Veterano da indústria de animes explica as dificuldades na profissão de animador

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Veterano da indústria de animes explica as dificuldades na profissão de animador

Por Flávia Pedro

A indústria dos animes e mangás é um nicho complicado e repleto de polêmicas, principalmente quando o assunto são questões trabalhistas. Longas jornadas de trabalho, pouco tempo de prazo de entrega, sobrecarga… Esses são alguns problemas que acabam chegando até a mídia, mas Jun Arai – um diretor de animação – revelou ainda mais dificuldades na profissão, veja a seguir.

Segundo o diretor de animação de Kingdom, Jun Arai, a indústria dos animes torna bem difícil que alguns funcionários do meio encontrem empregos permanentes. Sua declaração foi dada via X, onde Arai respondeu a seguinte pergunta: “Por que os animadores só fazem trabalho terceirizado?”. Assim, ele explicou o seguinte:

“A empresa de anime não tem © [direitos autorais], então não há outras fontes de financiamento além dos custos de produção de anime. Portanto, estamos em um ciclo em que não podemos manter reservas internas [finanças] a menos que recebamos custos de produção e continuemos a fazer animação. É porque não têm condições de pagar salários mensais aos funcionários.”

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Dados recentes (via CBR) apontam que apenas 40,5% de funcionários são contratados fixos e, o motivo por trás disso, é que os estúdios de animação não detêm os direitos autorais das séries. Ou seja: a maior parte dos animadores recebem pagamento pelo número de quadros que completam, enquanto os contratados tem um valor fixo, independente da quantidade de trabalho que entregam.

Alguns estúdios, como o MAPPA e o Pierrot já estão correndo atrás dos direitos autorais de algumas obras, mas como o próprio Arai comentou: “se os estúdios permanecerem perpetuamente pobres, nunca conseguirão obter mais fundos para arriscar.”. Claro, existem mais questões burocráticas envolvendo grandes corporações e valores, mas os principais afetados por isso são os animadores, base da pirâmide.

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