Falando apenas com base na primeira temporada, tudo que queremos da segunda temporada de Punho de Ferro é que ela não exista. Contudo, levando em conta a quantidade de material interessante do personagem nos quadrinhos, os fãs ainda esperam por uma segunda temporada que se prove à altura do herói. E o primeiro passo para isso é a contratação de um novo showrunner.

Para quem não sabe, o showrunner é o produtor responsável por todo o desenvolvimento de uma temporada. É como o "diretor" geral de uma temporada inteira de uma série. E pelo que vimos na primeira temporada, Scott Buck - que já estragou outras séries como Dexter - não é o homem adequado para o trabalho. Hora de chamar outro para substituí-lo.

Apesar da série se chamar Punho de Ferro, a impressão que tivemos da primeira temporada é que ela estava mais preocupada em estabelecer a trama empresarial da Rand Enterprises, movimentada por personagens como Ward e Joy Meachum. E embora esses dois ainda tenham papeis importantes a interpretar no futuro da série, é melhor deixá-los de lado por um tempo.

Quanto mais afastado de "sua" empresa Danny Rand estiver nessa temporada, melhor - até porque ele já se provou uma ótima pessoa, mas um péssimo empresário. Deixem a trama da Rand como a mais secundária possível, dando espaço para o crescimento do Punho de Ferro como herói e artista marcial.

E falando desse crescimento, muitos fãs sentiram falta de um desenvolvimento maior dos poderes do Punho de Ferro já que, na primeira temporada, isso é pouquíssimo explorado. Além de alguns usos dos punhos brilhantes e da habilidade de cura do herói, queremos vê-lo completando seu treinamento.

A meta é ver Danny Rand com todos os poderes do Punho de Ferro das HQs, mesmo que isso seja feito de forma gradual ao longo de mais de uma temporada. Mas desejamos arduamente que ele tenha mais poderes no segundo ano, como a agilidade superior, os reflexos mais agitados e até mesmo outras capacidades sobre-humanas, como hipnotismo, geração de energia e empatia.

Talvez o maior erro da primeira temporada de Punho de Ferro é querer seguir à risca a "fórmula" de outras séries da Marvel/Netflix como Jessica Jones e Demolidor. O resultado é uma série que tenta ser séria e acaba se levando a sério demais, ficando chata. É preciso que um segundo ano saiba abraçar os elementos mais "viajados" e bregas dos quadrinhos.

Além disso, outra coisa que pode melhorar muito é a ação. Queremos ver lutas e coreografias que respeitem o potencial do personagem e não as encenações baratas que vimos na primeira temporada. É preciso dar mais tempo aos atores para aprenderem as coreografias e um treinamento mais satisfatório, já que o próprio Finn Jones dizia ter aprendido algumas coreografias apenas quinze minutos antes de gravar suas cenas.

Embora a dinâmica entre Colleen Wing e Danny Rand seja até razoável na primeira temporada, todos os fãs gostam de ver o herói ao lado de Misty Knight, que é sua mais conhecida namorada das HQs. E como ela é uma das melhores personagens - se não a melhor - de Luke Cage, seria legal vê-la aparecendo nesse "outro lado" de Nova York.

Algo que também seria interessante - já que a série se passa depois de Os Defensores, onde as duas provavelmente se conhecerão - é juntar Misty e Colleen, que nos quadrinhos possuem sua própria firma de investigação, as Filhas do Dragão.

Já que é para unir personagens, então que tenhamos a união entre Luke Cage e Punho de Ferro: os Heróis de Aluguel. Os dois personagens já terão interagido em Os Defensores, onde podem se tornar bons amigos e aliados. E com isso, o Poderoso poderia aparecer para dar uma mãozinha ao Punho de Ferro.

A participação do herói blindado nem precisa ser muito grande. Basta vê-lo em alguns episódios, lutando ao lado de Danny ou até mesmo pedindo sua ajuda. Só queremos ver a dinâmica da dupla o máximo possível dentro do Universo Cinematográfico da Marvel.

Um dos únicos personagens que tem um desenvolvimento realmente interessante na primeira temporada de Punho de Ferro é Davos, o amigo de infância de Daniel Rand que se volta contra ele devido ao herói ter ganhado os poderes do Punho de Ferro sem necessariamente merecê-los ou honrá-los.

Ao final do primeiro ano, vemos ele se unindo a Joy Meachum, e começando os planos para derrotar seu ex-amigo. É aqui que queremos vê-lo se tornando o Serpente de Aço, o maior inimigo do Punho de Ferro nas HQs, e partindo para um visceral confronto com o herói. Além disso, seria bacana explorar suas relações familiares, já que ele é filho de Lei-Kung, o principal mestre de K'un-Lun.

E já que falamos em Davos e em Lei-Kung, precisamos mencionar o que mais fez falta na primeira temporada da série: a cidade mística de K'un-Lun. Tão essencial para o desenvolvimento do herói, queremos vê-la na segunda temporada, em toda sua glória mítica.

Uma ideia para que isso funcione é mostrar boa parte da segunda temporada dentro de K'un-Lun, com alguma trama envolvendo a cidade - que, conforme o final da primeira temporada, desapareceu misteriosamente em um evento relacionado ao Tentáculo. É hora de Danny trazê-la de volta!

Danny Rand não é o Tony Stark ou o Capitão América. Diferente dos Vingadores, ele precisa de sua identidade secreta, assim como o Demolidor. E já está mais do que na hora de vê-lo usando um traje ou ao menos uma máscara para esconder seu rosto de seus inimigos e do público.

Embora o traje do personagem nos quadrinhos seja difícil de ser adaptado, há maneiras de transformá-lo em algo palpável para a série, sem torná-lo cafona demais ou pouco prático. Basta dar a ele algo parecido com um kimono adaptado e uma máscara que lembrem a vestimenta clássica do herói, e nós já estamos satisfeitos.

Por fim, vale lembrar que um dos - poucos - acertos da primeira temporada de Punho de Ferro aconteceu no sexto episódio, em um pequeno torneio entre Danny e outros campeões do Tentáculo. E como torneios de artes marciais sempre foram o forte do personagem nos quadrinhos, por que não adaptar o maior e melhor deles?

O Desafio das Sete Cidades Celestiais acontece em um determinado espaço de tempo, e conta com sete campeões, representando cada uma das sete cidades celestiais. É a chance mais que perfeita para apresentar K'un-Lun e outros elementos místicos do herói, e como uma das campeãs já foi apresentada - a Noiva das Aranhas, não é difícil imaginar um futuro onde possamos ver esse torneio.