The Last of Us: Criadores da série falam dos desafios em adaptar o jogo

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The Last of Us: Criadores da série falam dos desafios em adaptar o jogo

Por Chris Rantin

No último domingo (25) a segunda temporada de The Last of Us chegou ao fim. Ainda que seja uma adaptação do jogo de mesmo nome, muitos fãs do game tem criticado o seriado da HBO por conta das mudanças feitas de uma mídia para outra. Em nome da Legião, participei de uma coletiva com Neil Druckmann e Craig Mazin, os criadores da série, que falaram sobre os desafios de adaptar essa história.

Questionado sobre o motivo de algumas cenas (como Ellie e Joel no museu e a cena da varanda) serem apresentadas bem mais cedo do que as vemos no jogo, Neil Druckmann, que é diretor de criação e roteirista do jogo The Last of Us e também o criador, roteirista e produtor executivo da série, explicou que isso era necessário para que a narrativa fluísse melhor na série.

“Mídias diferentes necessitam de certas mudanças. É a diferença em como a mídia entrega [a narrativa], sabe? Quando você está comprando o jogo […] é algo entre 20 ou 30 horas de duração, dependendo de como você está jogando. É você quem controla o ritmo da história. Você decide como você vai consumir isso, se você quer fazer tudo de uma única vez ou dividir em pedacinhos, mas tudo já está ali,” conta Druckmann.

“Na série, nós temos que levar em consideração que estamos entregando trechos temáticos — histórias mais curtas, semana após semanas — com aproximadamente uma hora de duração. E nós sabíamos que a história não terminaria nessa temporada, então algumas coisas demorariam até a próxima temporada para acontecer. Nós sentimos que, pela nossa própria experiência como fãs de séries que duram várias temporadas, que tem certas coisas que é pedir demais que o público se lembre, como algumas expectativas e consequências, e parecia que algumas cenas [do jogo] teriam mais impacto se elas estivessem contextualizadas próximas uma da outra. 

 

Por exemplo, a gente não separou os flashbacks, mas consolidamos tudo nessa temporada.  Algumas coisas são como você experiencia no jogo, como o flashback do museu, quando você está jogando essa parte do game, você pode levar uma hora apenas ouvindo a conversa de Joel enquanto a Ellie explora essa área, experienciando esses momentos junto dele. Se você quer colocasse essa cena em outro episódio [que não o conjunto de flashbacks], você arriscaria o público sentir falta dele. A gente queria a presença dele na série, mas se fosse algo isolado demais, isso poderia ser curto demais, diferente do contraste de ver como a relação [entre Joel e Ellie] foi evoluindo e se modificando ao longo do tempo. Então, essas foram algumas das coisas que levamos em consideração nessas mudanças.” 

Craig Mazin, cineasta responsável pela aclamada série Chernobyl, e co-criador, roteirista e produtor executivo da série The Last of Us, também falou sobre o assunto:

“Eu acho que nosso objetivo era tentar ter o mesmo impacto [do jogo]. Então, você vai receber essa informação mais cedo do que você receberia no jogo, mas nós queríamos que a sensação fosse como a mesma do jogo. Afinal, como Neil disse, você pode levar apenas um dia ou dois para receber essa informação [no jogo]. E mesmo quando antecipamos algo na série, você ainda vai levar algumas semanas antes de ter toda a informação, caso você assista a série tendo um episódio por semana. Então essa meio que era a nossa intenção.” 

As duas primeiras temporadas de The Last of Us estão disponíveis na HBO Max.

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