Plágio em Palworld? “Pokémon com armas” é acusado de roubar arquivos de jogo da Nintendo

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Plágio em Palworld? “Pokémon com armas” é acusado de roubar arquivos de jogo da Nintendo

Por Gabriel Mattos

O lançamento de Palworld no Xbox Game Pass e na Steam surpreendeu analistas, tanto forma positiva quanto negativa. Se por um lado o game de pegar Pal ficou grande entre o público, ultrapassando 3 milhões de cópias vendidas em menos de dois dias, por outro as similaridades com Pokémon, da Nintendo, chamaram atenção pela cara de Pal. Nesta segunda (22), o site VGC denunciou que existem fortes evidências de roubo direto de modelos dos jogos da GameFreak.

A polêmica entre Palworld e Pokémon

No último domingo (21), um usuário anônimo do X (antigo Twitter) que responde por “Byo” divulgou uma série de vídeos alinhando arquivos de modelos tridimensionais de criaturas de Palworld com arquivos equivalentes retirados dos dados de Pokémon Scarlet e Pokémon Violet, de Nintendo Switch. Mesmo sendo personagens, em teoria, diferentes, os arquivos se encaixam na mesma exata proporção, o que, segundo desenvolvedores, torna praticamente impossível que a coincidência seja acidental.

Assim, o vídeo sugere que houve um plágio direto do trabalho do estúdio GameFreak, de Pokémon, não apenas uma inspiração nos visuais das criaturas, o que estaria completamente dentro das leis de direitos autorais.

O que os experts acham do caso?

O portal VGC apurou, junto a dois artistas veteranos da indústria de jogos, a veracidade das alegações sobre o possível plágio. Ambos concluíram que, caso o conteúdo do vídeo seja legítimo, as similaridades encontradas poderiam servir de provas jurídicas para um processo de plágio. “Eu testemunharia em um tribunal como um especialista neste caso,” afirmou o primeiro desenvolvedor.

“Eu já vi 30 artistas tentarem fazer o mesmo cavalo [em 3D] usando exatamente o mesmo esquema. Nenhum ficou tão próximo um do outro quanto esses modelos de Palworld são de modelos de Pokémon. As silhuetas e as proporções encaixam de forma quase perfeita,” explica.

 

O outro especialista rejeita a hipótese de um uso indevido dos arquivos de forma crua. Ele explica que o esqueleto não é exatamente o mesmo, o que indica que o estúdio pode ter usado os modelos da GameFreak como base para encaixar seus Pals por cima, criando suas artes do zero. Segundo o artista, este processo ainda seria considerado plágio.

O que a empresa de Palworld tem a dizer?

A Pocketpair, empresa responsável pelo jogo, não respondeu sobre as alegações de conduta criminosa em seu mais recente lançamento. Porém, em sua conta no X, o CEO da empresa Takuro Mizobe relatou que os artistas envolvidos no desenvolvimento estariam sendo vítimas de ameaças de morte.

Mesmo sem apresentar qualquer evidência do comportamento violento dos fãs, Mizobe assumiu responsabilidade por qualquer decisão final referente ao design dos Pals, em um apelo para que os funcionários de sua empresa sejam poupados de ataques injustos.

Para o advogado Richard Hoeg, a mera inspiração em outra franquia, mesmo que beirando os limites da ética, não consiste em uma infração legal. Assim, as suspeitas por fãs de uma mistura de Pokémon, caso fosse apenas de forma visual, não seria considerada crime. Porém, caso o roubo de recursos criados pela GameFreak possa ser comprovado na justiça, a Nintendo pode ter munição para impedir as vendas de Palworld nas lojas virtuais.

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