha trabalhado em algo tão grande quanto Spawn. Na verdade, McFarlane conseguiu convencer não só Gaiman, mas pessoas como Alan Moore e Frank Miller para contribuir com sua criação.

Porém, o contrato usado para os autores era bem específico, quando McFarlane havia prometido que os estrangeiros manteriam o direito sobre suas criações. O problema aconteceu quando os personagens de Gaiman fizeram muito sucesso e McFarlane resolveu os deixar na história.

Quando o criador reclamou, personagens similares foram colocadas no lugar dos originais, gerando um grande processo – que terminou a favor de Gaiman. Não foi o único processo que McFarlane levou. Um dos personagens dessa briga, inclusive, acabou na Marvel: Angela, a irmã do Thor.

Um ponto interessante sobre a criação do herói é que Todd McFarlane acreditava que não existiam heróis negros interessantes o bastante no mercado – então, ele queria criar o seu próprio. Porém, ao mesmo tempo, ele não queria que a cor da pele do personagem fosse o foco do público e da mídia, podendo até gerar controvérsias.

Assim, a decisão tomada foi que, quando Al Simmons se transformou em Spawn, sua pele foi toda queimada. Isso levou para algo bem bacana no cinema, quando a adaptação cinematográfica do personagem foi o primeiro grande filme de super-herói com um homem negro como protagonista.

Nem sempre o Spawn é o mais famoso da lista. Em Soul Calibur 2, o herói foi escolhido como o personagem exclusivo para jogadores de Xbox. Bacana, né? Porém ele foi a última opção.

Durante a escolha, a Microsoft não quis adicionar o Master Chief de Halo e não conseguiu trabalhar com os personagens de Dead or Alive no jogo, então, por último, restou o Spawn – que nem era do mundo dos games.

Das peculiaridades das histórias do Spawn, temos que ressaltar o relacionamento do personagem com Deus. Por exemplo, o herói já acabou sequestrando Deus – enquanto a divindade estava disfarçada como uma senhora.

Outro ponto bizarro foi quando a Mãe, como uma lição para Deus e o Diabo, fez os dois reencarnarem como filhos da ex-mulher de Al Simmons e seu novo marido. Mais ainda, Deus já se disfarçou de cachorro para bater um papo com o Spawn. Quem nunca conversou com uma divindade disfarçada de cachorro, não é mesmo?

E sobre as peculiaridades do criador do Spawn, Todd McFarlane, podemos citar a época que o autor usou um pseudônimo par assinar suas revistas.

Certa vez, McFarlane anunciou que se afastaria das histórias e passaria o cargo para alguém chamado Will Carlton. Ninguém nunca tinha ouvido falar sobre tal autor. Acontece que Carlton nunca existiu e McFarlane assinou cerca de 20 edições de Spawn com um pseudônimo, aparentemente por achar divertida a ideia.

Muita gente se lembra do filme do Spawn com um pouco de amargura, mas poderia ter sido bem diferente – e não de uma maneira boa. Grandes nomes foram considerados para o papel do protagonista, como Will Smith, Cuba Gooding Jr e Denzel Washington.

No entanto, um nome bem estranho também constava na lista: Snoop Dogg. Sim, o artista hip-hop Snoop Dogg. Ele mesmo contou que foi abordado para estrelar o longa e fez os testes para o papel. No fim, o lugar foi ocupado por Michael Jai White.