Ao longo de todos os filmes onde pudemos conhecer mais de Loki, acompanhamos uma transição inusitada entre suas origens como filho adotivo de Odin até um grande vilão, responsável pelo exílio de seu irmão e a quase destruição de Asgard. No entanto, tanto em Thor: Ragnarok quanto em Vingadores: Guerra Infinita, ele tem se redimido.

Queremos ver uma série onde o personagem tome uma postura mais anti-heroica, de forma similar ao título Loki: Agente de Asgard, que foi muito bem recebido pelos fãs, quando foi lançado há alguns anos. Aqui, temos a chance de ver o Filho de Laufey tentando fazer algo bom - mesmo que seja por todos os motivos errados.

Ainda falando de Agente de Asgard, uma trama muito interessante do título se dá quando Loki percebe que não consegue mais ser o Deus da Trapaça. A partir daí, ele começa uma jornada pessoal para se redescobrir, e acaba se firmando como o Deus das Histórias, assim que reconhece a natureza cíclica de Asgard e seu papel nisso.

Depois do que o herói escuta de Thor em Ragnarok, seria interessante vê-lo buscando outras formas de se reerguer, deixando de lado sua postura maliciosa e encontrando um novo "nicho" no qual pode se encontrar. Ainda assim, adoraríamos ver Loki fazendo uma trapaça aqui ou ali, já que velhos hábitos nunca morrem...

Nos quadrinhos, Loki já foi muitas coisas. Ele é retratado sempre de formas diferentes - um velho ranzinza e feio, uma criança pura, uma mulher enigmática, um jovem aventureiro - é impossível definir apenas uma faceta ou camada do Deus da Trapaça. Com sorte, a série vai saber explorar essas diversas formas do personagem.

Temos a chance de conhecer versões clássicas dos quadrinhos, como Lady Loki ou Kid Loki, e até investir em novas adaptações para o personagem. Claro que Tom Hiddleston precisa prevalecer, considerando o quanto o ator incorporou o papel da divindade - mas ainda assim, seria interessante ver Loki como uma figura mais plural.

Nos quadrinhos, Loki é um mestre da magia, da trapaça e até mesmo das histórias. Infelizmente, os cinemas acabaram tirando um pouco de seus poderes, deixando-o apenas com as ilusões, aprendidas com sua mãe adotiva, Frigga. No entanto, a série pode nos apresentar a miríade de poderes do herói, de uma forma mais intensa.

Queremos vê-lo manipulando feitiços e criando poções e maldições, como é típico do Loki da mitologia e dos quadrinhos. Quem sabe, um dia, ele poderá bater de frente até mesmo com o Doutor Estranho, se tornando um mago tão equivalente em poder e habilidade - o que faria jus ao que os fãs esperam do vilão desde o primeiro filme do Thor.

A mitologia nórdica é um elemento essencial (obviamente) para as histórias do Thor e de Loki. Mesmo que as lendas e histórias tenham sofrido algumas adaptações para soarem mais modernas e palpáveis ao leitor contemporâneo, não conseguimos imaginar esses personagens, mesmo no Universo Marvel, desvinculados de toda a carga mítica.

No entanto, a minissérie do Loki tem a chance de abordar esse assunto com ainda mais profundidade. Aqui, poderemos conhecer mais lendas de Asgard, talvez até remontando ao passado do Deus da Trapaça. Além disso, é a chance de ficarmos por dentro de mais criaturas mitológicas, como por exemplo a Jormungand, a serpente dos Nove Mundos.

Sabemos que, ao fim de Thor: Ragnarok, Asgard finalmente teve seu apocalipse, pelas mãos de Surtur. Contudo, essa não deveria ser a última vez que veríamos o Reino Dourado nos cinemas - ainda mais levando em conta o quão rico é o local, tanto visualmente quanto pelas histórias que podem ser situadas ali.

Seria interessante ver a série do Loki visitando esse plano divino, nem que seja no formato de flashbacks, explorando mais a juventude do personagem. Por outro lado, também não reclamaríamos de ver a reconstrução de Asgard - como já aconteceu diversas vezes nas HQs - com o Deus da Trapaça tomando um papel central.

Aliás, falando em Asgard, outro elemento que faz bastante falta nos cinemas são os Nove Reinos. Claro que já conhecemos alguns, como Svartalfheim ou Nidavellir, mas ainda faltam tantas dimensões e planetas a serem explorados... e já que o Loki é conhecido por suas andanças multiversais, essa seria uma ótima chance de explorar isso.

Basicamente, a série pode levar o Deus da Trapaça a conhecer os mais diversos domínios da mitologia nórdica, como Alfheim ou o Hel. Inclusive, temos aqui a chance de "ressuscitar" Hela, tornando-a ainda mais próxima daquele que é seu pai nos quadrinhos - e irmão adotivo nos cinemas. Ou, quem sabe, poderíamos ver Loki governando um desses reinos.

Embora a trilogia de filmes do Thor tenha apresentado diversos personagens das HQs, como os Três Guerreiros, Sif e Heimdall, muitas figuras importantes ficaram de fora desse universo - e, felizmente, com a minissérie do Deus da Trapaça no horizonte, poderíamos conhecer essas figuras com uma apresentação bem digna.

Por exemplo, Balder poderia ser um personagem crucial para a história - ainda mais levando em conta que as maquinações de Loki contra a vida dele são importantíssimas para a mitologia. Além dele, temos também a Encantor, que todos os fãs desejam ver há anos, mas até agora nunca teve uma chance nos cinemas.

Todos nós ficamos imensamente tristes quando, em Vingadores: Guerra Infinita, o Titã Louco Thanos assassina Loki para roubar-lhe a Joia do Espaço, presa ao Tesseract. Contudo, considerando o histórico do vilão até agora - e sua natureza cíclica nos quadrinhos - podemos esperar um retorno ao mundo dos vivos (ainda que não seja da forma que pensamos).

Seria interessante ver Loki após a Guerra Infinita apenas para que tenhamos a continuidade de sua jornada própria, uma vez que uma série prequel talvez afetasse isso, mostrando um Loki que já não é mais o mesmo há muito tempo. Além disso, se passasse após o filme, teríamos a chance de explorar o seguinte elemento:

Em três filmes do Deus do Trovão e dois dos Vingadores, vimos Loki crescer à sombra de seu irmão, Thor. Foi justamente sua inveja e sua ambição que o tornaram uma figura amarga e vilanesca, enquanto o Filho de Odin crescia se tornando um herói nato, tanto para Asgard quanto para a Terra.

Com a minissérie, temos a chance de ver Loki em sua própria jornada, sem depender mais de seu irmão. Agora é a chance de se provar como uma estrela própria, e não um satélite que só orbita em torno dessa rivalidade fraterna. Com isso, teríamos uma história muito mais interessante, que explorasse a fundo a personalidade e o caráter do Deus da Trapaça.