10 autores que foram responsáveis pelas adaptações de suas próprias obras no cinema!

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10 autores que foram responsáveis pelas adaptações de suas próprias obras no cinema!

Por Gus Fiaux

Adaptações são sempre questões delicadas. Algumas servem para engrandecer o material original, enquanto outras deturpam completamente o significado da obra. Em todos os casos, é sempre importante fazer uma série de mudanças para que o livro ou narrativa funcione em outra mídia – no caso, audiovisual. 

Mas aqui, temos dez autores que decidiram pôr as mãos na massa – duplamente. Além de escreverem suas próprias obras, eles mesmo as adaptaram para o cinema e para a televisão. A ideia é trazer escritores que assumiram o papel de roteirista ou de diretor nos filmes e séries que se baseiam em seus próprios livros.

Créditos: Divulgação

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Stephen King - O Iluminado

Para início de conversa, vamos falar de um caso onde a ideia pode sair pela culatra. Se você é fã da obra de Stephen King, deve saber que o autor odeia a adaptação de O Iluminado feita por Stanley Kubrick, independente de ser um dos melhores filmes de horror e suspense de todos os tempos.

Com isso em mente, ele mesmo escreveu o roteiro de uma minissérie televisiva, lançada em 1997. E embora a nova adaptação seja bem mais fiel à sua obra original, é também um desastre audiovisual, por ser literal demais e por não ter o menor traço de originalidade que o filme protagonizado por Jack Nicholson tinha.

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Clive Barker - Hellraiser

Ame-o ou odeie-o, mas Clive Barker é um dos maiores nomes do terror contemporâneo, tendo criado personagens e franquias que nos aterrorizarão em nossos sonhos pelo resto da vida. Com uma extensa produção literária que era frequentemente dispensada pelos estúdios, ele próprio decidiu fazer o filme de Hellraiser: Renascido do Inferno, sua obra mais popular.

O resultado foi um filme que acabou ganhando uma legião cult de seguidores. A história gira em torno dos cenobitas, uma raça interdimensional que é convocada à Terra para provocar a maior quantidade possível de prazer e dor a quem os chama. Com o icônico Pinhead ao centro, a franquia ficou tão popular que já ganhou uma dezena de filmes.

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Frank Miller - Sin City

Assim como Alan Moore e outros autores de quadrinhos da velha guarda, Frank Miller não costuma gostar muito das adaptações de suas obras. Com isso em mente, ele próprio se meteu para adaptar Sin City, uma de suas franquias mais renomadas e que coleta uma série de histórias noir de crime e suspense.

Mas ele não fez esse trabalho desacompanhado. Tanto em Sin City: A Cidade do Pecado, de 2005, quanto na continuação, Sin City: A Dama Fatal, de 2014, ele dirigiu os longas ao lado de Robert Rodriguez. O resultado é uma trama bem distinta, tanto estética quanto narrativamente, e que pode não agradar a todo mundo.

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Stephen Chbosky - As Vantagens de ser Invisível

Um drama adolescente emocionante, As Vantagens de Ser Invisível é a obra mais popular do jornalista americano Stephen Chbosky. Quando o livro foi trazido aos cinemas, em 2012, com Logan Lerman, Emma Watson e Ezra Miller no elenco, Chbosky estava assumindo as rédeas não apenas do roteiro, mas também da direção.

E, aqui, temos a prova de um autor que sabe que sua obra precisa passar por adaptações para se encaixar à linguagem cinematográfica. Dessa forma, Chbosky muda muito do livro - que é escrito no formato de cartas, pelo protagonista Charlie -, mas consegue manter a mesma essência vital, o que acabou tornando a obra muito bela e única, em ambas as mídias.

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Katsuhiro Otomo - Akira

É muito comum que artistas que criam mangás sejam os responsáveis pelos animes e adaptações de suas obras, no Japão. Mas no caso de Akira, temos uma situação até diferente, já que Katsuhiro Otomo não apenas ajudou a roteirizar e produzir, como também foi o diretor do próprio longa animado de 1988.

Tendo já trabalhado em diversas obras orientais, Katsuhiro ganhou um status mundial devido a Akira, que ajudou a mudar o cenário para a forma como o mundo - em especial, os Estados Unidos - viam o anime e a cultura oriental. Não fosse por ele, talvez a maior parte desse tipo de animação sequer tivesse a metade da popularidade que tem hoje.

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Gillian Flynn - Garota Exemplar

David Fincher pode ser o diretor por trás de Garota Exemplar, seu suspense mais recente e premiado, mas a verdadeira responsável pelo sucesso do filme é Gillian Flynn, que além de escrever o próprio livro no qual o longa é baseado, também ficou responsável pelo roteiro da produção, inserindo sua visão única à história.

Como roteirista, a autora foi ainda mais reconhecida por seu trabalho, e recebeu prêmios pela adaptação, que ao mesmo tempo que era fiel, criou algo novo. Flynn ficou tão entusiasmada com o trabalho que já está escrevendo o roteiro de outra adaptação de seu próprio trabalho: a série Objetos Cortantes, que será lançada na HBO e protagonizada por Amy Adams.

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Arthur C. Clarke - 2001: Uma Odisseia no Espaço

Temos aqui um caso bem confuso e interessante (assim como o próprio filme). Arthur C. Clarke trabalhou ferrenhamente no roteiro de 2001: Uma Odisseia no Espaço. Ao mesmo tempo, ele escrevia um livro homônimo, que servia de complemento para o longa. Mas a adaptação mesmo foi feita a partir de um conto seu, intitulado A Sentinela, lançado na década de 40.

No conto, o autor criou todo o conceito que viria a figurar fortemente no filme, como a ideia de um artefato alienígena com diferentes propósitos na história da humanidade. Stanley Kubrick, um grande entusiasta da literatura e da ficção científica, adorou tanto o conto que decidiu dirigir a adaptação, transformando-a num dos maiores clássicos do cinema em 1968.

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J.K. Rowling - Animais Fantásticos e Onde Habitam

Vejam bem: após ter trabalhado ajudando os roteiristas e produtores da saga Harry Potter, a autora J.K. Rowling decidiu que era hora de se aventurar pelos cinemas. Como resultado, ela se tornou a roteirista da franquia Animais Fantásticos, que apesar de não adaptar nenhum livro em especial (nem mesmo Animais Fantásticos e Onde Habitam, que é uma enciclopédia), é baseado no universo fantástico da própria escritora.

Ao todo, serão cinco filmes lançados, com o segundo - intitulado Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald - prestes a ser lançado ainda neste ano. Rowling deve assumir o roteiro de todos os filmes, e ninguém melhor que a criadora do próprio Mundo Bruxo para tomar conta dessa tarefa.

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William Peter Blatty - O Exorcista

Escritor e cineasta, William Peter Blatty foi o responsável por uma das histórias mais assustadoras de todos os tempos: O Exorcista, um conto de luz e trevas conforme a vida da jovem Regan MacNeil é ameaçada pelo maligno demônio Pazuzu. Quando William Friedkin adaptou o livro para os cinemas, em 1973, Blatty ficou responsável pelo roteiro.

Por conta disso, temos uma das adaptações mais literais e empolgantes do cinema, já que o autor sabe equilibrar fidelidade com qualidade audiovisual, o que é raro. Posteriormente, ele também iria escrever e dirigir O Exorcista III, que por sua vez é uma adaptação de outro livro seu, intitulado Legião.

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Mario Puzo - O Poderoso Chefão

Mario Puzo é um dos maiores roteiristas que o cinema norte-americano já viu, tendo trabalhado nos mais diversos tipos de filme e obras. Para se ter uma ideia, ele basicamente reinventou o super-herói moderno para os cinemas, graças ao roteiro de Superman: O Filme, de 1978. Ainda assim, sua maior obra não é outra senão O Poderoso Chefão.

O livro, que levava o mesmo título, recebeu uma grande popularidade nos Estados Unidos, mas foi a adaptação cinematográfica que realmente chacoalhou o mercado, e criou uma fama que existe até hoje. Com o sucesso do longa de 1972, Puzo ajudou a roteirizar as duas sequências, O Poderoso Chefão: Parte II, de 1974 e O Poderoso Chefão: Parte III, de 1990.