[Review] Mario vs. Donkey Kong é um remake eficiente, mas sem propósito

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[Review] Mario vs. Donkey Kong é um remake eficiente, mas sem propósito

Por Márcio Jangarélli

Dando sequência aos remakes para Switch de grandes títulos de sua franquia principal, a Nintendo lançou, no dia 16 de Fevereiro, Mario vs. Donkey Kong — recriação do jogo de 2004 para Game Boy AdvanceA Legião dos Heróis recebeu uma cópia do game para testar e descobrir se o conflito entre esses dois ícones da história gamer merece sua atenção. Vem comigo?

FICHA TÉCNICA

Título: Mario vs. Donkey Kong

 

Data de lançamento: 16 de Fevereiro de 2024

 

Desenvolvedora: Nintendo

 

Plataforma: Nintendo Switch

 

Modo: Single player, multiplayer

 

Gêneros: Plataforma e Puzzle

 

Tradução PT/BR: Sim

Remake fiel, mas morno

É fácil esquecer como as principais franquias da Nintendo começaram, depois de terem se consolidado como ícones da cultura pop. Mas, lá em 1981, a primeira aparição do Mario foi no game original de Donkey Kong, com o bigodudo encarregado de salvar uma donzela sequestrada pelo gorila. Essa rivalidade foi revivida pela Nintendo em 2004, com Mario vs. Donkey Kong, jogo de GBA, e esse título foi o escolhido para o novo remake da empresa.

Assim como o original, Mario vs Donkey Kong é um plataforma/puzzle onde você ajuda o encanador a rastrear o gorila fujão que roubou sua fábrica de bonecos. São vários “mundos” homenageando cenários, trilhas, inimigos e mecânicas das duas franquias, onde o objetivo das fases é recuperar os brinquedos roubados que foram ficando pelo caminho. No fim de cada mundo, há uma fase bônus onde você guia os bonecos para um baú e, enfim, o confronto entre Mario e Kong, sempre com mecânicas diferentes, homenageando o jogo que deu origem aos dois. Simples, né?

Tecnicamente, a recriação é sem defeitos. Os visuais são sensacionais, a trilha sonora foi renovada com perfeição, o gameplay foi melhorado, mas ainda permanece fiel à fonte, e as adições como cutscenes e o modo cooperativo – onde o segundo jogador assume o papel do Toad – realmente tornam o título mais divertido e moderno, sem perder o charme nostálgico.

Há, porém, pequenas coisas que poderiam melhorar; o nível de dificuldade do game é baixíssimo, mesmo quando você desbloqueia uma opção avançada. Claro, ainda que não seja um game exatamente infantil, é um título voltado para toda família e jogadores mais jovens. No entanto, Mario e Donkey Kong são franquias que atravessam gerações de players e seria ótimo uma alternativa mais desafiadora.

Além disso, há heranças datadas do GBA no gameplay e hoje o comportamento do jogador não funciona mais como na época do portátil. O pulo do Mario é muito mais baixo que qualquer outro jogo recente do encanador, comandos de escalar e largar objetos com um toque do direcional é contra intuitivo e as acrobacias do encanador são um ponto fascinante (para dizer o mínimo) incluso no remake. Mas são pequenas coisas, que não atrapalham a experiência como um todo.

O grande contra de Mario vs. Donkey Kong, no entanto, está na produção do remake em si. É um game que funciona bem para o GBA, portátil, assim como suas sequências para DS e 3DS. Para Switch, é só um título bem, bem fraco, que até oferece um momento de diversão, mas que você provavelmente não vai revisitar. Não é como Super Mario RPG, um clássico de SNES que demorou demais para receber novas glórias, que possui substância para a nova geração e que vale o preço (alto) cobrado por jogos atualmente.

Portanto, fica difícil realmente avaliar Mario vs. Donkey Kong. Mais uma vez, em um nível técnico não há nada de errado no jogo, apenas uma ou outra coisinha no gameplay com a qual você se acostuma conforme o game avança.

 

Não é, porém, um título super interessante, que vai te prender por horas ou te fazer retornar. Não é nem um party game, para você aproveitar com os amigos e família. É uma aventura simples, sincera e nostálgica, mas apenas isso.

 

Dessa forma, Mario vs. Donkey Kong leva nota 6 da Legião dos Heróis. Se você for super fã dos personagens titulares, provavelmente ficará feliz com o remake. Se não, talvez seja melhor esperar o próximo.

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